Tratamento do câncer de via biliar por estágio

O estadiamento do câncer de via biliar é um fator importante na determinação das opções de tratamento. Sempre que possível, a cirurgia é o principal tipo de tratamento para os tumores de via biliar, pois é a única chance real para uma cura da doença. Em função disso, os médicos geralmente dividem os tumores de vias biliares em dois grupos:

  • Tumores ressecáveis. São aqueles que podem ser completamente removidos, com base nos resultados de exames de imagem e outros exames.
  • Tumores irressecáveis. São aqueles que se disseminaram ou estão em locais de difícil acesso para serem completamente removidos cirurgicamente.

Infelizmente, a maioria dos cânceres de via biliar já estão disseminados no momento do diagnóstico.

Tumores ressecáveis

A maioria dos tumores estágios 0, I e II e possivelmente alguns do estágio III são potencialmente ressecáveis. Mas isso também depende de outros fatores, como a localização do tumor e do estado de saúde geral do paciente para a realização de uma cirurgia de grande porte.

A cirurgia para retirar completamente o tumor é o tratamento preferido, se for possível. Se a cirurgia for considerada, uma laparoscopia de estadiamento pode ser realizada para verificar se não existe qualquer disseminação da doença que impeça o procedimento.

O tipo de cirurgia depende da localização e estadiamento do tumor. Se o paciente estiver ictérico antes da cirurgia, um stent ou cateter pode ser inserido no ducto biliar antes do procedimento para permitir o fluxo da bílis. Isso ajudará a aliviar os sintomas e tornará o paciente mais estável para a cirurgia.

A radioterapia e/ou a quimioterapia podem ser administradas após a cirurgia para diminuir o risco da recidiva da doença (terapia adjuvante).

Às vezes não está claro a partir dos exames imagens se o tumor pode ser completamente removido. Nesses casos, o médico pode recomendar o tratamento neoadjuvante com radioterapia e/ou quimioterapia antes da cirurgia para tentar reduzir o tamanho do tumor. Se o tumor diminuir, a cirurgia pode ser feita para tentar remover todo o câncer.

Tumores irressecáveis

Esses cânceres não podem ser retirados cirurgicamente, o que inclui a maioria dos tumores no estágio III e IV. Também pode incluir câncer em estágio inicial, se o paciente não estiver suficientemente saudável para a cirurgia.

Como mencionado acima, em casos incomuns em que não está claro se um tumor é ressecável, a quimioterapia e/ou radioterapia podem ser administradas inicialmente para reduzir o tumor e torná-lo ressecável. Assim, a cirurgia poderia ser feita para remover completamente o tumor.

Em alguns casos, o médico pode pensar que um tumor é ressecável, mas ao iniciar a cirurgia, fica claro que não pode ser completamente removido. Por exemplo, o tumor pode ter se disseminado mais longe do que se via nos exames de imagem antes da cirurgia. Nesse momento, o cirurgião pode fazer uma derivação biliar para aliviar qualquer bloqueio da via biliar ou para evitar um problema no futuro. Colocar stents na via biliar para mantê-la aberta também pode ser uma opção durante a cirurgia.

Para alguns tipos de câncer de via biliar intrahepático ou perihilar, o transplante de fígado pode ser uma opção. Embora, muitas vezes seja difícil encontrar um doador de fígado compatível, um transplante de fígado pode ser uma chance para a cura.

Para a maioria dos cânceres de via biliar, está claro a partir dos exames de imagem e/ou laparoscopia que eles não são ressecáveis. Para esses cânceres, o objetivo do tratamento é controlar o crescimento do tumor durante o maior tempo possível e aliviar os sintomas provocados pela doença.

Radioterapia e/ou quimioterapia. Esses tratamentos podem reduzir ou retardar o crescimento do tumor por um determinado intervalo de tempo. Quando a quimioterapia é administrada isoladamente, os medicamentos quimioterápicos frequentemente usados são a cisplatina e a gencitabina. Quando a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia, a 5-FU é mais frequentemente utilizada.

Terapia-alvo. Para os pacientes com a mutação no gene FGFR2 e que cresceram após pelo menos um tratamento com quimioterapia, uma opção é o tratamento com pemigatinibe.

Ablação. Para os cânceres de via biliar localizados dentro do fígado, a ablação por radiofrequência ou a crioterapia podem controlar os tumores. Infelizmente, quase todos esses cânceres começam a crescer novamente.

Estudos clínicos. Os pacientes que querem continuar tentando o tratamento contra o câncer, devem considerar a participação em ensaios clínicos com novos tratamentos.

Grande parte do foco do tratamento de pacientes com câncer não ressecável é aliviar os sintomas da doença. Dois dos problemas mais importantes são o bloqueio do ducto biliar (que pode levar à icterícia, prurido e outros sintomas) e dor.

Cuidados paliativos. Tem o objetivo de prevenir e tratar os sintomas ou problemas provocados ​​pelo câncer de via biliar. São usados ​​em todos os tipos de tratamento contra o câncer, em todos os estágios da doença, incluindo, por exemplo, medicamentos para prevenção de náuseas, controle da dor e manutenção do fluxo da bile.

Manter a qualidade de vida é um objetivo importante. Não hesite em discutir a dor, outros sintomas ou qualquer preocupação de qualidade de vida com seu médico.

Recidiva

A recidiva pode ser local ou à distância. Se a doença voltar, o tratamento dependerá da localização da recidiva, dos tratamentos realizados anteriormente e do estado geral de saúde do paciente.

Na maioria dos casos, se a doença reaparece após o tratamento inicial, não será ressecável. O objetivo do tratamento será controlar o crescimento da doença e aliviar os sintomas, como descrito acima para tumores irressecáveis. Em casos raros, se a doença voltar na área onde começou, a cirurgia para tentar remover o tumor pode ser uma opção. Como a maioria desses cânceres não são curáveis, os pacientes podem considerar a participação em um estudo clínico com novos tratamentos.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 08/05/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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