O que houve?
A Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) aprovou, nesta quarta-feira
(13), o
requerimento nº 747/18, que solicita a realização de audiência pública
sobre os desafios para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer de
cabeça e pescoço no país.
O objetivo é que o debate integre as ações do "Julho
Verde", campanha de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço. De
acordo com a deputada Flávia Morais (PDT-GO), autora do pedido para a realização da audiência, o tumor
de cabeça e pescoço é a denominação genérica de tumores que se originam de
várias regiões das vias aéreo-digestivas, como boca, língua, gengivas,
bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), seios
paranasais. É um problema de saúde pública em todo mundo, com cerca de 500 mil
novos casos diagnosticados a cada ano. No Brasil, a estimativa é de 40 mil
casos de câncer de cabeça e pescoço a cada ano, sobretudo na boca, esôfago
cervical, laringe e glândula tireoide. O câncer de boca chega a ser o 4º tipo
de tumor mais frequente em algumas regiões do país, ocorrendo 3 vezes mais em
homens do que em mulheres.
A deputada chama atenção para o diagnóstico tardio da doença que acaba causando
um impacto negativo na sobrevivência do paciente. "Nas últimas décadas,
percebe-se que a os pacientes vêm sendo diagnosticados com tumores de boca e
garganta em idade cada vez mais jovem. Além disso uma outra mudança também
ocorreu no gênero desses pacientes, com um aumento grande no aparecimento em
mulheres jovens. A maioria numa fase produtiva de vida e que perde a capacidade
de comunicar-se e/ou alimentar-se normalmente, provocando um isolamento e
exclusão não só social como também profissional, restringindo o convívio com
terceiros. O câncer de cabeça e pescoço, independentemente da modalidade
terapêutica escolhida: cirurgia, radio e/ou quimioterapia, causa sequelas
psicológicas e anato-funcionais irreversíveis para qualidade de vida do paciente”, disse.
Flávia Morais informou que entre os fatores de risco mais conhecidos estão o
tabaco e o consumo excessivo de álcool. O risco ainda aumenta quando se bebe e fuma
simultaneamente. Além de parar de fumar e beber, a adoção de hábitos saudáveis
é importante para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço.
A deputada citou o "Julho Verde" como forma de orientar a população sobre formas
de prevenção e de tratamento da doença. Segundo ela, a ação ao longo do
referido mês busca mobilizar a população para que tenha consciência sobre os
principais fatores de risco, saiba como ter acesso ao diagnóstico e conheça as
possibilidades de tratamento. Flavia Morais destacou que a proposta de
audiência tem o objetivo de fazer com que a Câmara dos Deputados seja
parte do "Julho Verde".
Foram convidados para o debate:
- Representante da Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil).
- Representante do Instituto Oncoguia.
- Representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
- Representante da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
- Representante do Ministério da Saúde.
E agora?
A data para a realização da audiência pública será definida posteriormente.