[CÂNCER DE MAMA] Márcia M. Zanette Molha

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?
 
Márcia Molha - Marcia Maria Zanette Molha, 43 anos. Casada com Maurício, o homem da minha vida.Tenho um casal de gêmeos, Marianna e Nicholas, meus bebês de 9 anos, maravilhosos. Tenho 1 irmão e uma big família que mora na Região Sul do país e alguns no Rio de Janeiro (por parte dos meus pais) e a pequena família do meu marido, que também é minha. Hobby: assistir filmes com a família, viajar, ir ao cinema, comer pipoca e tomar refrigerante. Profissão: trabalho com transporte e cuido da família. Deixei minha vida profissional há cerca de 1 ano e meio, para poder ficar mais próxima dos meus filhos.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?

Márcia Molha - Senti minha axila direita bem dolorida, fiz os exames como mamografia e ultrassonografia e nada acusaram. Insisti com a médica para indicar-me um profissional que pudesse estar verificando meu caso. Ela solicitou repetir a ultrassonografia mamária em outro laboratório, solicitando atenção para a axila direita. Lá constataram um linfonodo atípico, foram quase 40 dias de pesquisas e exames. Foi minha persistência em saber que algo estava errado, poderia ter parado nos primeiros exames e achar que estava com uma íngua que esqueceu de ir embora.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? Qual era a sua maior preocupação neste momento?

Márcia Molha - Meu mundo caiu, isto define muito bem o que aconteceu, por alguns instantes o chão desapareceu sobre meus pés. Nem sei como explicar, parece que não é com você, parece que alguém esta falando algo, mas você não capta. Eu senti como se fosse me dada uma sentença de morte: é disto que você vai morrer! Julguei-me imperfeita, diferente, impura. Era como se pudesse eu mesma levantar o braço e arrancar o caroço, como algo tão simples, um caroço apenas pode complicar a vida de uma pessoa e modificar seus planos? E como vão ficar meu filhos, meu marido se eu não puder cuidar deles?

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Márcia Molha - Chorei muito, muito, muito. Este início foi lá atrás, quando inicialmente meu marido disse ao telefone da existência das células neoplásicas no resultado do exame do PAFF. Ele havia pego o resultado e não ligou para mim. Resolvi ligar para ele no meio da tarde, percebi sua voz triste e ele disse: o resultado não é muito bom, olhei na internet e não gostei. Na hora matei a charada. Chorei, chorei, chorei, senti uma necessidade gigante de falar com alguém. Liguei para minha única grande amiga, para minha psicóloga, para minha sogra, para um colega advogado, para a ginecologista e mastologista e para o pneumologista. Logo em seguida agarrei meu filho de 9 anos, que não havia ido a aula naquele dia, deitamos no sofá e assisti um filme com ele agarradinho. Passou...

Instituto Oncoguia - Em seu depoimento você nos relatou a demora pelo seu diagnóstico. Comente um pouco sobre isso.

Márcia Molha - O que haviam constatado em julho/2008 e agosto/2009 era a existência de um pequeno cisto, um achado radiológico benigno, conforme constam nos laudos dos exames, na mama direita, que não chegava a 1 cm, no que tange a tamanho. Como havia uma "bolota” na axila direita, o mais provável era a existência de um tumor na mama direita, fato até então não evidenciado nos exames, uma vez que lá, na mama direita, só existia um cisto. Comecei a realizar diversos exames, no intuito de saber qual a origem das células neoplásicas da minha axila. Em outubro/2009, a mastologista solicitou um PAAF do cisto, aí descobriu-se a origem. Nunca foi um cisto. E o cisto sempre esteve lá, desde julho/2008.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Márcia Molha - Tem horas que parece que nada mudou. Em outras, chego a pensar que é o fim da linha. Tento seguir meu cotidiano como sempre foi. Estou com medo, com muito medo, mas acreditando que daqui a 20 anos vou dizer: eu tive câncer!

Instituto Oncoguia - Que sugestões orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Márcia Molha - Vivencie o que está acontecendo, vivencie tudo mesmo! Vá em busca das informações, leia todos os casos de sucesso que puder, isto te dá coragem, força e turbina sua fé, que tudo há de dar certo.
 
Viva a família, seja ela de muitos ou de poucos. Aprendi a parar de perguntar: Por que aconteceu comigo? Como disse o cardiologista com o qual passei para avaliação: Você sabe como surgem os eventos da natureza, as tempestades, os tsunamis, os terremotos? Pois é o mesmo que acontece com seu corpo, é um evento da natureza humana, sem muitas explicações. Achei bárbaro. Penso que uma célula pequenina, entrou em algum cruzamento errado dentro do meu corpo e aí o estrago começou pois ela invadiu campo alheio. Quem nunca fez algo errado na vida, por pequenino que seja, pois bem, aconteceu com a tal célula do meu corpo. Não quero acreditar que eventos como tristeza, angústia, perdas,... possam ter algo em comum com o surgimento de um câncer. Se realmente isto for verdade, infelizmente o mundo estaria fadado a uma epidemia da doença, pois, quantos e quantos morrem diariamente com balas perdidas, atropelamentos, assassinatos, acidentes dos mais diversos, são tantas perdas inexplicáveis. É só uma fatalidade e infelizmente ela esta acontecendo comigo!
 
Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer? Você buscou se informar? De que maneira?
 
Márcia Molha - Infelizmente fui buscar muita coisa da internet. Nem sempre o resultado foi positivo. Como dizem: lá tem muito lixo! Parei de pesquisar. Ao contrário do que parece, não foi por parte da mastologista que eu obtive todo o esclarecimento que gostaria de ter tido. Ele foi positivo pelo pneumologista (Prof. Dr. Alberto Cukier) que há muito conheço e sua indicação, a de consultar um oncologista (Dr. René Cláudio Gansl),  neste caso, amigo dele. Foi o que fiz, me senti mas segura com relação ao que estava acontecendo, sem falar na atenção que obtive. Tudo é bom, quando exemplos de sucesso nos são apresentados.
 
Entristece quando sabemos de casos de insucesso. Fiquei alegre quando assisti o programa da Hebe, na última segunda-feira, infelizmente não peguei o bate-bola integral. Foi lá que gravei mentalmente os sites do MAMAinfo e do Oncoguia. No dia seguinte, devorei informações de ambos. O bom de tudo isto é que nestes sites, a forma como tudo é apresentado é suave e para cima. Aconselho e muito a fazerem isto, buscar informações junto ao seu médico, junto a classe médica e somente consultar sites que realmente se dedicam a isto, Google com nomes de doenças: não dá!
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