Leucemia é um dos tipos de câncer mais comuns em crianças; conheça os sintomas
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).
Até 2025, o Brasil deve ter 34,6 mil novos casos de leucemia, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O número compõe as várias formas dessa doença que afeta cada vez mais o mundo.
O Fevereiro Laranja é mês de conscientização para prevenção, diagnóstico e combate à leucemia. A iniciativa destaca que, quando identificada precocemente e tratada, a doença pode ser curada ou controlada.
As leucemias são formas de câncer que podem ocorrer em qualquer fase da vida, podendo ter manifestações agudas ou crônicas. Existem mais de 12 tipos de leucemias, sendo quatro consideradas mais recorrentes: a leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (LLC).
De acordo com o Inca, em comum, elas têm como característica afetar a medula óssea, comprometendo sua função, e tendo como repercussões danos ao sistema imunológico, o que leva à ocorrência de infecções potencialmente severas, além de anemia e risco de sangramentos espontâneos, por comprometer a produção dos glóbulos vermelhos e das plaquetas, respectivamente.
Em 2020, a doença levou à morte de 6.738 pessoas. “Existem leucemias mais agressivas, que demandam tratamento intensivo e rápido, mas também existem os quadros que são curáveis e, quando não é possível, temos muitos casos de pacientes que, com o tratamento, conseguem manter o câncer sob controle”, afirma o médico Ricardo Bigni, chefe do serviço de hematologia do Inca, em comunicado.
De acordo com o especialista, ao contrário de outros tipos específicos de câncer, em que determinado fator mostra relação direta com o desenvolvimento da doença, nas leucemias, na maioria das vezes, não é possível estabelecer essa relação.
Evolução e tratamento
O tipo de leucemia depende do tipo de célula sanguínea que se torna cancerosa. Além disso, o que vai caracterizar se a doença é aguda ou crônica é a rapidez com que ela cresce.
A leucemia ocorre mais frequentemente em adultos com mais de 55 anos, mas também é o câncer mais comum em crianças menores de 15 anos, de acordo com Inca.
Em crianças e adultos jovens, normalmente a condição aguda é mais frequente, ou seja, com evolução mais rápida da doença. Por outro lado, em pacientes acima dos 50 anos predominam as leucemias crônicas.
As manifestações clínicas mais comuns da leucemia são:
- Aumento de volume de linfonodos, popularmente chamados de ínguas;
- cansaço e perda ou diminuição da força física, decorrentes de anemia;
- manifestações hemorrágicas, como sangramento de mucosas (como gengiva) ou manchas roxas na pele
Alterações como estas devem ser observadas e motivar investigações mais profundas. O principal exame de sangue para suspeita inicial do diagnóstico de leucemia é o hemograma.
Nas leucemias agudas, o tratamento envolve quimioterapia e imunoterapia, controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou tratamento da infiltração no sistema nervoso central, que envolve cérebro e medula espinhal. Para alguns casos de leucemia, é indicado o transplante de medula óssea (veja abaixo). O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para leucemia em todos os estados e no Distrito Federal.
“É esperado que os pacientes também necessitem de transfusões de sangue como suporte à terapia, o que faz com que a conscientização da população quanto à importância da doação de sangue seja fundamental. Também deve ser lembrado que, para algumas formas de leucemia, pode ser necessário o emprego do transplante de medula óssea para obtenção da cura, quando o tratamento quimioterápico não consegue proporcionar este resultado”, afirma Bigni.
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento para formas específicas de leucemias e linfomas, e consiste na ação de um protocolo de quimioterapia intensivo e a substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais, com o objetivo de reconstituir uma medula saudável.
O transplante pode ser autogênico/autólogo, quando as células tronco da medula óssea são obtidas do próprio paciente, ou alogênico, quando a medula é de um doador aparentado ou não. O procedimento também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue de um doador ou do sangue de cordão umbilical.
Fonte: CNN Brasil
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