Não há base científica para dizer que adicionar limão ou laranja à Coca-Cola causa câncer
Não há sustentação científica para dizer que beber Coca-Cola com rodelas de limão ou laranja seja capaz de aumentar o risco de câncer. A alegação enganosa é feita em postagens publicadas por uma pessoa que diz ser estudante de biomedicina, em vídeo postado no TikTok e no Instagram. Ela afirma que o refrigerante possui o conservante benzoato de cálcio que ao ser misturado à vitamina C presente nas frutas cítricas resulta na formação da substância benzeno, que é tóxica. Estudos apontam que a formação de benzeno por meio da mistura de benzoato de sódio e ácido ascórbico (vitamina C) só ocorre em condições físico-químicas específicas. Os níveis de benzoato de sódio atualmente seguem os níveis de segurança estabelecidos pelas agências regulatórias.
Conforme a doutora em Ciência de Alimentos Cristiane Vieira Helm, pesquisadora da Embrapa, a literatura científica sustenta, ainda, que essa reação necessita de grande quantidade de ácido ascórbico. “A maior parte do que tem na laranja e no limão, na verdade, é ácido cítrico. Tem ácido ascórbico? Tem, mas não em quantidade suficiente para chegar a desenvolver essa reação química e formar alta concentração de benzeno, até porque precisaria das condições de temperatura e luz. Não acredito que isso ocorra”, diz.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz se tratar de “especulação sem a sustentação científica necessária” afirmar que a adição, no momento do consumo, de frutas cítricas aos produtos que contenham benzoato seja capaz de formar benzeno. Atualmente, a Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora de alimentos norte-americana, considera não haver preocupação de segurança para os consumidores que ingerem produtos com essas substâncias na formulação.
No vídeo checado, uma legenda alarmista diz “atenção, perigo! Coca-Cola com limão”. Para defender a teoria enganosa, ela usa como referência o artigo Estudo da formação de benzeno em bebidas contendo o conservante benzoato de sódio, publicado pela Revista Oswaldo Cruz. O texto não confirma a afirmação feita no vídeo checado porque não cita em nenhum momento a adição de frutas no momento do consumo. Propõe, sim, cuidados na produção e na embalagem dos produtos.
O estudo analisa que sob determinadas condições – principalmente exposição à luz e calor – a combinação de um ácido benzóico – como o benzoato de sódio – com o ácido ascórbico (vitamina C) pode formar benzeno em níveis muito baixos – medidos em partes por bilhão (ppb) – em bebidas como refrigerantes e sucos industrializados. Destaca que fatores como a embalagem utilizada e o tempo de armazenamento do refrigerante tem papel preponderante. O estudo não cita, em qualquer momento, que adicionar frutas no momento do consumo seja suficiente para formar a substância perigosa.
A Anvisa reforça que não basta a presença do aditivo benzoato e do ácido ascórbico para que a formação do benzeno ocorra, pois esta reação depende de outros condicionantes físico-químicos específicos. A mesma ressalva é feita no estudo: “No entanto, a presença de ambos (benzoato de sódio e ácido ascórbico) não indica necessariamente a presença de benzeno nos produtos.”
A Anvisa informou não ter recebido denúncias ou demandas relativas a casos recentes de refrigerantes ou outras bebidas contaminadas pelo benzeno.
Benzeno em bebidas
O benzeno é uma substância com efeitos danosos à saúde e que provoca vômitos, tontura, sonolência, convulsões, taquicardia, coma e até morte se ingerido em altas concentrações. A exposição nestes níveis está geralmente relacionada a ambientes de trabalho inadequados. A Anvisa alerta, contudo, que uma exposição por longos períodos a baixas concentrações – comum por inalação da substância presente no ar, como resultado da poluição ambiental – também é preocupante, já que o benzeno é considerado carcinogênico.
Nas bebidas, explica a FDA, a presença do benzeno foi percebida em alguns refrigerantes em 1990. Na época, a indústria informou à agência que a substância poderia se formar em níveis baixos nos produtos que continham sais de benzoato e ácido ascórbico. Foram iniciadas pesquisas para identificar os fatores que contribuem para a formação de benzeno, concluindo ser uma reação possível devido à exposição à temperatura e luz elevadas.
O Centro de Segurança Alimentar e Nutrição Aplicada (CFSAN) testou para a substância quase 200 amostras de refrigerantes e outras bebidas entre 2005 e 2007, identificando apenas 10 produtos com mais de 5 ppb de benzeno, nível máximo permitido pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos para a água potável. Os itens foram descontinuados ou reformulados e, após isso, a CFSAN testou novas amostras identificando que os níveis de benzeno estavam inferiores a 1,5 ppb.
A FDA destaca que estes resultados indicam que os níveis de benzeno encontrados nas bebidas não representam uma preocupação de segurança para os consumidores. A Anvisa também ressalta que estudos que avaliaram as mudanças adotadas mostraram sua assertividade na redução dos níveis de benzeno.
No Brasil, explica a agência, não é permitida a adição de benzeno nas bebidas, mas a água pode ser uma eventual fonte de contaminação. Para fins de controle, o Ministério da Saúde aceita um limite de 5 mg/l da substância nas águas destinadas ao consumo humano.
Benzoato de sódio está apenas na Coca-Cola Sem Açúcar
Ao Estadão Verifica, a Coca-Cola Company disse que utiliza o conservante benzoato de sódio apenas na Coca-Cola Sem Açúcar para manter o sabor e evitar que estrague. A fórmula da Coca-Cola Sabor Original não contém o ingrediente e em nenhuma das duas é acrescentado o ácido ascórbico. “Os conservadores que são utilizados foram aprovados como seguros para uso alimentar por autoridades globalmente reconhecidas”, diz a empresa, citando o Comitê de Peritos em Aditivos Alimentares da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, a FDA e a Anvisa. Os ingredientes presentes nas bebidas estão declarados no rótulo dos produtos.
A reportagem procurou a responsável pelas postagens e também as autoras do artigo citado por ela, mas não obteve retorno até o momento.
Este conteúdo também foi verificado por Boatos.org.
Fonte: Estadão
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