Maioria dos casos de câncer de pulmão não dá sinais iniciais; saiba mais

Considerados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a principal causa de mortes por câncer em 2020, os tumores de pulmão fizeram 1,8 milhão de vítimas nesse mesmo ano, de acordo com a entidade.

  • É o segundo tipo de câncer mais prevalente no mundo (perdendo para câncer de mama), com 2,21 milhões de casos diagnosticados no mesmo período.
  • No Brasil, os dados mais recentes do Inca (Instituto Nacional do Câncer) indicam que o câncer de pulmão é o quarto mais frequente entre a população (com exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, considerado o mais frequente no país).

"Os sinais de alerta para a doença são tosse, falta de ar e dor no peito", afirma Clarissa Mathias, oncologista do Grupo Oncoclínicas e ex-presidente da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), de Salvador (Bahia).

"No entanto, é bom reforçar que os sintomas geralmente não ocorrem até que a doença já esteja em um estágio mais avançado, o que compromete as chances de cura e qualidade de vida do paciente", alerta a especialista.

Por isso, assim como outros tipos de câncer, o diagnóstico precoce, geralmente antes dos sinais iniciais da doença surgirem, é muito importante para o sucesso do tratamento.

Foi o caso, por exemplo, da cantora Rita Lee, que foi diagnosticada com um tumor no pulmão esquerdo após um exame de rotina em 2021. Em 2022, após tratamento, a família anunciou a remissão da doença.

No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 16% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em estágio inicial (tumor localizado). Atualmente, a recomendação é de que apenas as pessoas com alto risco para a doença passem por exames periódicos de rastreio.

Como é feito o diagnóstico do câncer de pulmão?

  • O diagnóstico do câncer de pulmão é realizado a partir de exames de imagem como a tomografia computadorizada do tórax e o raio-X.
  • A partir dos resultados, o médico pode requisitar uma biópsia --a retirada de uma pequena amostra de tecido pulmonar para análise em laboratório.

"Os exames de imagem apresentam uma suspeita, mas apenas a biópsia é capaz de confirmar ou não a malignidade dos achados desses exames" explica Suellen Nastri, médica oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Se o tumor for confirmado, o médico deve solicitar ainda novos exames para determinar em que estágio o câncer se encontra. A classificação varia de 1 a 4: I para quando a doença se limita ao pulmão e IV quando ela já está avançada e se espalhou para outras áreas do corpo.

Para evitar uma exposição desnecessária à radiação desses exames, a realização deles de forma periódica (uma vez ao ano) é feita apenas para aqueles pacientes com risco alto para desenvolver a doença.

"Não é recomendado para toda a população e, ainda, o exame é feito com baixa dose de radiação, uma quantidade menor do que as tomografias realizadas de rotina em outros pacientes", explica a médica Ana Clara Pereira de Vasconcelos, especialista em doenças pulmonares intersticiais do Hospital da Bahia.

Quem tem alto risco para a doença?

O principal fator de risco é o tabagismo. "Sabemos hoje que cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao uso do cigarro", diz Luiz Henrique Araújo, coordenador de oncologia do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, e head de oncologia da Dasa Genômica.

"O restante dos pacientes geralmente desenvolve a doença por ser fumante passivo, contato com poluição em excesso ou produtos químicos", diz. "Os casos de não fumantes existem, mas são raros e ainda não temos clara a explicação para eles", revela.

Por isso, a recomendação da realização de exames de rastreio é feita para pacientes entre 55 e 80 anos, fumantes ou ex-fumantes que pararam há menos de 15 anos, e que tenham uma "carga de fumo" de pelo menos 20 maços por ano nesse período.

"Para chegar a esse valor, multiplicamos o total de maços consumidos por dia pelo total de anos em que o paciente já fumou", explica Vasconcelos.

Quais os principais sintomas do câncer de pulmão?

  • Tosse persistente;
  • Catarro com sangue;
  • Dor no peito;
  • Dor dos ossos;
  • Dor de cabeça;
  • Rouquidão;
  • Falta de ar;
  • Perda de peso e de apetite sem causa aparente;
  • Pneumonia recorrente ou bronquite;
  • Cansaço;
  • Fraqueza.

Como é feito o tratamento?

Embora seja considerado um câncer bastante letal, felizmente os tratamentos para os tumores de pulmão experimentaram um grande avanço nos últimos anos, permitindo maiores chances de cura e controle da doença nos pacientes que não podem mais serem curados.

"É uma das doenças que mais teve avanços nos últimos dez anos, aumentando inclusive a estimativa de sobrevida após o diagnóstico", avalia Araújo.

Uma das descobertas envolve justamente o uso da genética para descobrir mutações específicas que causam o crescimento do tumor. Nesses casos, é possível usar medicamentos para atacar essas mutações —a chamada terapia-alvo.

Outras formas de tratamento envolvem cirurgia (retirada do tumor e, em alguns casos, até mesmo do pulmão inteiro) e o uso, combinado ou não, de terapias como radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.

Tudo depende, no entanto, do estado geral de saúde do paciente e do estágio em que o câncer se encontra quando foi descoberto. Dessa forma, o tratamento é considerado bastante individualizado e personalizado.

E, como a maioria dos cânceres, o de pulmão também tem maiores chances de cura se for descoberto de forma precoce. "Pacientes em estágio I da doença têm taxas de cura entre 70% e 90% em cinco anos", afirma Nastri.

É possível prevenir?

Sim. Como dissemos, a grande maioria dos cânceres de pulmão estão ligados —direta ou indiretamente— ao cigarro. Por isso, a primeira questão é justamente não fumar ou, se for fumante, parar o quanto antes com o hábito.

Além disso, outras medidas que podem ajudar a reduzir os riscos para a doença são:

  • Evitar ficar em ambientes com fumantes (para evitar a inalação da fumaça);
  • Adotar uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais e grãos integrais;
  • Praticar atividade física;
  • Evitar exposição a agentes químicos que possam provocar câncer (como arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes em determinados ambientes de trabalho.

Fonte: Viva Bem - UOL

Este conteúdo ajudou você?

Avaliação do Portal

1. O conteúdo que acaba de ler esclareceu suas dúvidas?
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
2. De 1 a 5, qual a sua nota para o portal?
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
3. Com a relação a nossa linguagem:
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
4. Como você encontrou o nosso portal?
5. Ter o conteúdo da página com áudio ajudou você?
Esse site é protegido pelo reCAPTCHA e a política de privacidade e os termos de serviço do Google podem ser aplicados.
Multimídia

Acesse a galeria do TV Oncoguia e Biblioteca

Folhetos

Diferentes materiais educativos para download

Doações

Faça você também parte desta batalha

Cadastro

Mantenha-se conectado ao nosso trabalho