A imunoterapia é um tratamento que estimula o sistema imunológico do paciente ou usa versões artificiais das partes normais do sistema imunológico para destruir as células do linfoma ou retardar seu crescimento.
Anticorpos Monoclonais
Anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico do corpo para combater as infecções. Os anticorpos monoclonais podem ser desenhados para atacar um alvo específico, como uma substância na superfície de linfócitos (células onde os linfomas se iniciam).
Vários anticorpos monoclonais são utilizados atualmente no tratamento do linfoma não Hodgkin.
Existem vários anticorpos monoclonais que têm como alvo o antígeno CD20, uma proteína encontrada na superfície dos linfócitos B. Eles incluem:
Esses medicamentos são infundidos via intravenosa, podendo demorar várias horas, dependendo do medicamento. Todos eles podem provocar efeitos colaterais durante a infusão ou após várias horas do término. A maioria desses efeitos é leve, como prurido, calafrios, febre, náuseas, erupções cutâneas, fadiga e dores de cabeça. Efeitos colaterais mais severos também podem ocorrer durante a infusão, incluindo dor torácica, aumento do ritmo cardíaco, inchaço da face e língua, tosse, problemas respiratórios, tonturas e sensação de desmaio. Para prevenir esses tipos de reações são administrados medicamentos antes de cada infusão.
Existe também uma forma de rituximabe que é administrado subcutâneo e está aprovado para pacientes com linfoma folicular, linfoma difuso de grandes células B e leucemia linfocítica crônica. Os possíveis efeitos colaterais incluem reações locais na pele, como vermelhidão no local onde o medicamento é injetado, infecções, diminuição dos glóbulos brancos, náusea, fadiga e constipação.
Todos esses medicamentos podem ativar infecções de hepatite B dormentes, o que pode levar a problemas graves de fígado ou até mesmo a morte. Por esse motivo, o médico pode solicitar exames de sangue para detectar sinais de uma infecção por hepatite antiga. Se o sangue do paciente apresentar sinais de uma infecção antiga por HBV, o médico solicitará exames de sangue durante o tratamento para diagnosticar se o vírus se tornou ativo. Se isso acontecer, a administração do medicamento será interrompida. Outros efeitos colaterais podem ocorrer dependendo do medicamento. Converse com seu médico para saber que tipo de reações você pode esperar.
O alemtuzumab é um anticorpo específico para o antígeno CD52. É útil, em alguns casos de linfoma linfocítico células pequenas/leucemia linfoide crônica e também alguns tipos de linfomas de células T periféricas. Ele é administrado via intravenosa, geralmente 3 vezes por semana, durante 12 semanas. Os efeitos colaterais mais comuns são febre, calafrios, náusea e erupções cutâneas. Também pode provocar diminuição dos glóbulos brancos, aumentando o risco de infecções. Medicamentos antibióticos e antivirais são administrados para proteção, mas infecções importantes e até mesmo fatais ainda podem ocorrer.
O vedotin Brentuximabe é um anticorpo anti-CD30 ligado a um medicamento quimioterápico. O anticorpo age como um sinal levando o quimioterápico para as células do linfoma, provocando a morte das mesmas ao tentarem se dividir em novas células.
O brentuximabe pode ser usado para tratar alguns tipos de linfoma, principalmente se recidivou após outros tratamentos. É administrado via intravenosa a cada 3 semanas. Os efeitos colaterais comuns incluem neuropatia, diminuição das taxas sanguíneas, fadiga, febre, náuseas e vômitos, infecções, diarreia e tosse.
Inibidores do controle imunológico
Uma função importante do sistema imunológico consiste em sua capacidade de atacar as células normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de verificação; chamadas moléculas de controle imunológico em células imunológicas que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. Em inglês, são chamados de check point inhibitors, ou inibidores dos pontos de controle. As células cancerígenas, às vezes, usam esses pontos de controle para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Os medicamentos imunoterápicos modernos têm como alvo esses pontos de controle, reestabelecendo a atividade destas células da imunidade no combate às células cancerosas. Medicamentos, como o pembrolizumab, agem bloqueando esses pontos de controle, o que pode potencializar a resposta imunológica contra as células cancerígenas. O pembrolizumab pode ser usado no tratamento do linfoma primário de células B do mediastino que não respondeu ou recidivou após outros tratamentos.
Medicamentos como a talidomida e a lenalidomida são usados contra determinados tipos de câncer, afetando partes do sistema imunológico, embora não esteja exatamente claro seu mecanismo de ação. Às vezes, podem ser usados no tratamento de certos tipos de linfoma, geralmente, após outros tratamentos terem sido tentados.
Esses medicamentos são administradas diariamente por via oral. Os efeitos colaterais podem incluir diminuição dos glóbulos brancos (com risco aumentado de infecção) e neuropatia, que às vezes pode não desaparecer após o tratamento. Existe também um risco aumentado de formação de coágulos sanguíneos, especialmente com a talidomida. A talidomida também pode causar sonolência, fadiga e constipação severa.
Esses medicamentos podem causar defeitos congênitos graves se tomados durante a gravidez. Dado esse risco, a empresa que fabrica esses medicamentos restringe seu uso para evitar que mulheres grávidas ou que pretendam engravidar possam ser expostas aos medicamentos.
Terapia do receptor de antígeno quimérico de células T ("CAR T-Cells”)
A terapia com células T é uma forma nova e promissora de se obter células T imunológicas, que são modificadas em laboratório para identificar com mais avidez células malignas que contenham as proteínas estranhas, desencadeando um ataque imune maciço. As células T usadas na terapia com células T CAR são alteradas em laboratório para identificar as células cancerígenas específicas adicionando um receptor artificial, denominada receptor de antígeno quimérico ou CAR, o que permite a identificação dos antígenos específicos das células cancerígenas. Primeiro, as células T são coletadas do sangue do paciente usando um procedimento denominado leucoferese. Após a coleta, as células são geneticamente alteradas em laboratório para incluir um novo gene que contém uma proteína específica (um receptor de antígeno quimérico ou CAR) que direciona as células T para atingir e destruir células que têm o antígeno na superfície. As células modificadas são infundidas de volta ao paciente para destruir as células cancerígenas. A maioria das terapias com células T CAR ainda está sendo estudada e está disponível apenas em ensaios clínicos. Existe uma terapia com células T CAR aprovada para o tratamento de determinados tipos de linfoma de células B grandes.
O axicabtagene ciloleucel é um tipo de terapia com células T CAR para o tratamento de pacientes com linfoma difuso de grandes células B, linfoma primário de grandes células B, linfoma de células B de alto grau e linfoma difuso de grandes células B do linfoma folicular após pelo menos dois outros tipos de tratamento terem sido tentados. Os possíveis efeitos colaterais desse medicamento potencialmente fatais podem incluir febre alta, calafrios, sintomas similares aos da gripe e alterações neurológicas graves. Outros efeitos colaterais graves incluem infecção, diminuição das taxas sanguíneas e um sistema imunológico debilitado.
O tisagenlecleucel é outro tipo de terapia com células T CAR para o tratamento de pacientes com linfoma difuso de grandes células B, linfoma de células B de alto grau e linfoma difuso de grandes células B decorrentes do linfoma folicular após pelo menos dois outros tipos de tratamento terem sido tentados. Os efeitos colaterais potencialmente fatais podem incluir febre, dor de cabeça, baixa pressão arterial, ritmo cardíaco acelerado e dificuldade respiratória. Outros efeitos colaterais graves incluem infecção, diarreia, inchaço e náusea.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Imunoterapia.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo sobre Efeitos Colaterais do Tratamento.
Fonte: American Cancer Society (01/08/2018)
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