Imunoterapia para leucemia linfoide aguda (LLA)

A imunoterapia é o uso de medicamentos para ajudar o próprio sistema imunológico do paciente a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma eficaz. Alguns tipos de imunoterapia são usados em determinadas no tratamento da leucemia linfoide aguda em determinadas situações.
 
Anticorpos monoclonais
 
Os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico do organismo para combater as infecções. Os anticorpos monoclonais produzidos em laboratório são concebidos para atacar um alvo específico, como uma proteína sobre a superfície das células leucêmicas.
 
Blinatumomabe
 
Blinatumomabe é um tipo especial de anticorpo monoclonal porque pode ser anexado a duas proteínas diferentes simultaneamente. Uma parte do blinatumomabe é ligada à proteína CD19, que é encontrada nas células B, incluindo algumas células de leucemia e linfoma. Outra parte é ligada à CD3, uma proteína encontrada nas células do sistema imunológico (células T). Ao se ligar a ambas as proteínas, esse medicamento induz o sistema imunológico a atacar às células cancerígenas.
 
Este medicamento é usado no tratamento da leucemia linfoide aguda de células B. É administrado por via intravenosa, como uma infusão contínua ao longo de 28 dias. Ele pode ser repetido por mais ciclos com duas semanas de descanso entre os ciclos. Devido a determinados efeitos colaterais graves que ocorrem com mais frequência no início do tratamento, o paciente normalmente é internado em hospital ou clínica, pelo menos, para os dois primeiros ciclos.
 
Os efeitos colaterais mais frequentes são febre, dor de cabeça, inchaço dos pés e das mãos, náuseas, tremores, erupções cutâneas, constipação e diminuição dos níveis de potássio. Também pode provocar diminuição dos glóbulos brancos, o que aumenta o risco de infecção.
 
Este medicamento também pode provocar problemas neurológicos, como convulsões, dificuldade para falar ou fala arrastada, desmaios, confusão e perda de equilíbrio.
 
Alguns pacientes apresentam reações graves durante a infusão do medicamento. Os sintomas podem incluir tontura, dor de cabeça, náuseas, febre ou calafrios e falta de ar. Se tiver qualquer um desses sintomas comunique, imediatamente, seu médico, para  interromper o tratamento, e para que o efeito colateral seja tratado.
 
Inotuzumabe ozogamicina
 
Este medicamento é um anticorpo anti-CD22 ligado a um medicamento quimioterápico. As células B (incluindo algumas células leucêmicas) geralmente têm a proteína CD22 em sua superfície. O anticorpo age como um sinal de direção, conduzindo o medicamento quimioterápico para as células leucêmicas, destruindo-as quando elas tentam se dividir em novas células.
 
Esse medicamento é usado no tratamento de alguns tipos de células B, quando a quimioterapia não está mais respondendo. É administrado por infusão intravenosa, uma vez por semana, durante três ou quatro semanas seguidas.
 
Os efeitos colaterais mais frequentes são diminuição das taxas sanguíneas (com risco aumentado de infecção, hemorragia e fadiga), febre, náusea, dor de cabeça, dor abdominal e altos níveis sanguíneos de bilirrubina.
 
Os efeitos colaterais menos frequentes, porém importantes, podem incluir problemas hepáticos (incluindo doença veno-oclusiva), reações durante a infusão (similar a uma reação alérgica), infecções e alterações no ritmo cardíaco.
 
Terapia com células T CAR
 
Neste tratamento, células T são removidas do sangue do paciente e geneticamente alteradas em laboratório para identificar as células cancerígenas adicionando receptores específicos (denominados receptores de antígenos quiméricos, ou CAR) em sua superfície. Esses receptores podem se ligar a proteínas nas células leucêmicas. As células modificadas são infundidas de volta ao paciente para destruir as células leucêmicas.
 
Neste tratamento, as células T são retiradas do sangue durante um processo chamado leucoferese. As células são congeladas e enviadas para um laboratório, onde são transformadas em células T CAR e modificadas. Para o tratamento em si, o paciente normalmente fica em tratamento quimioterápico por alguns dias para preparar o organismo. Só então as células T CAR são coletadas por infusão intravenosa. Como esse tratamento pode apresentar efeitos colaterais importantes, deve ser administrado em hospital especializado.
 
Brexucabtagene autoleucel. Este medicamento é usado no tratamento de adultos com leucemia linfoide aguda de células B recidivado ou que não está respondendo a outros tratamentos.
 
Tisangenlecleucel. Este medicamento é usado no tratamento da leucemia linfoide aguda de células B, de crianças e adultos jovens até 25 anos, que recidivou ou que não responde ao tratamento.
 
          Efeitos colaterais da terapia com células T CAR
 
Síndrome de liberação de citocinas. Essa síndrome ocorre quando as células T liberam substâncias químicas (citocinas) que aumentam o sistema imunológico. Isso pode acontecer dentro de alguns dias ou semanas após o tratamento e pode ser fatal. Os sintomas podem incluir febre alta e calafrios, problemas respiratórios, náuseas e vômitos, diarreia, dores musculares ou articulares e tonturas.
 
Problemas no sistema nervoso. Esse medicamento pode ter efeitos importantes no sistema nervoso, resultando em sintomas como dores de cabeça, alterações de consciência, confusão ou agitação, convulsões, problemas para falar e entender e perda de equilíbrio.
 
Outros efeitos colaterais. Outros possíveis efeitos colaterais importantes podem incluir infecções graves e diminuição das taxas sanguíneas, que podem aumentar o risco de infecções, fadiga e hematomas ou sangramento.
 
É importante comunicar qualquer efeito colateral ao seu médico, imediatamente, para que ele possa gerenciar e tratar esses efeitos.
 
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Imunoterapia.
 
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
 
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 08/10/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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