Biópsia para Diagnóstico do Câncer de Estômago
Quando uma área suspeita é encontrada durante a endoscopia ou em um exame de imagem, a única maneira de saber com certeza se realmente é um câncer é realizando uma biópsia. Durante a biópsia, o médico coleta uma amostra da área anormal, que é enviada ao laboratório de patologia para análise.
As biópsias do câncer de estômago são frequentemente realizadas durante uma endoscopia digestiva alta. Se o médico visualiza áreas anormais no revestimento do estômago durante o procedimento, são inseridos instrumentos para biopsiar essas áreas.
Alguns tipos de câncer de estômago estão localizados mais profundamente na parede do estômago, dificultando a biópsia por endoscopia. Se o médico suspeita que o tumor possa estar numa região mais profunda da parede do estômago, é utilizado o ultrassom endoscópico para guiar a agulha de biópsia até a parede do estômago e coletar uma amostra do tecido.
As amostras de tecido para biópsia também podem ser retiradas de possíveis áreas de disseminação da doença, como linfonodos próximos ou áreas suspeitas em outras partes do corpo.
Análise das amostras
A análise da amostra retirada durante a biópsia visa confirmar (ou não) a presença do câncer, em caso positivo, determinar o tipo, por exemplo, se é adenocarcinoma, tumor carcinoide, tumor estromal gastrointestinal ou linfoma.
Mais testes podem ser necessários se uma amostra contiver determinados tipos de células cancerígenas. Por exemplo, o tumor pode ser verificado se a proteína HER2 está presente. Os tumores com níveis aumentados de HER2 são chamados HER2 positivos.
Os cânceres de estômago que são HER2-positivos podem ser tratados com medicamentos que têm como alvo a proteína HER2, como o trastuzumabe.
A amostra de biópsia pode ser avaliada de duas maneiras diferentes:
- Imunohistoquímica. Neste exame, anticorpos especiais que identificam a proteína HER2 são aplicados na amostra, fazendo com que as células mudem de cor, se muitas cópias dessa proteína estiverem presentes. Essa mudança de cor pode ser visualizada ao microscópio. Os resultados deste exame são apresentados como 0, 1+, 2+, ou 3+.
- Hibridização fluorescente in situ (FISH). Este exame utiliza peças fluorescentes de DNA que especificamente se aderem às cópias do gene HER2 nas células, podendo então ser contabilizadas sob um microscópio especial.
Geralmente, o exame imunohistoquímico é realizado primeiro:
- Se os resultados forem 0 ou 1+, o câncer é HER2 negativo. Pacientes com tumores HER2 negativo não são tratados com medicamentos que têm como alvo a HER2.
- Se o resultado for 3+, o câncer é HER2 positivo. Os pacientes com tumores HER2 positivos podem ser tratados com medicamentos como o trastuzumabe.
- Quando o resultado é 2+, o estado de HER2 do tumor não está claro. Diante desse resultado, o tumor deverá ser estudado com o método FISH.
O tumor também pode ser verificado quanto à presença da proteína do controle imunológico denominada PD-L1. Se for constatado a presença dessa proteína, o tumor pode ser tratado com um inibidor do controle imunológico, como o pembrolizumabe. Esse tipo de tratamento pode ser administrado se outros tratamentos deixarem de responder.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Biópsia e Citologia das Amostras.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 14/12/2017, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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