[CÂNCER DE MAMA] Yanna

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar? 

Yanna - Meu nome é Yanna, sou fisioterapeuta, tenho 38 anos, moro em Petrolina - PE e gosto de muitas coisas, entre elas trabalhar, ficar com meus filhos, passear e ler.

Instituto Oncoguia - Qual seu tipo de Câncer ?

Yanna - Câncer de mama ductal invasivo, na mama direita, medindo 1.8 e grau 2

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?

Yanna - Através do toque, percebi o nódulo e já, fui imediatamente, para o médico, que no caso foi uma ginecologista inicialmente, depois foi que eu fui para um mastologista.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico?

Yanna - Claro que fiquei arrasada, principalmente porque sendo da área de saúde, já sabia o que me esperava. Chorei muito, tanto, que depois fiquei tranquila e depois de enxugar as lágrimas decidi que só podia seguir em frente.

Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?

Yanna - Meus filhos, pensei logo que iria ter que me afastar deles por alguns períodos, pois estou fazendo o tratamento em Recife-PE

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Yanna - Procurei o mastologista, que fez a tumorectomia, depois que foi confirmado o câncer, fiz quadrantectomia e retirada de quatro linfonodos sentinelas. Agora estou começando a químio.

Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento?

Yanna - Sim.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê?

Yanna - Já fiz as cirurgias e agora estou na químio. Ainda falta a radio e a hormonioterapia. Mas, de antemão, digo que estou vivendo uma fase de cada vez, não fico pensando na frente e, até agora, está tranquilo. Tenho a impressão que pintam o "bicho" mais feio do que realmente ele é. Claro que tudo tem suas dificuldades, não vou ser hipócrita de dizer que é fácil, no entanto, mantendo a tranquilidade tudo dá certo. A cirurgia tem a questão do risco pela anestesia geral (principalmente eu que sou alérgica a praticamente TODOS medicamentos, especialmente os analgésicos), depois a questão estética, pois não deixa de ser uma mutilação, e assim vai. A químio tem seus incômodos e seus efeitos colaterais, como os enjoos, queda de cabelo e o aumento de peso, sem contar os inúmeros cuidados que mudam toda sua rotina (rotina? não sei nem mais o que é isso!). Mas, acho que quando tudo é esclarecido, explicado como vai ser, tudo ocorre com mais tranquilidade e isso ajuda bastante.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais? Qual o pior? 

Yanna - O "resguardo" da cirurgia foi um pouco complicado porque tenho um filho bebê e não podia pegá-lo no braço.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Yanna - A melhor possível, aliás, as melhores, pois todos foram um pouco de anjos.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou? 

Yanna - O pessoal da químio (enfermeiros e técnicos).

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?

Yanna - Ainda não.

Instituto Oncoguia - E com nutricionista?

Yanna - Sim, estou tendo algumas orientações.

Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou?

Yanna - Estou em tratamento.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? 

Yanna - De pernas para o ar. Viajo praticamente toda semana, meu esquema de trabalho está uma bagunça, sem contar o "corre corre” de deixar tudo organizado em casa para marido e filhos e poder viajar um pouco mais tranquila.

Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Yanna - No trabalho estou tentando conciliar dentro das minhas atuais possibilidades. Para mim é muito importante trabalhar, pois, além de gostar do que faço e saber que ficar sem trabalhar não é nada bom para minha cabeça, também sou profissional liberal, então já viu. Não trabalhar, no meu caso, faz mal para cabeça e para o bolso.

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Yanna - Diria que é imprescindível manter a calma, de verdade. A tranquilidade é muito importante. Ter uma religião, se apegar a alguma coisa também é essencial. E, no mais, na minha opinião, o câncer está se transformando numa doença rotineira, como uma gripe, sarampo, e como tal, está sendo tratado de forma eficiente. É muito importante, apesar dessa comparação, não subestimá-lo. Tratar o mais rápido possível, da melhor forma possível e seguir em frente, confiante.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Yanna - TODA. Como falei anteriormente, quando há o esclarecimento, a resolução das dúvidas, tudo fica mais tranquilo.

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar? De que maneira?

Yanna - Com certeza. Conversei (ainda converso) com os médicos, leio tudo que é notícia e livros sobre o assunto na internet e também conversando com pessoas que tem ou já tiveram câncer.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?  

Yanna - Através do meu oncologista.

Instituto Oncoguia - Você sabia que possuímos um trabalho focado na melhoria da situação do Câncer no Brasil? Estamos sempre em contato com políticos e gestores que podem ajudar a melhorar as políticas públicas brasileiras relacionadas ao câncer. Se você fosse mandar um recado para um político, o que você gostaria que mudasse ou melhorasse considerando tudo o que você passou? 

Yanna - Atualmente o SUS está dando um bom suporte para os pacientes com câncer, mas é importante a urgência. É uma doença que não pode esperar. Não pode esperar cirurgia, não pode esperar medicamentos, nada. Na verdade precisa-se melhorar a saúde de forma geral. Hospitais (qualidade e quantidade), profissionais, medicação, tudo para que o cidadão brasileiro possa ter saúde digna.