Exames de Laboratório para Diagnóstico e Classificação da Leucemia em Crianças

Os exames de laboratórios comumente utilizados para diagnosticar a leucemia em crianças são:

  • Exames microscópicos

Todas as amostras (medula óssea, linfonodos ou do líquido cefalorraquidiano) são estudadas sob microscópio. As amostras são analisadas quanto aos diferentes tipos de células sanguíneas, mudanças no número e aparência dessas células ajudam no diagnóstico da leucemia.

Um elemento-chave é se as células aparentam ser maduras (como as células sanguíneas normais) ou imaturas (ausência de características das células sanguíneas normais). As células imaturas são denominadas blastos. A presença de muitos blastos na amostra, especialmente no sangue, é um sinal típico de leucemia.

Uma característica importante de uma amostra de medula óssea é a sua celularidade. A medula óssea normal contém um determinado número de células formadoras de sangue e de gordura. A medula com muitas células formadoras de sangue é considerada hipercelular. Se forem diagnosticadas poucas células formadoras de sangue, a medula é denominada hipocelular.

  • Citometria de fluxo e imunohistoquímico

Esses exames são utilizados para imunofenotipagem – classificação de células leucêmicas com base em determinadas proteínas das próprias células. Esse teste é útil para determinar o tipo exato de leucemia. Essa técnica é muitas vezes usada para examinar as células da medula óssea, gânglios linfáticos e amostras de sangue e realizar o diagnóstico das leucemias.

Tanto para a citometria de fluxo quanto para a imunohistoquímica, as amostras de células são tratadas com anticorpos que se ligam a determinadas proteínas. Para a imunohistoquímica, as células são examinadas sob um microscópio para verificar se os anticorpos aderiram a elas, enquanto que para a citometria de fluxo é utilizado um equipamento especial de análise.

A citometria de fluxo pode também ser utilizada para estimar a quantidade de DNA presente nas células leucêmicas. Isto é importante, principalmente para leucemia linfoide aguda, porque as células com mais DNA do que o normal são muitas vezes mais sensíveis à quimioterapia, e têm melhor prognóstico.

A citometria de fluxo também pode ser usada para determinar a resposta ao tratamento e a existência de doença residual mínima em alguns tipos de leucemias.

  • Testes cromossômicos

As células humanas normais têm 23 pares de cromossomos, cada um com um certo tamanho e características sob o microscópio. Mas em alguns tipos de leucemia, as células têm alterações em seus cromossomos.

Por exemplo, às vezes, dois cromossomos trocam parte de seu DNA, de modo que parte de um cromossomo se une a parte de um cromossomo diferente. Essa alteração, chamada translocação, pode normalmente ser vista sob um microscópio. Outros tipos de alterações cromossômicas também são possíveis. Reconhecer essas mudanças ajuda a identificar determinados tipos de leucemias agudas e seu prognóstico.

Alguns tipos de leucemia têm células com um número anormal de cromossomos, em vez dos habituais 46, podem, portanto, faltar alguns cromossomos ou ter cópias extras de outros. Isso também pode afetar o prognóstico da criança. Por exemplo, na leucemia linfoide aguda, a quimioterapia é mais eficaz se as células tiverem mais de 50 cromossomos, sendo menos eficaz se as células tiverem menos de 46 cromossomos.

Diagnosticar esses tipos de alterações cromossômicas com testes de laboratório pode ser útil no prognóstico e resposta ao tratamento do paciente.

Citogenética. Nesse exame, os cromossomos das células leucêmicas são analisados para detectar qualquer anormalidade. Em alguns casos de leucemia, as células apresentam alterações cromossômicas visíveis ao microscópio.

Hibridização fluorescente in situ (FISH). Este é outro tipo de exame que avalia os cromossomos, usando corantes fluorescentes que só se ligam a partes específicas de cromossomos específicos. O FISH detecta a maioria das alterações cromossômicas (translocações), visíveis ao microscópio em exames citogenéticos, bem como alterações pequenas não visualizadas em exames de citogenética. FISH pode ser usado para detectar alterações específicas nos cromossomos, podendo ser utilizado nos exames de sangue ou em amostras da medula óssea.

Reação em cadeia da polimerase (PCR). Este é um exame do DNA bastante sensível, que permite detectar cromossomos pequenos, não visíveis ao microscópio, mesmo quando poucas células leucêmicas estejam presentes na amostra.

Outros exames de sangue

As crianças com leucemia devem fazer também exames para determinar a presença de certas substâncias químicas no sangue e avaliar o funcionamento do organismo como um todo.

Esses exames não são realizados para diagnóstico da leucemia, mas em crianças já diagnosticadas podem ajudar a identificar danos no fígado, rins ou outros órgãos provocados pela disseminação da doença ou por determinados medicamentos quimioterápicos. Esses exames são também muitas vezes realizados para medir os níveis sanguíneos dos eletrólitos, bem como para assegurar que a coagulação do sangue está adequada.

Nessas crianças podem também ser investigadas infecções do sangue. É importante diagnosticar e tratar rapidamente as infecções em crianças com leucemia, porque o sistema imunológico debilitado pode permitir sua disseminação agravando o quadro, pondo em risco a vida do paciente.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 12/02/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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