Biópsia para diagnóstico do linfoma não Hodgkin em crianças

Muitos dos sintomas do linfoma não Hodgkin não são suficientemente específicos para afirmar com certeza o diagnóstico. A maioria dos sintomas pode também ser causada por outras doenças não cancerígenas, como infecções, ou mesmo por outros tipos de cânceres. Os principais tipos de linfoma não Hodgkin em crianças podem causar muitos dos mesmos sintomas, mas eles exigem tratamentos ligeiramente diferentes, por isso é importante diferenciá-los.

A biópsia é um procedimento no qual uma amostra de tecido é removida e encaminhada para análise de um patologista. Para a maioria dos tipos de câncer, a biópsia é necessária para diagnosticar a doença.

Tipos de biópsias

  • Biópsia excisional ou incisional. Este é o tipo mais comum de biópsia, quando existe uma suspeita de linfoma. Neste procedimento, o cirurgião faz uma incisão na pele e remove todo o linfonodo (biópsia excisional) ou apenas uma pequena parte do tecido (incisional). Se o linfonodo está localizado na superfície da pele, o procedimento é simples, e pode ser realizado sob anestesia local, mas se estiver em planos mais profundos será necessária anestesia geral. Este método fornece material suficiente para diagnosticar o tipo exato do linfoma não Hodgkin.
     
  • Aspiração por agulha fina (PAAF) e core biopsy. Na PAAF o médico utiliza uma agulha fina e uma seringa para aspirar uma pequena quantidade de tecido a partir de linfonodo ou massa tumoral. Na core biopsy o médico utiliza uma agulha de calibre maior para remover uma amostra um pouco maior de tecido. A principal desvantagem das biópsias por agulha é que, em alguns casos, não se remove uma amostra suficiente para fazer um diagnóstico definitivo.

Se o tumor estiver localizado em planos profundos, o médico guiará e orientará a posição da agulha com o auxílio de tomografia computadorizada ou ultrassom.

Uma biópsia por agulha não requer cirurgia, mas em alguns casos, pode não remover material suficiente para um diagnóstico definitivo. A maioria dos médicos não realiza biópsias por agulha para diagnosticar um linfoma, mas se ele suspeitar que o aumento de tamanho do linfonodo é causado por uma infecção ou pela disseminação do câncer a partir de outro órgão (como mama, pulmões, ou tireoide), a biópsia por agulha será o primeiro procedimento a ser realizado. Uma biópsia pode ser ainda necessária para diagnosticar e classificar o linfoma, mesmo após a realização da biópsia de agulha.

Uma vez diagnosticado o linfoma, as biópsias por agulha podem ainda serem necessárias ​​para verificar lesões em outras partes do corpo aos que o linfoma possa ter se disseminado ou mesmo recidivado após o tratamento.

Outros tipos de biópsias

Estes procedimentos não são normalmente realizados para diagnosticar o linfoma, mas também podem ser realizados para determinar o estadiamento de um linfoma que já foi diagnosticado.

  • Aspiração da medula óssea e biópsia. Esses procedimentos são muitas vezes realizados após o diagnóstico do linfoma, para determinar se a medula óssea foi atingida. Esses dois procedimentos são muitas vezes feitos ao mesmo tempo, as amostras são geralmente colhidas no osso da pelve, embora em alguns casos, possam ser colhidas a partir do esterno ou outros ossos. A biópsia de medula óssea é, geralmente, feita logo após a aspiração, onde um pequeno pedaço de osso e medula é removido com uma agulha ligeiramente maior.
     
  • Punção lombar. Este exame procura por células de linfoma no líquido cefalorraquidiano (LCR), que banha o cérebro e a medula espinhal. Neste procedimento, o médico, após anestesiar uma área na parte inferior da coluna vertebral, insere uma agulha entre os ossos da parte inferior da coluna para retirar uma pequena quantidade do líquido. Em crianças já diagnosticadas com linfoma, a punção lombar pode também ser realizada para administrar medicamentos quimioterápicos no líquido cefalorraquidiano para tentar evitar ou tratar a disseminação do linfoma para a medula espinhal e cérebro.
     
  • Coleta de líquido pleural ou peritoneal. A disseminação do linfoma no tórax ou abdome pode levar ao acúmulo de líquido pleural ou líquido peritoneal respectivamente,  e que deve ser retirado com o auxílio de uma agulha. Quando este procedimento é feito no tórax é chamado toracocentese, quando é realizado no abdome é denominado paracentese.

Exames das amostras da biópsia

Todas as amostras removidas durante a biópsia são analisadas por um patologista, médico especializado na avaliação de células, tecidos e órgãos para diagnosticar uma doença. Se células cancerosas estão presentes, o patologista determinará o tipo de linfoma a que corresponde.

  • Imunohistoquímica. Neste exame, uma parte da amostra de biópsia é tratada com anticorpos especiais que se ligam a moléculas específicas apenas na superfície da célula. Estes anticorpos causam alterações de cor, que podem ser vistas sob um microscópio. Este teste pode ser útil para distinguir os diferentes tipos de linfoma um do outro, assim como de outras doenças.
     
  • Citometria de fluxo. Assim como na imunohistoquímica, este exame analisa certas substâncias da superfície externa das células para identificar os tipos de células. Neste procedimento, uma amostra de células é tratada com anticorpos especiais que se aderem às células apenas se certas substâncias estão presentes em suas superfícies. Este teste é mais comumente usado para imunofenotipagem (classificação de células de linfoma de acordo com os antígenos presentes em sua superfície). Diferentes tipos de linfócitos têm antígenos diferentes em sua superfície. A citometria de fluxo determina se o linfonodo está aumentado por causa do linfoma, de outro tipo de câncer ou uma doença não maligna. Este exame é muito útil para ajudar os médicos a determinar o tipo exato de linfoma de modo que eles possam definir o melhor tratamento.

Testes genéticos moleculares

Estes exames analisam o DNA das células do linfoma, permitindo a detecção da maioria das alterações visíveis nos testes citogenéticos, bem como outras não visíveis.

  • Citogenética. Esta técnica permite a avaliação dos cromossomos nas células do linfoma. Algumas células de linfoma podem ter cromossomos a menos, em excesso ou outras anormalidades cromossômicas, que podem ajudar a identificar o tipo de linfoma.
     
  • Hibridização fluorescente in situ (FISH). FISH é semelhante ao exame citogenético, utilizando corantes fluorescentes especiais que só se ligam a partes específicas dos cromossomos. O exame FISH pode detectar a maioria das alterações cromossômicas (como translocações), bem como algumas alterações muito pequenas que não são visualizadas na citogenética normal.
     
  • Reação em cadeia da polimerase (PCR). É um exame de DNA muito sensível, que pode detectar alterações mínimas no cromossomo, mesmo se houver poucas células de linfoma na amostra.

Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Biópsia e Citologia das Amostras.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 10/08/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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