A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge não somente as células cancerígenas senão também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns quimioterápicos possam ser administrados por via oral.
A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas.
A quimioterapia frequentemente não é realizada em pacientes com câncer de glândula suprarrenal disseminado.
Mitotano
O medicamento mais utilizado no tratamento do câncer de glândula suprarrenal é o mitotano. O mitotano bloqueia a produção de hormônios pela glândula adrenal e destrói tanto as células suprarrenais cancerígenas, como o tecido saudável. Este medicamento pode suprimir a produção normal do hormônio esteroide suprarrenal da outra glândula suprarrenal normal. Isso pode levar a diminuição dos níveis de cortisol e outros hormônios, provocando debilidade no paciente. Se isso ocorrer, devem ser administrados hormônios esteroides para compensar a falta de hormônios. O mitotano também pode alterar os níveis de outros hormônios, como da tireoide ou a testosterona. Se isso ocorrer, o paciente precisará tomar medicamentos de reposição para substituir esses hormônios.
Às vezes, o mitotano é administrado por um período de tempo após a cirurgia como tratamento adjuvante. Se o tumor não foi completamente removido na cirurgia ou recidivou. Em média, a resposta dura cerca de um ano. Mas o tempo de resposta pode ser mais longo para alguns pacientes.
O mitotano é particularmente útil para pacientes com tumores de glândula suprarrenais com problemas causados pela produção excessiva de hormônios. Mesmo quando não reduz o tumor, o mitotano pode diminuir a produção de hormônios anormais e aliviar os sintomas. Cerca de 80% dos pacientes com secreção hormonal excessiva são beneficiados pelo mitotano. Este medicamento pode causar efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia, erupções cutâneas, confusão e sonolência. Muitas vezes, doses mais baixas desse medicamento podem ainda ser eficazes e provocar menos efeitos colaterais. O mitotano é administrado por via oral, 3 a 4 vezes por dia.
Outros medicamentos quimioterápicos
Às vezes outros medicamentos quimioterápicos são combinados com o mitotano para tratar o câncer de glândula suprarrenal avançado. Os medicamentos mais utilizados são:
- A combinação de cisplatina, doxorrubicina e etoposido mais mitotano.
- Streptozocina mais mitotano.
Alguns outros medicamentos quimioterápicos usados com menos frequência incluem:
- Paclitaxel.
- 5-fluorouracilo.
- Vincristina.
Estes medicamentos podem ser administrados em combinações diferentes e são frequentemente associados com mitotano.
Os quimioterápicos não só destroem as células cancerosas, mas também danificam algumas células normais, o que pode levar a diversos efeitos colaterais. Esses efeitos dependem do tipo de medicamento utilizado, dose administrada e tempo de tratamento, podendo incluir:
- Náuseas e vômitos.
- Perda de apetite.
- Perda de cabelo.
- Erupções cutâneas nas mãos e nos pés.
- Aftas.
- Diminuição das taxas sanguíneas.
Como a quimioterapia pode danificar as células produtoras de sangue da medula óssea, os pacientes podem ter uma diminuição nas células sanguíneas, o que pode levar a:
- Aumento do risco de infecção.
- Hemorragia ou hematomas.
- Anemia.
A maioria dos efeitos colaterais é temporária e cessam após o término do tratamento. Mas os medicamentos quimioterápicos podem causar alguns efeitos de longa duração ou mesmo de forma permanente. Converse com seu médico sobre as medicações que serão utilizadas e os possíveis efeitos que você possa apresentar.
Alguns efeitos colaterais da quimioterapia podem durar mais tempo ou até mesmo ser permanentes. Por exemplo, a doxorrubicina pode danificar o músculo cardíaco ao longo do tempo. Seu médico observará a dose deste medicamento de perto, para se certificar de que a mesma não seja alta o suficiente para causar esse dano. A cisplatina e o paclitaxel podem provocar neuropatia, levando a formigamento doloroso e dormência nas mãos e pés. Isso tende a melhorar após o término do tratamento, mas pode não desaparecer completamente.
Fonte:
American Cancer Society (25/02/2015)