Novidades no tratamento da leucemia mieloide aguda (LMA)

Muitas pesquisas sobre leucemia mieloide aguda estão em desenvolvimento em diversos centros médicos no mundo inteiro, promovendo grandes avanços em diagnósticos e tratamentos. Confira alguns deles.

  • Genética

A maior compreensão dos genes (DNA) envolvidos em certas translocações que frequentemente ocorrem na leucemia mieloide aguda estão permitindo entender como essas células se tornam anormais. Os médicos agora estão tentando aprender como usar essas alterações para determinar o prognóstico de um paciente e se ele deve receber um tratamento mais ou menos intensivo.

  • Detecção de doença residual mínima

O progresso na compreensão das alterações do DNA na leucemia mieloide aguda já proporcionou um exame altamente sensível para a detecção de doença residual mínima após o tratamento, quando poucas células leucêmicas estão presentes e não podem ser detectadas por meio de exames de rotina da medula óssea.
 
O exame da reação em cadeia da polimerase (PCR) pode identificar as células da leucemia mieloide aguda baseada em translocações ou rearranjos dos genes. Esse exame pode detectar uma célula leucêmica entre milhares de células normais. O PCR pode ser útil para determinar se a quimioterapia destruiu completamente as células da leucemia mieloide aguda.
 
Atualmente, os pesquisadores estão tentando avaliar se os pacientes com doença residual mínima se beneficiarão de um ou mais tratamento intensivo.

  • Quimioterapia

A quimioterapia ainda é o principal tratamento para a maioria dos tipos de leucemia mieloide aguda. Vários estudos estão em andamento para encontrar a combinação de medicamentos quimioterápicos mais eficaz que limitará os efeitos colaterais indesejados. Isso é especialmente importante para pacientes mais velhos, que muitas vezes têm mais dificuldade para tolerar os tratamentos atuais.
 
Os pesquisadores estão estudando novos medicamentos quimioterápicos para uso na leucemia mieloide aguda, incluindo:

  1. Sapacitabine, um tipo de medicamento que se mostrou promissor como opção de tratamento para pacientes idosos.
  2. Laromustine, também avaliado como uma opção para uso em adultos com leucemia mieloide aguda.
  3. Guadecitabina, se mostrou promissor nos estudos preliminares.

A eficácia da quimioterapia pode ser limitada, em alguns casos, porque as células leucêmicas tornam-se resistentes a ela ao longo do tempo. Atualmente, os pesquisadores estão buscando maneiras de prevenir ou reverter essa resistência.

  • Transplante de células-tronco

Os pesquisadores continuam aprimorando os transplantes de células-tronco para tentar aumentar sua eficácia, reduzir as complicações e determinar quais pacientes têm maiores probabilidades de serem beneficiados por esse tratamento. Muitos estudos estão em andamento para determinar exatamente a melhor técnica (autólogo, alogênico ou mini-transplante) de transplante.

  • Terapia-alvo

Novas terapias-alvo que atuam especificamente em algumas alterações genéticas observadas na leucemia mieloide aguda estão se tornando importantes no tratamento para alguns pacientes. Alguns exemplos incluem:

  1. Inibidores de FLT3. Em alguns pacientes as células leucêmicas têm uma mutação no gene FLT3. Medicamentos recentes, denominados inibidores de FLT3, atingem as células com essa alteração genética. O midostaurin e o gilterinibe estão aprovados para uso no tratamento de pacientes com essa mutação. Outros inibidores de FLT3, como o crenolanibe também mostrou atividade contra a leucemia mieloide aguda em estudos preliminares e estão sendo avaliados em novos estudos.
  2.  Inibidores da IDH. Em alguns pacientes, as células leucêmicas têm uma mutação no gene IDH1 ou IDH2, o que as impede de amadurecer adequadamente. Os inibidores da IDH ajudar as células a amadurecer em células sanguíneas normais. Alguns desses medicamentos, como o enasidenibe e o ivosidenibe, estão aprovados para o tratamento da leucemia mieloide aguda com mutações no gene IDH. Vários outros inibidores da IDH estão sendo estudados.
  3. Inibidores de histona-desacetilase (HDAC), como vorinostat e panobinostate.
  4. Inibidores de BCL-2, como venetoclax.
  5. Inibidores de quinase tipo polo (PLK), como alisertibe.
  • Imunoterapia

O objetivo da imunoterapia é estimular o sistema imunológico do organismo a destruir as células cancerígenas.
 
Anticorpos monoclonais. Esses medicamentos são produzidos a partir de proteínas do sistema imunológico (anticorpos). Um anticorpo é uma proteína que adere a outra proteína específica denominada antígeno. Os anticorpos circulam pelo organismo até encontrarem e se ligarem ao antígeno. Uma vez ligados, podem recrutar outras partes do sistema imunológico para destruírem as células que contêm o antígeno.
 
O gemtuzumabe ozogamicina é um anticorpo monoclonal, aprovado para tratar a leucemia mieloide aguda em alguns pacientes. Vários outros anticorpos monoclonais também estão sendo estudados.
 
Inibidores do controle imunológico. Uma parte importante do sistema imunológico é sua capacidade de não atacar as células normais no corpo. Para isso, ele usa ponto de verificação nas células do sistema imunológico que precisam ser ligadas (ou desligadas) para iniciar uma resposta imune. As células cancerígenas utilizam esses pontos de controle para evitar o ataque do sistema imunológico. Os medicamentos imunoterápicos modernos têm como alvo esses pontos de controle, reestabelecendo a atividade destas células da imunidade no combate às células cancerosas. Esses medicamentos se mostraram úteis contra muitos tipos de câncer nos últimos anos e agora estão também sendo estudados para uso na leucemia mieloide aguda.
 
Terapia com células T CAR. É uma nova forma promissora de levar o sistema imunológico a combater a leucemia. Nesta técnica, as células T do sistema imunológico são removidas do paciente e alteradas em laboratório para receberem substâncias específicas, denominadas receptores de antígeno quimérico ou CAR, que ajudarão a se ligar às células leucêmicas. As células T são então cultivadas em laboratório e infundidas de volta no sangue do paciente, onde procurarão as células leucêmicas para atacá-las.
 
Esta técnica mostrou resultados promissores em estudos clínicos preliminares contra alguns tipos de leucemias avançadas e de difícil tratamento. Embora ainda não esteja claro se vai ser útil contra a leucemia mieloide aguda, os estudos clínicos estão em andamento. Uma preocupação com este tratamento é que alguns pacientes tiveram efeitos colaterais importantes, incluindo febre alta e diminuição da pressão arterial após o tratamento. Os pesquisadores estão estudando como gerenciar estes efeitos colaterais.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 24/06/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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