Biópsia é a remoção de uma pequena quantidade de tecido utilizando técnicas que preservam a lesão inteira de modo que a espessura potencial do câncer e sua margem possam ser retiradas com cuidado, o tecido removido então é enviado para realização do exame anatomopatológico.
Existem diferentes tipos de biópsias que podem ser utilizados para diagnosticar um câncer de pele e a escolha dependerá do tamanho da área afetada e sua localização no corpo.
As biópsias da pele são geralmente feitas com anestésico local, que é injetado na região da lesão, com uma agulha fina. O paciente provavelmente sentirá apenas uma pequena picada e um pouco de ardor quando o medicamento é injetado, mas durante o procedimento não deve sentir nenhuma dor.
Biópsias das metástases
As biópsias de outras áreas do corpo podem ser necessárias em alguns casos, por exemplo, se o melanoma já foi diagnosticado em uma lesão de pele, biópsias dos linfonodos podem ser realizadas para verificar se existe disseminação da doença.
Em casos raros, pode ser necessária uma biópsia para diagnosticar o tipo de câncer. Por exemplo, alguns melanomas podem se disseminar rapidamente atingindo os linfonodos, pulmões, cérebro ou outros órgãos, enquanto o tumor inicial ainda é pequeno. Às vezes, esses tumores são encontrados em exames de imagem, como tomografia computadorizada ou outros exames, antes do diagnóstico da doença. Em outros casos, eles podem ser diagnosticados muito tempo depois da retirada do tumor, o que faz que não fique claro se trata do mesmo câncer ou um novo tumor primário.
Em outros casos, o melanoma pode ser diagnosticado em locais do corpo, onde nunca existiu uma mancha na pele. Isso pode ocorrer porque algumas lesões de pele desaparecem sem qualquer tratamento, depois que algumas de suas células já se disseminaram para outras partes do corpo. Embora raro, o melanoma pode começar em órgãos internos, e, se ele se disseminar pelo corpo, pode não ser possível saber o exato local onde se iniciou.
Punção aspirativa por agulha fina
A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) não é utilizada em pintas suspeitas, mas pode ser usada para biopsiar linfonodos aumentados próximos de um melanoma. Na PAAF, o médico utiliza uma agulha muito fina, para aspirar algumas células do tumor, que são posteriormente enviadas para análise. A punção é realizada com anestésico local, raramente causa grande desconforto, e não deixa cicatriz.
Se o linfonodo está próximo da superfície do corpo, o próprio médico guia a agulha até o gânglio linfático, mas se o linfonodo suspeito estiver mais profundo, a biópsia é realizada com a ajuda de ultrassom ou tomografia computadorizada, para guiar o posicionamento da agulha.
A punção aspirativa por agulha fina não é uma técnica tão invasiva como outros tipos de biópsia, mas nem sempre fornece uma quantidade de tecido suficiente para o diagnóstico do melanoma.
Biópsia cirúrgica do linfonodo
Este procedimento pode ser usado para remover um linfonodo aumentado através de uma pequena incisão na pele. Essa técnica é utilizada quando o tamanho do linfonodo sugere a disseminação da doença. Se o nódulo for superficial o procedimento é realizado com anestesia local, mas se sua localização for mais profunda a anestesia é geral.
Biópsia do linfonodo sentinela
A biópsia do linfonodo sentinela é um procedimento cirúrgico utilizado para determinar se as células cancerígenas se disseminaram para os linfonodos próximos.
Para encontrar o linfonodo é injetado na área do melanoma um radiofármaco, após 1 h, o médico realiza medidas próximo às cadeias linfáticas com um detector de radiação para identificar a existência do primeiro linfonodo comprometido. O cirurgião faz uma pequena incisão na área identificada e remove o linfonodo que ficou radioativo, para depois ser enviado ao laboratório de patologia para análise.
Se não existirem células cancerígenas no linfonodo sentinela, a cirurgia dos linfonodos se encerra, porque é pouco provável que exista disseminação da doença além deste ponto. Se células cancerígenas forem encontradas no linfonodo sentinela, os linfonodos restantes dessa área são removidos e enviados para análise.
Exames das amostras da biópsias
Todas as amostras de biópsias de pele são enviadas para análise por um patologista, que é o médico especializado no exame anatomopatológico de células, tecidos e órgãos para diagnosticar a doença. Se células cancerosas estão presentes, o patologista determinará o tipo de câncer de pele.
Para confirmar o diagnóstico de câncer de pele melanoma, o médico também pode solicitar exames adicionais da amostra, como imunohistoquímico, hibridização fluorescente in situ (FISH), hibridização genômica comparativa e perfil de expressão gênica.
Se as amostras apresentam melanoma, o patologista verificará certas características importantes, como a espessura do tumor e índice mitótico. Essas características determinam o estadiamento da doença, que por sua vez influencia as opções de tratamento e prognóstico.
Teste de alterações genéticas
As amostras de biópsia podem ser estudadas para verificar a presença de mutações em determinados genes, como o BRAF. Cerca da metade dos melanomas têm mutações nesse gene. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de melanomas avançados só atuam se as células têm mutações BRAF, de modo que esse teste é importante para ajudar a determinar as opções de tratamento. Também podem ser realizados testes para alterações em outros genes, como o C-KIT.
Um teste de laboratório mais recente, conhecido como DecisionDx-Melanoma, examina determinados padrões de expressão gênica em células de melanoma para mostrar se os melanomas em estágio inicial são propensos a se disseminar. Isso pode ser usado para determinar as opções terapêuticas.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Biópsia e Citologia das Amostras.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 14/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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