Terapia-alvo para linfoma não Hodgkin

Conforme os pesquisadores compreendem melhor sobre as alterações nas células que provocam o linfoma desenvolvem novos medicamentos que visam especificamente essas mudanças. Esses medicamentos agem de forma diferente dos quimioterápicos convencionais e muitas vezes têm diferentes efeitos colaterais.
 
Inibidores de proteassoma
 
Os inibidores de proteassoma agem barrando os complexos enzimáticos das células para decompor proteínas importantes para manter a divisão celular sob controle. Eles são frequentemente usados no tratamento do mieloma múltiplo, mas podem, também, ser úteis no tratamento de alguns tipos de linfoma não Hodgkin.

  • Bortezomibe. É um inibidor de proteassoma utilizado para tratar alguns linfomas, geralmente após outros tratamentos deixarem de responder. Bortezomibe é administrado por infusão intravenosa ou injeção subcutânea, normalmente duas vezes por semana, durante duas semanas, seguidas por um período de descanso. Os efeitos colaterais podem ser semelhantes aos dos quimioterápicos convencionais, incluindo diminuição das taxas sanguíneas, náuseas, perda de apetite e neuropatia.

Inibidores de histona desacetilase
 
Os inibidores de histona desacetilase são medicamentos que pode interferir com os genes que estão ativos por interagir com a proteína histona.

  • Belinostate. É utilizado para tratar linfomas de células T periféricas, geralmente após, pelo menos, um outro tratamento já ter sido tentado. É administrado como infusão intravenosa, geralmente diariamente, durante cinco dias consecutivos, repetido a cada três semanas. Os feitos colaterais frequentes incluem náuseas, vômitos, cansaço, diminuição dos glóbulos vermelhos (anemia).

Inibidores da tirosina quinase de Bruton (BTK)
 
Bruton tirosina quinase (BTK) é uma proteína que transmite um sinal para algumas células do linfoma (células B), ajudando-as a crescer e sobreviver. Os inibidores de BTK são úteis no tratamento de alguns tipos de linfomas não Hodgkin de células B.
 
Esses medicamentos são administrados por via oral, geralmente uma ou duas vezes ao dia.

  • Ibrutinibe. Ele pode ser usado para tratar alguns tipos de linfoma não Hodgkin, incluindo leucemia linfocítica crônica e linfoma linfocítico de pequenas células.
     
  • Acalabrutinibe. É usado no tratamento do linfoma de células do manto, após pelo menos um outro tratamento ter sido tentado), bem como leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico de pequenas células.
     
  • Zanubrutinibe. É usado no tratamento do linfoma de células do manto ou linfoma de zona marginal, geralmente após pelo menos outro tratamento ter sido tentado, bem como leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico de pequenas células.
     
  • Pirtobrutinibe. É usado no tratamento do linfoma de células do manto, geralmente após pelo menos dois outros tratamentos, incluindo outro inibidor de BTK, ter sido tentado.

Os efeitos colaterais frequentes dos inibidores de BTK podem incluir dor de cabeça, diarreia, hematomas, sensação de cansaço, dores musculares e articulares, tosse, erupção cutânea e diminuição das células sanguíneas. Efeitos colaterais menos frequentes, porém importantes, podem incluir hemorragia, infecções e batimentos cardíacos irregulares (fibrilação atrial).
 
Inibidores de PI3K
 
Fosfatidilinositol 3-quinases (PI3Ks) são uma família de proteínas que enviam sinais às células que podem afetar o crescimento celular. Os medicamentos que têm como alvo essas proteínas, conhecidas como inibidores de PI3K, são úteis no tratamento de alguns tipos de linfoma não Hodgkin.

  • Copanlisibe. Tem como alvo as proteínas PI3K-alfa e PI3K-delta. É usado no tratamento do linfoma folicular após outros tratamentos terem sido tentados. É administrado por infusão intravenosa, normalmente uma vez por semana durante três semanas, seguido de uma semana de descanso. Os efeitos colaterais frequentes incluem níveis elevados de açúcar no sangue, náuseas, diarreia, sensação de fraqueza, pressão alta, diminuição dos glóbulos brancos (com aumento do risco de infecção) e diminuição das plaquetas (com aumento do risco de hematomas ou hemorragias). Os efeitos colaterais menos frequentes incluem infecções, inflamação nos pulmões e reações cutâneas graves.
     
  • Duvelisibe. Bloqueia as proteínas PI3K-delta e PI3K-gama. Esse medicamento pode ser usado no tratamento do linfoma linfocítico de pequenas células, geralmente após outros tratamentos terem sido tentados. É administrado por via oral, duas vezes ao dia. Os efeitos colaterais frequentes incluem diarreia, febre, fadiga, náusea, tosse, pneumonia, dor abdominal, dores articulares e musculares e erupção cutânea. Também são frequentes diminuição nas taxas sanguíneas, incluindo diminuição dos glóbulos vermelhos (anemia) e diminuição dos glóbulos brancos (neutropenia). Com menos frequência, podem ocorrer efeitos colaterais mais importantes, como problemas hepáticos, diarreia, inflamação pulmonar (pneumonite), reações alérgicas e problemas de pele.

Inibidores de EZH2
 
O tazemetostate visa o EZH2, uma proteína conhecida como metiltransferase que normalmente ajuda algumas células cancerígenas a crescer. Este medicamento pode ser usado para tratar linfomas foliculares com uma mutação no gene EZH2, após outros tratamentos terem sido tentados. O tazemetostate também pode ser usado no tratamento de linfomas foliculares sem uma mutação EZH2, se não houver outras opções de tratamento disponíveis. É administrado por via oral, geralmente duas vezes ao dia.
 
Os efeitos colaterais frequentes incluem dores ósseas e musculares, sensação de cansaço, náusea, dor abdominal e sintomas similares a gripe. Também pode aumentar o risco de desenvolver alguns tipos de câncer no sangue.
 
Inibidor de exportação nuclear
 
O núcleo de uma célula contém a maioria das substâncias importantes da célula necessárias para produzir as proteínas imprescindíveis para seu funcionamento e para que permaneça viva. A proteína XPO1 ajuda a transportar outras proteínas do núcleo para outras partes da célula mantendo-a em funcionamento.
 
Selinexor. É um medicamento conhecido como um inibidor de exportação nuclear, que age bloqueando a proteína XPO1. Quando a célula do linfoma difuso de grandes células B não consegue mover as proteínas para fora de seu núcleo, a célula do linfoma morre. Esse medicamento é usado em pacientes com DLBCL cuja doença recidivou ou foi tratada e não responde a pelo menos dois outros medicamentos contra DLBCL. É administrado na forma oral no primeiro e no terceiro dia de cada semana.
 
Os efeitos colaterais frequentes incluem sensação de cansaço, náusea, diarreia, perda de apetite, perda de peso, vômito, constipação e febre. Outros efeitos colaterais importantes podem incluir diminuição das plaquetas, diminuição dos glóbulos brancos, diminuição dos níveis de sódio no sangue, infecção, tontura e sintomas gastrointestinais severos.
 
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Terapia-alvo e o tratamento do câncer.
 
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
 
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 05/05/2023, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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