Desenvolvendo um programa para o controle da dor

A dor oncológica é uma experiência pessoal e diferente para cada paciente com diagnóstico de câncer. Um esquema para controlar a dor deve levar em consideração o diagnóstico, tipo e estadiamento da doença, outros problemas de saúde, medicamentos em uso, resposta pessoal à dor e outras opções pessoais.

Lembre-se de que apenas você sabe a intensidade da dor que está sentindo. Portanto, relatar ao seu médico quando você está sentindo dor e descrevê-la da melhor maneira possível é muito importante já que a dor é mais fácil de tratar no início. A dor também pode ser um sintoma de alerta precoce dos efeitos colaterais do tratamento contra o câncer ou de algum outro problema. Juntos, você e seu médico podem conversar sobre a melhor forma de tratar a sua dor. Você tem o direito de ser tratado da dor oncológica e deve insistir nisso.

O que esperar da equipe médica e do esquema de controle da dor

A equipe médica tem determinadas atribuições e um conjunto de etapas a seguir para desenvolver um esquema de controle da dor que responda de forma eficaz para cada paciente. Você deve esperar que a equipe médica que o acompanha cumpra as seguintes etapas ao desenvolver um esquema de controle da dor que responda para o seu caso em específico:

  • Acredite em suas descrições de dor.
  • Faça um histórico cuidadoso da sua dor (avaliação da dor) depois que você a relatar em cada consulta.
  • Faça um exame físico ou outros exames para verificar a localização exata e a possível causa da dor.
  • Estabeleça metas sobre a sua dor com base na intensidade e em quais medicamentos você está disposto a tomar.
  • Trate sua dor com base nas pesquisas mais recentes (gerenciamento da dor).
  • Analise se e como o esquema de controle da dor está respondendo e faça as alterações necessárias.

Avaliação da dor

O primeiro passo para o desenvolvimento de um programa para o controle da dor é conversar com seu médico. A dor também deve ser descrita aos familiares e amigos, para que eles possam ajudá-lo, especialmente se você estiver muito cansado ou com dor muito intensa a ponto de não conseguir falar para eles o que está sentindo.

Utilizar uma escala de dor é útil para descrever a sua intensidade. Para usar a Escala de Intensidade da Dor abaixo, atribua um número de 0 a 10 para dimensionar o nível da dor. Se você não tem dor, marque o 0, e para dor intensa marque o 10.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Sem dor

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dor intensa

Você pode usar a escala de intensidade para descrever:

  • A dor quando está com intensidade máxima.
  • Se a dor é contínua.
  • A dor quando está menos intensa.
  • Como a dor muda com o tratamento.

Comunique ao seu médico, à sua família ou a amigos próximos:

  • Sempre que você sentir dor.
  • Como você sente a dor, por exemplo, tipo pontada, maçante, latejante, roendo, queimando ou estável.
  • A intensidade da dor utilizando a escala de 0 a 10.
  • Quanto tempo dura a dor.
  • O que alivia a dor.
  • O que piora a dor.
  • Como a dor afeta sua vida diária.
  • Quais os medicamentos que você está tomando e o quanto eles aliviam a dor.

Seu médico também pode precisar saber:

  • Os medicamentos que está tomando, incluindo vitaminas, minerais, ervas e medicamentos sem prescrição.
  • Os medicamentos contra dor administrados anteriormente, incluindo os que foram mais e menos eficazes.
  • Qualquer alergia conhecida a medicamentos, alimentos, corantes ou aditivos.

Tratamento da dor

Após uma avaliação da dor, seu médico prescreverá medicamentos e outras maneiras de controlar ou gerenciar sua dor. A decisão sobre a melhor maneira de gerenciar a dor baseia-se em como você a descreveu e em outras questões. A escolha do melhor medicamento contra a dor deve levar em consideração quais drogas respondem mais eficazmente para o tipo de dor que você sente com o mínimo possível de efeito colateral para o seu nível de atividade e outros medicamentos e tratamentos que você está recebendo.

Preparamos um roteiro de perguntas que podem lhe orientar numa conversa com seu médico. Alguns pontos são muito importantes e não devem ser deixados de lado:

  • Quais medicamentos devo tomar? Quais as doses e intervalos de administração?
  • Que tipo de medicamento contra dor é esse?
  • Esse medicamento precisa de receita médica?
  • O medicamento é controlado? Precisa de receita especial?
  • Quais são os nomes diferentes para este medicamento?
  • Quanto é a dose que devo tomar desse medicamento?
  • Qual a frequência com a qual devo tomar esse medicamento? Por quanto tempo devo tomá-lo?
  • Se minha dor não for aliviada, posso continuar tomando o medicamento? Sendo assim, qual a dose?
  • A dose precisa ser aumentada? Se sim, quanto?
  • O que posso fazer se a dor não melhorar?
  • Devo entrar em contato com você antes de aumentar a dose?
  • O que acontece se eu esquecer de tomar a medicação? Ou se tomar mais tarde?
  • Em quanto tempo o medicamento começa a fazer efeito?
  • Devo tomar os medicamentos junto com a alimentação?
  • Posso beber álcool ou dirigir após tomar os medicamentos contra dor? Que outros medicamentos posso tomar junto com os da dor?
  • Quais medicamentos eu devo suspender enquanto eu estiver tomando medicação contra dor?
  • Quais os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos? Como posso evitá-los? O que devo fazer se apresentar esses efeitos colaterais?
  • Existem outras preocupações de uso e segurança desse medicamento?

Cuidados paliativos

Alguns pacientes podem ser tratados pelas equipes de cuidados paliativos. Essas equipes são compostas dos mesmos profissionais de uma equipe oncológica, o que inclui médicos, enfermeiros, especialistas em saúde mental, assistentes sociais, capelães, farmacêuticos e nutricionistas. Um dos objetivos dos cuidados paliativos é gerenciar a dor e outros sintomas. Os especialistas que fazem parte de uma equipe de cuidados paliativos podem desenvolver um esquema de controle da dor que responda para o seu caso específico.

Controle da dor

Para tirar o máximo proveito do seu esquema de controle da dor:

  • Tome seu medicamento em horários regulares para o controle da dor crônica, mesmo que não esteja sentindo dor.
  • Não pule o horário de seu medicamento. Quanto maior a intensidade maior a dificuldade de controlar a dor.
  • Se você tem picos de dor disruptiva, tome o medicamento de ação rápida, conforme prescrição. Não espere que a dor fique mais intensa.  
  • Certifique-se de que apenas um médico prescreva seus medicamentos contra dor. Em caso de outro médico prescrever ou trocar seus medicamentos, os dois profissionais devem discutir a melhor opção de tratamento.
  • Não evite tomar seu medicamento. Lembre-se que algumas receitas de tarja preta são necessárias para medicamentos analgésicos opiáceos e em alguns casos a medicação pode demorar alguns dias para ser obtida.
  • Os medicamentos contra dor devem ser armazenados com segurança longe das crianças, animais de estimação e outras pessoas que possam encontrá-los.
  • Nunca tome medicamento de outra pessoa. Medicamentos que ajudaram a um amigo ou parente podem não ser indicados para você.
  • Não tome remédios vencidos ou resto de medicamentos para outros problemas de saúde. Os medicamentos que responderam bem no passado podem não ser adequados para você agora.

Mantendo um histórico da dor

Você deve considerar que manter registros ou um diário para acompanhar detalhes da evolução da dor é muito útil. Você pode compartilhar esse registro com os que cuidam de você. Isso os ajudará a saber o que é melhor para seu caso. Esses registros podem incluir:

  • Palavras para descrever a dor.
  • Qualquer atividade que possa aumentar ou diminuir a dor.
  • Atividades que você não pode fazer por causa da dor.
  • Nome, dose e horários de administração dos medicamentos contra dor.
  • Outros métodos para o alívio da dor, como repouso, técnicas de relaxamento, distração ou estimulação cutânea.
  • Classificação da dor no momento em que você use uma escala de dor (medicamento ou método para diminuir a dor).
  • Avaliação da dor 1 a 2 horas após a utilização de medidas de alívio da dor.
  • Tempo que o medicamento demora para fazer efeito.
  • Avaliação da dor durante todo o dia (para ter ideia de seu conforto geral).
  • Como a dor interfere nas suas atividades normais, como dormir, comer, fazer sexo ou trabalhar.
  • Os eventuais efeitos colaterais devidos aos medicamentos.
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