[CÂNCER DE MAMA] Carla Argolo

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar? 

Carla Argolo - Meu nome é Carla Giovana Argolo, tenho 47 anos, moro em Porto Alegre, RS, gosto de cinema,  teatro, shows, dançar, assistir o pôr do sol, rir de piadas, sair com meus filhos...

Instituto Oncoguia - Qual o seu tipo de câncer?

Carla Argolo - Câncer de mama metastático.
 
Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? 

Carla Argolo - Apareceu um nódulo enorme no meu seio esquerdo em janeiro de 2011.
 
Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? 

Carla Argolo - Não acreditei, pensei que fosse qualquer outra coisa menos câncer de mama.
 
Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? 

Carla Argolo - Me curar, para não deixar meus filhos sozinhos.
 
Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso? 

Carla Argolo - Comecei a quimio, fiquei careca, depois cirurgia (mastectomia radical), radioterapia (25 sessões) e tamoxifeno.
 
Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? 

Carla Argolo - Sim, no ano de 2013 tive recidiva, na mama direita, com metástases nos ovários e ossos, os ovários ,já retirei, fiz radio para uma metástase no ilíaco, mas tenho também metástase no fêmur direito e esquerdo e na coluna cervical, estou tomando anastrozol, que é uma quimio via oral.
 
Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? 

Carla Argolo - A quimio é super difícil, porque debilita muito, e também porque cai todo o cabelo do corpo, fiquei parecida com um et, kkk.
 
Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?

Carla Argolo - Na primeira quimio tive vômitos, não conseguia me alimentar. A partir da 2ª não tive mais nada; na radio minha pele da axila cedeu quando estava na última sessão, doía muito e não podia colocar nada, tinha que aguentar a dor.
 
Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico? 

Carla Argolo - No primeiro tumor, o médico foi muito grosso, fiquei muito mal com a maneira com a qual me tratou, mas a partir da 2ª consulta foi um outro médico da mesma equipe que começou a me tratar e foi ótima a troca, este me trata até hoje e a nossa relação médico-paciente é franca e aberta, me sinto segura com os tratamentos que me indica e acredito fielmente que ele faz tudo que está ao seu alcance para me ver melhor.
 
Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Carla Argolo - As enfermeiras da quimioterapia, os médicos da radioterapia, os técnicos da quimio e da radio, os técnicos dos exames que faço periodicamente.
 
Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico? 

Carla Argolo - Sim, uma vez na semana.
 
Instituto Oncoguia - E com nutricionista?

Carla Argolo - Não.
 
Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou? 

Carla Argolo - Estou em tratamento desde maio de 2013.
 
Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? 

Carla Argolo - As vezes me bate o desânimo, parece que não vou conseguir, mas começo a pensar em tudo que já enfrentei e volta outra vez muita vontade de viver, me formar, ver meus filhos se formarem, encontrar um grande amor, construir minha casa, enfim morrer de outra coisa e não de câncer.
 
Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro. 

Carla Argolo - Era professora de educação infantil, trabalhava com bebês, mas devido ao esvaziamento axilar e não poder mais fazer força, fui readaptada na Secretaria de Educação de Porto Alegre, também foi difícil me adaptar no início, porém aprendi o trabalho e comecei a gostar, fiz novas amizades, adquiri conhecimentos que não imaginava conhecer, percebi a outra ponta do trabalho com a educação (antes estava do outro lado, na escola), me senti útil outra vez. Agora estou de licença, desde maio e meu médico a renovou até abril, também tive que "digerir” mais esta informação e não me sentir incapaz, contudo decidi seguir com a faculdade, assim sinto que estou "viva” e ainda posso fazer algumas coisas (curso pedagogia na PUCRS), na faculdade sou o "exemplo” para muitas meninas e até para muitos professores. Sinto-me  muito bem quando estou em aula, esqueço até do câncer que está me impedindo de fazer outras coisas.
 
Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? 

Carla Argolo - Força, foco e fé, sempre, não desistir nunca, lutar, brigar se for preciso, ter serenidade para aceitar, não se fazer de vítima, procurar apoio na família, amigos; não ter vergonha de pedir ajuda, de ganhar colo, abraços, beijos e se sentir feliz apesar de tudo!
 
Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Carla Argolo - Acho que a informação nos dá um suporte firme para lidar com a doença, sem a informação ficamos como um barco à deriva, sem rumo, sem um caminho a seguir. Estar a par de tudo que acontece ou pode acontecer com a gente, dá mais segurança inclusive para o tratamento fazer o efeito esperado, te traz esperança e fé; saber que muitas pessoas passam pelas mesmas situações, te dá a sensação de não estar sozinho no mundo.
 
Instituto Oncoguia - Você buscou se informar? De que maneira?

Carla Argolo - Livros sobre o câncer, (já li dois), artigos em revistas, internet, tv, jornais, rádio.
 
Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?  

Carla Argolo - Foi no meu facebook, não sei como apareceu na minha página o link e eu cliquei , hoje estou aqui escrevendo para vocês.
 
Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? 

Carla Argolo - Acho maravilhoso o trabalho de vocês, inclusive sempre compartilho as informações,  para que um número cada vez maior de pessoas tenham acesso  a elas.
 
Instituto Oncoguia - Você sabia que possuímos um trabalho focado na melhoria da situação do Câncer no Brasil? Estamos sempre em contato com políticos e gestores que podem ajudar a melhorar as políticas públicas brasileiras relacionadas ao câncer. Se você fosse mandar um recado para um político, o que você gostaria que mudasse ou melhorasse considerando tudo o que você passou? 
 
Carla Argolo - Gostaria muito que todas as pessoas que tivessem este diagnóstico, tivessem um tratamento de qualidade, pois nem todas têm acesso, aqui no RS, nem todos os hospitais estão bem equipados, com trabalhadores bem remunerados, com uma equipe médica interessada no bem estar do paciente. Mais verbas para a saúde, que eles saibam que ninguém escolher ter um câncer, que é muito doloroso o percurso desde a descoberta até a cura (ou as vezes nem cura tem, só controle). Que eles soubessem disto, que como é difícil ficar doente no Brasil!
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