Biópsia para Diagnóstico do Câncer de Próstata

Se determinados sinais e sintomas ou resultados de exames de rastreamento sugerirem câncer de próstata, o médico solicitará a realização de uma biópsia da próstata para diagnóstico definitivo de câncer de próstata.

A biópsia é um procedimento no qual uma amostra de tecido é removida e encaminhada para análise de um patologista. A biópsia por agulha é o principal método utilizado para diagnosticar o câncer de próstata. A biópsia é realizada por um urologista, com o auxílio de ultrassonografia transretal para localizar a próstata. O procedimento consiste em inserir uma agulha através da parede do reto em direção da próstata. A retirada da agulha remove uma amostra, que consiste num pequeno cilindro (núcleo) do tecido. Esse procedimento é repetido várias vezes, até que se tenha uma quantidade de amostras suficiente para enviar ao laboratório de patologia.

Após a realização da biópsia pode ser receitado um antibiótico para prevenir o risco de uma infecção. Nos primeiros dias após o procedimento o paciente poderá sentir algum desconforto ou até mesmo notar sangue na urina ou no sêmen.

Resultados da biópsia

As amostras retiradas durante a biópsia são enviadas para um laboratório de patologia onde são analisadas sob um microscópio para verificar se contêm células cancerígenas. O laudo de patologia, geralmente sai dentro de 1 a 3 dias, mas às vezes pode demorar mais tempo. Esses resultados podem ser relatados como:

  • Positivo. Células cancerígenas foram observadas nas amostras de biópsia.
  • Negativo. Nenhuma célula cancerígena foi vista nas amostras de biópsia.
  • Suspeito. Algo anormal foi visto, mas pode ou não ser câncer.

Se a biópsia for negativa

Se os resultados da biópsia da próstata forem negativos, ou seja, se não for confirmado o câncer, e a chance do paciente ter câncer de próstata não for alta com base no nível do PSA e em outros exames já realizados, talvez não seja necessário a realização de mais exames, além de repetir o PSA, e possivelmente o exame de toque retal.

Mas mesmo que muitas amostras sejam coletadas, às vezes as biópsias podem não coletar células cancerígenas. Isso é conhecido como um resultado falso-negativo. Portanto, se o médico ainda suspeitar que o paciente tenha câncer de próstata, devido o alto nível do PSA, ele poderá sugerir:

  • A realização de exames laboratoriais, como sangue, urina ou amostras de biópsia da próstata. Exemplos desses exames incluem o índice de saúde da próstata (PHI), exame 4Kscore, PCA3 e ConfirmMDx.
  • Repetição da biópsia da próstata. Isso pode incluir a obtenção de amostras adicionais de partes da próstata que não foram biopsiadas na primeira vez ou o uso de exames de imagem como ressonância magnética para identificar áreas anormais da próstata.

Grau do câncer de próstata (Pontuação de Gleason)

O grau do câncer é baseado em quanto as células do tumor se parecem com o tecido normal da próstata. Existem duas maneiras principais de medir o grau de um câncer de próstata.

Pontuação de Gleason

A pontuação de Gleason atribui notas baseado em quanto o tumor se parece com o tecido normal da próstata:

  • Se o tumor se parece muito com o tecido normal da próstata, é atribuída a nota 1.
  • Se o tumor aparece muito anormal, é classificado com grau 5.
  • Os graus de 2 a 4 têm características entre esses extremos.

A maioria das biópsias são grau 3 ou superior, e os graus 1 e 2 não são frequentemente relatados.

Como os cânceres de próstata muitas vezes têm áreas com diferentes graus, um grau é atribuído às duas áreas que compõem a maior parte do tumor. Essas duas notas são somadas para produzir a pontuação de Gleason, também denominado escore de Gleason.

O primeiro número atribuído é o grau mais comum no tumor. Por exemplo, se a pontuação de Gleason for escrita como 3 + 4 = 7, significa que a maior parte do tumor é de grau 3 e o menor é de grau 4, e eles são adicionados para uma pontuação de Gleason 7.

Embora na maioria das vezes a pontuação de Gleason se baseie nas duas áreas que compõem a maior parte do tumor, existem algumas exceções a esta regra. Se o grau mais alto ocupa a maior parte da amostra, a nota para essa área é contada duas vezes como a pontuação de Gleason. Além disso, se 3 classes estão presentes em um núcleo da amostra, o grau mais alto é sempre incluído na pontuação de Gleason, mesmo que a maior parte do núcleo esteja ocupado por áreas do tumor com notas mais baixas.

Em teoria, a pontuação de Gleason pode ser entre 2 e 10, mas pontuações abaixo de 6 são raramente usadas.

Os cânceres de próstata são frequentemente divididos em 3 grupos, com base na pontuação de Gleason:

  • Cânceres com pontuação de Gleason até 6 são frequentemente chamados de bem- diferenciados ou de baixo grau.
  • Cânceres com pontuação de Gleason de 7 são denominados  moderadamente diferenciados ou de grau intermediário.
  • Cânceres com pontuações de Gleason de 8 a 10 podem ser chamados pouco diferenciados ou de alto grau.

Grupos de notas

Nos últimos anos, os médicos perceberam que a pontuação de Gleason nem sempre é a melhor opção para descrever o grau do câncer de próstata, por duas razões:

  • Os resultados do câncer de próstata podem ser divididos em mais do que apenas os 3 grupos mencionados acima. Por exemplo, homens com uma pontuação de Gleason 3 + 4 = 7 tendem a ter melhor prognóstico do que aqueles com um tumor 4 + 3 = 7. Da mesma forma, homens com uma pontuação de Gleason 8 tendem a ter melhor prognóstico do que aqueles com um paciente com uma pontuação de Gleason de 9 ou 10.
  • A escala da pontuação de Gleason pode ser duvidosa para os pacientes. Por exemplo, um homem com uma pontuação de Gleason 6 pode assumir que seu tumor esteja no meio da série de notas (que, em teoria, varia de 2 a 10), mesmo que o tumor de nota 6 seja realmente o mais baixo na prática. Essa suposição pode levar o homem a pensar que seu tumor tenha mais probabilidade de crescer e se disseminar mais rapidamente do que realmente seria, o que pode afetar suas decisões sobre o tratamento.

Por essa razão, foram desenvolvidos grupos de escores, que variam de 1 (com maior probabilidade de crescer e se disseminar lentamente) a 5 (com maior probabilidade de crescer e se disseminar rapidamente):

  • Grupo de notas 1 = Gleason 6 (ou menos).
  • Grupo de notas 2 = Gleason 3 + 4 = 7.
  • Grupo de notas 3 = Gleason 4 + 3 = 7.
  • Grupo de notas 4 = Gleason 8.
  • Grupo de notas 5 = Gleason 9-10.

Com o tempo, os grupos provavelmente substituirão a pontuação de Gleason, mas atualmente, ainda podem ser apresentados ambos nos laudos de patologia de biópsia.

Laudo de patologia

Se o tumor estiver presente, junto com o grau da doença, o laudo do patologista muitas vezes contém outras informações que podem dar uma ideia melhor da extensão da doença. Essas podem incluir:

  • Número de amostras de biópsia que contêm a doença, por exemplo, 7 de 12.
  • Porcentagem da doença em cada um dos núcleos.
  • Se o tumor está apenas de um lado da próstata ou se é bilateral.

Resultados suspeitos

Às vezes, quando o patologista examina as células da próstata, elas não parecem cancerígenas, mas não são normais. Esses resultados são muitas vezes relatados como suspeitos:

  • Neoplasia intraepitelial prostática. Existem alterações na forma como as células da próstata são vistas sob o microscópio, mas as células anormais não parecem ter se desenvolvido em outras partes da próstata, como aconteceria com as células cancerígenas. A neoplasia intraepitelial prostática é frequentemente dividida em baixo e alto grau. Muitos homens começam a desenvolver a neoplasia intraepitelial de baixo grau a uma idade precoce, mas não necessariamente desenvolvem o câncer de próstata. Se a neoplasia intraepitelial é de grau alto, existe uma chance maior do paciente desenvolver câncer de próstata ao longo do tempo.
     
  • Proliferação atípica de pequenos acinos. Às vezes chamada apenas de atipia glandular ou proliferação glandular atípica. Nesse caso, algumas células parecem cancerígenas, mas a quantidade de células é pequena para se ter certeza. Existe uma grande chance de que o câncer esteja presente na próstata, razão pela qual muitos médicos recomendam a repetição da biópsia dentro de alguns meses.
     
  • Atrofia inflamatória proliferativa. Na atrofia inflamatória proliferativa, as células da próstata se observam menores do que o normal. Essa condição não é câncer, mas os pesquisadores acreditam que a inflamação possa às vezes levar à neoplasia intraepitelial prostática ou ao câncer de próstata.

Testes genéticos

Atualmente, alguns médicos recomendam que alguns homens com câncer de próstata sejam testados para diagnosticar certas alterações genéticas hereditárias. Isso inclui homens com suspeita de determinadas síndromes hereditárias, como mutação no gene BRCA ou síndrome de Lynch, bem como homens com câncer de próstata com certas características de alto risco ou que se disseminaram para outros órgãos. Converse com seu médico sobre os possíveis prós, contras e limitações dos testes genéticos.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 30/01/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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