O tratamento dos tumores carcinoides gastrointestinais é baseado principalmente em seu tamanho ou até onde invadiram a parede do órgão onde se originaram, bem como se se disseminaram.
Tumores carcinoides gastrointestinais localizados
Um tumor é considerado localizado quando não se disseminou além do órgão onde se iniciou.
Disseminação regional
A disseminação regional significa que a doença se disseminou para os linfonodos próximos ou cresceu através da parede do órgão onde se iniciou e invadiu tecidos próximos, como gordura, ligamentos e músculos.
Se possível, o tumor primário (principal) e quaisquer áreas de disseminação do tumor devem ser removidos cirurgicamente. Os linfonodos próximos devem ser retirados e verificados quanto a sinais de disseminação da doença, uma vez que isso permite a melhor chance de cura da doença. Se isso não puder ser feito, a cirurgia deve remover o máximo possível do tumor sem provocar danos colaterais importantes. A cirurgia também deve ser realizada para aliviar sintomas como a obstrução intestinal causada pelo crescimento local do tumor.
Se não for possível remover todo o tumor no momento da cirurgia, o tratamento com medicamentos de somatostatina, como octreotide ou lanreotide, ou terapias-alvo, como everolimus, pode ser considerado, pois podem controlar a doença remanescente.
Disseminação à distância
Nesse estágio, a doença se disseminou para outros órgãos, como o fígado, e a cura geralmente não é possível. O tratamento nem sempre é necessário imediatamente, dependendo da rapidez com que os tumores estão crescendo. O objetivo da cirurgia nessa situação é geralmente aliviar os sintomas e retardar o desenvolvimento da doença. Por exemplo, retirar ou contornar áreas obstruídas pelo crescimento do tumor pode aliviar alguns sintomas. Se as metástases não estiverem provocando sintomas, o tratamento pode não ser necessário. Se a doença se disseminou para o fígado, mesmo que não esteja provocando sintomas, alguns médicos indicam o tratamento com octreotide ou lanreotide, quimioterapia ou terapia-alvo, pois pode retardar o desenvolvimento do tumor.
Se a síndrome carcinoide estiver provocando problemas, as opções de tratamento incluem quimioterapia, terapia-alvo, tratamento com octreotide ou lanreotide ou cirurgia para retirar os tumores metastáticos. Se os tumores metastáticos no fígado não puderem ser retirados cirurgicamente sem provocar efeitos colaterais importantes, deve ser considerada a ablação ou embolização para destruir o máximo possível dos tumores.
Recidiva
A recidiva pode ser local ou à distância. Os pacientes com tumores carcinoides recidivados são tratados, se possível, com cirurgia para retirar todos os sinais de tumor. Se a cirurgia não for possível, os tratamentos usados para disseminação à distância podem ser úteis.
Carcinomas neuroendócrinos
Os carcinomas neuroendócrinos gastrointestinais são tumores de alto grau (grau 3) que crescem muito rapidamente. Existem também alguns tumores carcinoides de baixo (grau 1) e intermediário (grau 2) que agem como carcinomas neuroendócrinos porque crescem rapidamente. Esses cânceres são tratados de forma diferente da maioria dos tumores carcinoides (grau 1 e 2) porque é utilizada primeiramente quimioterapia.
Cardiopatia carcinoide
As substâncias liberadas no sangue por alguns tumores carcinoides podem provocar danos ao coração. Os primeiros sintomas são fadiga e falta de ar. Eventualmente, os pacientes apresentam edema (Inchaço) nas pernas e até no abdômen. A principal causa é o dano às válvulas cardíacas. O diagnóstico é realizado por ecocardiograma.
O principal tratamento é com um análogo da somatostatina, como octreotide ou lanreotide para bloquear a secreção de substâncias tóxicas do tumor. O uso de diuréticos também pode ajudar. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de uma cirurgia cardíaca para substituir as válvulas danificadas.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 24/09/2018, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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