Estar bem consigo mesmo faz sexualidade fluir apesar do câncer, diz psicoterapeuta

O modo como lidamos com nosso corpo está diretamente ligado ao modo como vivenciamos nossa sexualidade. Mas o paciente também precisa de um tempo para aceitar sua condição. 
 
A partir do momento do diagnóstico de câncer, o paciente se vê imerso num mundo desconhecido. Vivenciar a doença de perto é difícil, ele quer entender o que se passa, saber o que dizem exatamente os exames, aprender a lidar com termos obscuros, se sentir um pouco mais dono da situação, lutar para vencer a doença. O câncer, invariavelmente, vem para ocupar o primeiro plano da vida do indivíduo. Não raramente, a família e o parceiro também compartilham intensamente este momento. 
 
Apenas o estado mental conturbado causado pela notícia do diagnóstico já seria suficiente para desencadear problemas que podem afetar a relação do paciente com seu corpo e com sua sexualidade ou, simplesmente, jogá-las para segundo plano. Porém, tratamentos cirúrgicos (mastectomia, colostomia), quimioterápicos ou radioterápicos podem contribuir ainda mais para gerar no indivíduo uma imagem negativa de si, baixa autoestima e insegurança.     
 
Segundo terapeuta sexual Sarah Fichera, o modo como lidamos com nosso corpo está diretamente ligado ao modo como vivenciamos nossa sexualidade. "A sexualidade está interligada a todos os aspectos de nossa vida”, afirma. "Ela flui na medida em que nos sentimos bem". Daí a importância de tentar estabelecer uma relação amistosa consigo mesmo durante essa fase.  
 
Mas como conseguir passar por este momento sem que isso cause ainda mais desgastes mentais e sem que afete sua relação com o parceiro ou parceira? Segundo Sarah, terapeutas sexuais ou sexólogos podem ajudar o paciente nessa tarefa. "A psicoterapia nos ajuda a compreender o que estamos vivendo”, ressalta ela. "Esse tipo de terapia é importante inclusive para auxiliar em outros aspectos que, de uma forma ou de outra, desembocarão no estímulo à sexualidade”, completa. 
 
O diálogo com o parceiro também é fundamental neste momento. "Conversar sobre o que está acontecendo e manter o cuidado que existia antes do diagnóstico são atitudes importantes”, completa ela. E mais, é essencial que o parceiro respeite os limites e o tempo que o outro precisa para aceitar sua atual condição.  
 
Causas da diminuição da libido
 
Durante o tratamento oncológico, a diminuição da libido ocorre por razões físicas, psicológicas e hormonais. O que se pode chamar de razões físicas são, na maioria das vezes, os procedimentos cirúrgicos invasivos, tais como a mastectomia e a colostomia, que implicam uma intervenção direta sobre o corpo do paciente e consequentemente acabam afetando sua autoestima. As razões psicológicas dizem respeito ao impacto geral da doença sobre o bem-estar psíquico do indivíduo e as razões hormonais são consequências da queda na produção de hormônios essenciais ao bom funcionamento das funções sexuais. 
 
"A quimioterapia pode levar à diminuição temporária ou definitiva da produção hormonal pelos ovários. No caso desta queda ser definitiva, a mulher acaba entrando na menopausa”, explica o doutor Rafael Kaliks, oncologista clínico e diretor médico do Instituto Oncoguia. 
 
Com a menopausa, vêm a diminuição da lubrificação vaginal, a interrupção do ciclo menstrual, ondas de calor e sudorese. Estes três últimos sintomas não necessariamente afetam diretamente a função sexual da mulher, mas podem ajudar a abalar a autoestima da paciente, na medida em que afetam sua relação com o próprio corpo. 
  
Já a radioterapia na região pélvica, comumente prescrita a pacientes de câncer de próstata, canal anal, reto, vulva e colo de útero, também costuma trazer importantes alterações na vida sexual do paciente. Isto acontece porque esse tipo de tratamento afeta a inervação, o que, no homem, poderá causar disfunção erétil temporária ou definitiva.
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