[LINFOMA NÃO HODGKIN] Mario Jorge Guimarães Veiros

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?
 
Nome: Mario Jorge Guimarães Veiros.
Idade: não tenho idade, tenho vida (63 anos).
Cidade/estado: Florianópolis – SC.
O que gosto de fazer: conhecer pessoas e falar em público.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?

Mario Jorge - Após ministrar uma palestra na casa do médico (APM de Marília), minha perna direita estava totalmente inchada.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu?

Mario Jorge - Não tive mudanças de temperamento. Senti uma vontade imensa de saber de tudo e ir à luta.

Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?

Mario Jorge - Apenas saber aonde ir para o tratamento.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Mario Jorge - Após ter sido identificado, pelo médico vascular, que havia alguma coisa na minha região retro-peritonial, através de uma tomografia, fui à procura de um oncologista, conforme sua orientação. Fiz uma ressonância magnética a pedido da minha amiga Dra. Márcia Momesso, depois que fui operado na Santa Casa de Marília, pelo meu amigo Milton Nakano, em que foi retirado 47 centímetros do intestino delgado.

Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento?

Mario Jorge - Meu câncer, um linfoma não Hodgkin, ocorreu entre os anos 2006/2007, portanto, não estou mais em tratamento.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê?

Mario Jorge - Acho que é a quimioterapia. As duas primeiras quimios foram terríveis. Água, arroz, feijão,etc, tudo metalizado (gosto de ferrugem). Daí pra frente, a partir do momento que passei a receber através do meu cateter o medicamento Mabtera, o mundo era outro, ficou tudo normal.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?

Mario Jorge - Não tive efeitos colaterais, exceto pela queda do cabelo e, somente, nas duas primeiras químios.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Mario Jorge - Sempre foi positiva. Ótima.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Mario Jorge - Com nenhum outro.

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?

Mario Jorge - Não. Quando você tem fé como eu tenho, você é o seu próprio psicólogo.

Instituto Oncoguia - E com nutricionista?

Mario Jorge - Não. Comia normalmente, nada mudou.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Mario Jorge - Tudo dentro da normalidade. Exceto pela cirurgia que tive que fazer posteriormente (hérnia). Como sou muito agitado, não tive o cuidado de seguir as recomendações médicas do pós-operatório e acabei arrebentando tudo aquilo que tinha sido colocado dentro de mim para a correção da hérnia. Com isso, minha barriga/abdômen cresceu, mas tudo bem, sem nenhum problema.

Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Mario Jorge - Bem, sem falsa modéstia, acho que o meu trabalho é maravilhoso.  Faço palestras sobre medula óssea, causa que abracei em maio de 2004, onde, através do hemocentro, levei para Marília e região a campanha sobre o cadastro de medula óssea, após ter recebido um convite da presidente da Ameo (Dra. Carmen Vergueiro), onde a ideia era levar o cadastro para os municípios que não os possuía. Assim sendo, após estar aposentado, tornei-me relações públicas voluntário do hemocentro de Marília e daí a coisa foi crescendo.

Resolvi mudar-me para Florianópolis, pois já estava divorciado e o meu apartamento, onde minhas filhas moraram, estava vago, com o firme propósito de desenvolver em Floripa o mesmo trabalho. Minha intenção é voar mais alto, ou seja, fazer palestras por todo o Brasil, só que, para isso, vou precisar de um patrocinador a nível nacional, para custear minhas despesas com passagens, hospedagens, refeições e alguns gastos extras como taxi do aeroporto/hotel/aeroporto. Minhas palestras são inteiramente gratuitas, não quero, não desejo e nem penso em receber nenhuma compensação financeira pela realização das mesmas, faço-as por amor à causa que abracei. Vocês podem saber o que faço e toda minha trajetória, através do meu blog: www.umaesperancadevida.com.

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Mario Jorge - Que não se desespere. que tenha fé. Quando digo ter fé, não é aquela fé da boca pra fora, mas sim, aquela fé que já está alojada no coração, no pensamento. Se a pessoa, ao longo da vida, aprendeu a ser feliz, isso é muito importante, continue a ser feliz. Sorria, abrace, beije, ajude de alguma forma as outras pessoas.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Mario Jorge - Na minha opinião, é como qualquer coisa diferente que veio a acontecer na vida de cada um, e que ele simplesmente vai querer saber do que se trata. É uma curiosidade normal. Acredito que essa curiosidade é a partir do momento em que a pessoa toma conhecimento e não ao longo do tratamento.

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar? De que maneira?

Mario Jorge - Apenas quando tive a informação do diagnóstico, junto aos próprios médicos.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?  

Mario Jorge - Fui, por 8 anos, relações públicas voluntário do hemocentro de Marília. Foi através dos contatos que mantinha e de suas inserções.