Estadiamento do neuroblastoma

O estadiamento descreve aspectos do câncer, como localização, se disseminou, e se está afetando as funções de outros órgãos do corpo. Conhecer o estágio do tumor ajuda na definição do tipo de tratamento e a prever o prognóstico da criança.

O estadiamento do neuroblastoma é baseado em resultados do exame físico, exames de imagem e biópsia do tumor e de outros tecidos. Vários outros fatores, como idade e determinados exames de sangue, também afetam o prognóstico. Esses fatores não são utilizados para determinar o estágio da doença, mas são utilizados junto com o estadiamento para determinar o grupo de risco da criança, o que por sua vez influencia as opções de tratamento.

Existem dois sistemas utilizados ​​para o estadiamento do neuroblastoma, sendo que a diferença entre eles é se o sistema pode ser usado para determinar o grupo de risco da criança antes do início do tratamento:

  • Sistema internacional de estadiamento do neuroblastoma para grupos de risco (INRGSS), que utiliza resultados dos exames de imagem como, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia com MIBG, para decidir o estágio. O estadiamento INRGSS pode ser determinado antes do início do tratamento.
  • Sistema de estadiamento internacional para neuroblastoma (INSS), que está baseado nos resultados da cirurgia em vez de exames de imagem.

Esses sistemas de estadiamento são utilizados ​​para garantir que as crianças com neuroblastoma recebam os tratamentos adequados. Se a criança tem neuroblastoma e não foi submetida à cirurgia, o estadiamento será baseado no sistema INRGSS. Mas se a criança fez uma cirurgia, o estadiamento poderá estar baseado em qualquer um dos sistemas.

Sistema de estadiamento internacional por grupo de risco (INRGSS)

O INRGSS foi desenvolvido para determinar o estágio da criança e o grupo de risco antes do início do tratamento. Esse sistema utiliza o resultado de exames de imagem, bem como de biópsias para definir o estadiamento. Isso permite determinar o quanto do tumor pode ser removido cirurgicamente.

O sistema INRGSS usa (IDRFs) fatores de risco definidos por imagem para determinar quão complexa poderá ser a retirada do tumor. Isso inclui o crescimento do tumor nas proximidades de um órgão vital ou em torno de vasos sanguíneos importantes.

O sistema INGRSS classifica os neuroblastomas em 4 estágios:

  • L1. O tumor não cresceu além do local onde se originou e não envolve estruturas vitais, como determinado pela lista de fatores de risco definidos por exames de imagem e está confinado a um local, como o pescoço, tórax ou abdômen.
  • L2. O tumor não cresceu além de onde se originou, porém, tem pelo menos um fator de risco definido por imagem.
  • M. Um tumor que se disseminou para outros órgãos, exceto os tumores de estágio MS.
  • MS. Doença metastática em crianças menores de 18 meses, com disseminação só para a pele, fígado e/ou medula óssea.

Sistema internacional de estadiamento para neuroblastoma (INSS)

O sistema INSS leva em consideração o resultado da cirurgia para retirada do tumor. De forma simplificada, os estágios desse sistema são:

Estágio 1. O tumor ainda está localizado na área onde se originou. Todo o tumor visível é totalmente removido por cirurgia. Os gânglios linfáticos que estão dentro do tumor podem conter células de neuroblastoma, mas os linfonodos que estão fora do tumor estão livres de doença.

Estágio 2A. O tumor ainda está localizado na área onde começou, mas nem todo o tumor visível pode ser removido por cirurgia. Os gânglios linfáticos que estão dentro do tumor podem conter células de neuroblastoma, mas os linfonodos que estão fora do tumor estão livres de doença.

Estágio 2B. O tumor está localizado de um lado do corpo e pode (ou não) ser totalmente removido por cirurgia. Os gânglios linfáticos próximos contêm células de neuroblastoma, mas a doença não se disseminou para outros linfonodos distantes.

Estágio 3. O tumor não se disseminou para outros órgãos, mas uma das seguintes afirmações é verdadeira:

  • O tumor não pode ser completamente removido cirurgicamente e cruzou a linha média (definida como a coluna vertebral), para o outro lado do corpo. Pode (ou não) ter se disseminado para os linfonodos próximos.
  • O tumor ainda está localizado na área onde começou e em apenas um lado do corpo. Já se disseminou para os linfonodos do lado contralateral do corpo.
  • O tumor está no meio do corpo e invade ambos os lados e não pode ser completamente removido cirurgicamente.

Estágio 4. O tumor se disseminou para outras partes do corpo, como linfonodos distantes, ossos, fígado, pele, medula óssea ou outros órgãos, mas a criança não atende os critérios para o estágio 4S.

Estágio 4S (Também denominado neuroblastoma especial). A criança tem menos de 1 ano. O tumor está localizado apenas de um lado do corpo. Pode ter se espalhado para os linfonodos do mesmo lado do corpo, mas não para os gânglios linfáticos do outro lado. O neuroblastoma se disseminou para o fígado, pele ou medula óssea. No entanto, não mais do que 10% das células da medula podem ser cancerígenas, assim como os exames de imagem, inclusive a cintilografia com MIBG não mostram que o tumor se disseminou para os ossos e/ou medula óssea.

Recidiva. Embora não seja formalmente parte do sistema de estadiamento, esse termo é usado para descrever o retorno da doença após o tratamento. O tumor pode recidivar na área onde se iniciou ou numa outra parte do corpo.

Marcadores prognósticos

Os marcadores prognósticos são características que ajudam a prever se o prognóstico da criança para a cura é melhor (ou não) do que seria previsto apenas pelo estadiamento. Os marcadores utilizados para determinar o prognóstico de uma criança são:

  • Idade. As crianças mais jovens, com menos de 12 - 18 meses, têm maior probabilidade de ter um melhor resultado do que as mais velhas.
  • Histologia do tumor. A histologia do tumor é baseada em como as células do neuroblastoma são vistas sob o microscópio. Os tumores com aparência de células e tecidos normais tendem a um melhor prognóstico, ou seja, uma histologia favorável. Os tumores cujas células e tecidos são anômalos sob o microscópio tendem a um prognóstico pior, ou seja, tem uma histologia desfavorável.
  • Ploidia do DNA. A quantidade de DNA em cada célula, conhecido como o índice de ploidia, pode ser medida por testes de laboratório especiais, como citometria de fluxo ou citometria de imagem. Células de neuroblastoma com aproximadamente a mesma quantidade de DNA, assim como as células normais são classificadas como diploide. As células com maiores quantidades de DNA são denominadas hiperdiploides. Em crianças, as células hiperdiploides tendem a ser associadas com os estágios iniciais da doença, respondem melhor à quimioterapia e, normalmente, têm um prognóstico mais favorável do que as células diplóides. Ploidia não é um fator tão útil em crianças mais velhas.
  • Amplificação do gene MYCN. O MYCN é um oncogene que ajuda a regular o crescimento das células. Alterações nos oncogenes podem fazer com que as células cresçam e se dividam muito rapidamente, como acontece com as células cancerosas. Os neuroblastomas com muitas cópias do oncogene MYCN tendem a crescer rapidamente e podem ser mais difíceis de serem tratadas.
  • Alterações cromossômicas. Células tumorais que perdem partes dos cromossomos 1 e 11 têm um prognóstico menos favorável. Ter uma parte extra do cromossomo 17 também está relacionada com um pior prognóstico. Compreender a importância das deleções/ganhos cromossômicos é uma área ativa da pesquisa sobre neuroblastoma.
  • Receptores de neurotrofina. Esses receptores são substâncias sobre a superfície das células nervosas normais e em algumas células do neuroblastoma. Eles normalmente permitem que as células reconheçam as neurotrofinas, substâncias químicas semelhantes aos hormônios que ajudam as células nervosas a amadurecer. Os neuroblastomas com mais de um tipo de receptor de neurotrofinas, especialmente o receptor do fator de crescimento nervoso, denominado TrkA, podem ter um melhor prognóstico.
  • Marcadores séricos. Os níveis no sangue de certas substâncias podem ser utilizados para prever o prognóstico. A célula de neuroblastoma libera ferritina, um produto químico que é uma parte importante do metabolismo do ferro normal do corpo, para o sangue. As crianças com níveis elevados de ferritina tendem a ter um pior prognóstico. Níveis aumentados da desidrogenase láctica (LDH) no sangue também estão associados a um pior prognóstico em crianças com neuroblastoma.

Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Estadiamento do Câncer.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 28/04/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

Este conteúdo ajudou você?

Avaliação do Portal

1. O conteúdo que acaba de ler esclareceu suas dúvidas?
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
2. De 1 a 5, qual a sua nota para o portal?
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
3. Com a relação a nossa linguagem:
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
4. Como você encontrou o nosso portal?
5. Ter o conteúdo da página com áudio ajudou você?
Esse site é protegido pelo reCAPTCHA e a política de privacidade e os termos de serviço do Google podem ser aplicados.
Multimídia

Acesse a galeria do TV Oncoguia e Biblioteca

Folhetos

Diferentes materiais educativos para download

Doações

Faça você também parte desta batalha

Cadastro

Mantenha-se conectado ao nosso trabalho