SBOC publica posicionamento sobre duração do tratamento de câncer de mama HER2 +



O trastuzumabe trouxe uma melhora significativa da chance de cura para pacientes com câncer de mama HER2 +, sendo considerado um dos maiores avanços da oncologia clínica nas últimas décadas. Estudos calcularam que o tratamento com trastuzumabe adjuvante, após a cirurgia, reduziu em 40% o número de recidivas e em 34% o número de mortes. O custo, entretanto, é muito alto, tornando-se um problema no financiamento da saúde, tanto no sistema público como nos planos. O estudo Persephone, apresentado no último congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2018), trouxe importantes novidades a respeito.

Patrocinado pelo governo inglês por meio do National Institute for Health Research e apresentado pela professora Helena Earl, da Universidade de Cambridge, o estudo foi realizado em 152 centros do Reino Unido entre 2007 e 2015 com a participação de 4089 pacientes, divididos em grupos que receberem 6 ou 12 meses de tratamento, com quimioterapia administrada de maneira concomitante ou sequencial. O tratamento conseguiu ser completado em 86% das pacientes e 13% delas apresentaram recidivas ou morreram.

A sobrevida livre de doença foi igual em ambos os grupos, ao redor de 89% aos 4 anos de seguimento, com sobrevida global em ambos os grupos ao redor de 94%. A toxicidade cardíaca foi de 8% no grupo tratado por 12 meses e 4% no grupo tratado por 6 meses. Os autores demonstraram que o tempo de 6 meses com trastuzumabe não é menos eficiente que 12 meses de tratamento, com redução importante dos custos e da toxicidade cardíaca.

Posicionamento da SBOC

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) considerou o Persephone um estudo importante e especialmente significativo para o Brasil pela possibilidade de diminuir significativamente os gastos de saúde de forma segura para as pacientes. "Entretanto, nem todas as pacientes são iguais e é muito importante individualizar a conduta", destacou o posicionamento oficial da entidade. Pacientes com baixo risco de recorrência (tumores menores que 2 cm e sem nódulos nas axilas) são atualmente tratadas com esquema reduzido de quimioterapia e com 12 meses de trastuzumabe e essa conduta, para a SBOC, deve ser mantida. Além disso, as pacientes de alto risco (tumor localmente avançado, axila com mais de 4 linfonodos) também devem continuar recebendo tratamento com trastuzumabe por 12 meses.

"Essas decisões devem ser tomadas de forma individualizada, levando-se em conta, inclusive, as preferências pessoais das pacientes. Para todas as outras pacientes, entretanto, consideramos que o tratamento com quimioterapia de 6 meses de trastuzumabe não é inferior a 12 meses. Os recursos financeiros economizados com esse novo esquema podem ser transferidos para ampliar o acesso a outros tratamentos de câncer, em especial nos serviços públicos. Isso representa uma excelente oportunidade de atender pacientes que, hoje, não contam com nenhum tratamento eficaz oferecido pelo SUS", diz a SBOC.

A entidade ressaltou ainda que a totalidade dos dados do estudo não foi apresentada e que aguarda a publicação completa dos dados para um posicionamento final.

"A SBOC considera louvável o esforço do governo britânico em financiar pesquisa clínica de alta qualidade, visando esclarecer dúvidas importantes para a economia do país. A SBOC e a comunidade médica esperam que esse exemplo seja seguido pelas autoridades responsáveis pelas políticas públicas de saúde no Brasil. No que diz respeito à oncologia clínica, reiteramos nossa disponibilidade em ajudar a construir e viabilizar tecnicamente tais iniciativas", finaliza.

Assim o posicionamento o presidente da SBOC, Sergio D. Simon, e o diretor científico do Instituto Oncoguia, Rafael Kaliks, ambos do Hospital Israelita Albert Einstein; José Bines, da Clínica São Vicente; Gilberto Amorim, da Oncologia D’Or; Max Mano, do Hospital Sírio-Libanês; e Carlos Henrique E. Barrios, do Hospital Mãe de Deus.



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