Câncer colorretal: maioria dos pacientes tem sintomas iniciais; veja quais

O que as cantoras Preta Gil e Simony têm em comum com o ex-jogador Pelé (morto aos 82 anos no fim do ano passado)? Os três foram diagnosticados com câncer colorretal, nome médico para o que popularmente se chama de câncer no intestino.

  • É o segundo tipo de câncer que mais causa mortes no mundo, com mais de um milhão de óbitos anualmente, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
  • No Brasil, dados recentes do Inca (Instituto Nacional do Câncer) indicam que o câncer colorretal é o terceiro mais incidente na população brasileira --perdendo para mama e próstata, sem incluir na lista o câncer de pele do tipo não melanoma.
  • Assim como ocorre com outros cânceres, a doença pode ser assintomática no início. No entanto, a grande maioria dos pacientes vai apresentar algum tipo de sintoma.
  • Daí a importância de se realizar os exames periódicos para rastreio precoce da doença. A recomendação do Ministério da Saúde é que eles sejam feitos a partir dos 50 anos.

"É um câncer que, quando detectado em estágio inicial, tem alto índice de cura", afirma Luiz Henrique Araújo, coordenador de oncologia do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, e head de oncologia da Dasa Genômica.

"Por outro lado, até mesmo os pacientes com a doença avançada também conseguem ter um bom controle da doença com os tratamentos disponíveis atualmente", diz.

Onde e como ocorre o câncer colorretal?

Os tumores desse tipo podem surgir no cólon (que constitui o intestino grosso) ou no reto (a parte final do órgão). Diferente do intestino delgado, que atua na absorção de nutrientes, o intestino grosso é responsável por absorver água e movimentar as fezes até sua excreção.

"Normalmente, antes de ser um câncer, a doença começa com um pólipo não cancerígeno no revestimento interno do cólon ou do reto", explica Fernanda Coelho, coloproctologista do Centro Médico do Hospital da Bahia, de Salvador.

Quais são os fatores de risco?

  • As causas do câncer colorretal incluem fatores genéticos e a presença de doenças inflamatórias no intestino, o que pode aumentar o risco de surgimento de lesões cancerígenas nessa área.
  • Por outro lado, fatores como tabagismo, obesidade e sedentarismo também aumentam o risco para desenvolver diversos tipos de câncer, incluindo o colorretal.
  • Como outros tipos de câncer, a idade também é um fator a ser considerado --quanto mais velho(a), maior o risco de desenvolver a doença. Mas isso não significa que pessoas mais jovens não possam ser diagnosticadas.

"Temos visto um aumento de casos na população mais jovem, em parte por causa dos hábitos de vida, além do maior acesso ao serviço médico para exames", afirma Ricardo Carvalho, médico oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A cantora Preta Gil, por exemplo, tem 48 anos. Já Simony, que anunciou que está em tratamento para a doença em agosto de 2022, tem 46 anos.

Quais são os principais sintomas?

O câncer colorretal muitas vezes cresce silenciosamente e de forma assintomática. Por isso, muitos casos em estágio inicial são encontrados de forma ocasional, após exames de rotina.

No entanto, de acordo com Carvalho, a grande maioria dos pacientes vai apresentar algum tipo de sintoma. Os mais comuns são:

  • Sangue nas fezes;
  • Alteração do hábito intestinal (ir mais ou ir menos ao banheiro) sem causa aparente;
  • Alteração na forma das fezes (ficam mais pastosas ou mais finas);
  • Cólica abdominal;
  • Sensação de empachamento.

Em estágios mais avançados, a doença pode provocar anemia, perda de apetite, emagrecimento e cansaço.

Como é feito o diagnóstico?

  • O diagnóstico é realizado por meio da colonoscopia, exame em que um aparelho flexível com uma câmera acoplada na ponta permite que o médico avalie a mucosa intestinal e encontre possíveis pólipos ou inflamações, por exemplo, que possam evoluir para um câncer.
  • O exame e feito sob sedação e o paciente não vê ou sente nada durante o procedimento, além de poder ir para casa no mesmo dia.
  • O Ministério da Saúde recomenda que o rastreamento do câncer colorretal em pessoas entre 50 e 75 anos, incluindo aí exames de pesquisa de sangue em fezes e colonoscopia.
  • Já a Sociedade Americana de Oncologia recomenda que a primeira colonoscopia seja feita aos 45 anos --uma medida que reflete o aumento de casos nessa faixa etária.
  • A partir do resultado do primeiro exame, é definido se o acompanhamento precisa ser anual ou se o exame pode ser repetido após alguns anos.

Como é feito o tratamento?

Via de regra, o tratamento para o câncer colorretal é feito com cirurgia. Nela, o tumor é removido junto com a parte do intestino afetada. "A maioria dos casos precisa de uma cirurgia comum, mas em estágios iniciais, é possível remover o tumor via colonoscopia", explica Carvalho.

Em estágios mais avançados, quando a doença já se espalhou para outros órgãos, os cuidados envolvem o uso de quimioterapia, imunoterapia (tratamento que ativa o sistema imunológico para atacar as células cancerígenas) ou ainda o uso de medicamentos que vão destruir especificamente as proteínas das células do câncer.

A boa notícia é que o câncer colorretal é um dos poucos tipos de tumor que possui um prognóstico positivo para os pacientes. Nesse sentido, a detecção do tumor em sua fase inicial é fundamental para aumentar as chances de sucesso, afirma Fernanda Coelho.

Dá para prevenir?

Depende. É impossível garantir que alguém não vá desenvolver câncer —especialmente porque é uma doença que tem um componente genético muito importante.

No entanto, sabe-se hoje que a mudança de hábitos de vida pode evitar um grande número de diagnósticos da doença. Nesse sentido, é possível, sim, trabalhar para evitar esse tipo de tumor.

No caso do câncer colorretal, a dieta desbalanceada tem sido apontada como um fator importante para aumento de risco, já que o alto consumo de alimentos ultraprocessados (com muitos aditivos químicos e excesso de gordura) tem sido ligado ao surgimento de câncer no trato digestivo.

Em uma recente revisão feita por cientistas da Universidade de Harvard (EUA), os pesquisadores concluíram que "o aumento de consumo de alimentos ultraprocessados, junto com mudanças no estilo de vida e no ambiente" podem ter contribuído para o aumento de casos da doença entre pessoas mais jovens nas últimas décadas.

Por outro lado, a OMS afirma que tabagismo, consumo de álcool, obesidade e sedentarismo, além da dieta pobre em frutas e vegetais, aumentam significativamente o risco para desenvolver qualquer tipo de câncer.

Assim, a recomendação para prevenir o câncer colorretal inclui:

  • Alta ingestão de alimentos naturais (frutas, verduras, legumes etc.);
  • Redução na ingestão de carne vermelha;
  • Aumento de consumo de fibras (para manter o intestino funcionando bem);
  • Praticar atividade física;
  • Não fumar e não beber;
  • Realizar os exames de rotina dentro do período adequado.

Fonte: Viva Bem - UOL

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