Biópsia do linfoma não Hodgkin

A biópsia é a única maneira de diagnosticar um linfoma não Hodgkin. Mas nem sempre é realizada imediatamente porque muitos dos sintomas podem também ser provocados por outras doenças, como infecções ou mesmo por outros tipos de câncer. Devido a isso, os médicos geralmente prescrevem antibióticos e esperam algumas semanas para observar o comportamento dos linfonodos. Se os linfonodos permanecem sem alteração ou mesmo continuarem crescendo, o médico poderá solicitar uma biópsia.
 
Uma biópsia pode ser necessária, imediatamente, se o tamanho, textura ou a localização de um linfonodo ou a presença de outros sintomas sugerirem um linfoma.
 
Tipos de biópsias
 
Existem vários tipos de biópsias. Os médicos escolhem qual usar com base na situação individual de cada paciente.
 

  • Biópsia excisional ou incisional. Este é o tipo mais frequente de biópsia, quando existe uma suspeita de linfoma, porque fornece material suficiente para diagnosticar o tipo exato de linfoma não Hodgkin. Neste procedimento, o cirurgião faz uma incisão na pele e remove todo o linfonodo (biópsia excisional) ou apenas uma pequena parte do tumor (incisional). Se o linfonodo está localizado na superfície da pele, o procedimento é simples, e pode ser realizado sob anestesia local, mas se estiver em planos mais profundos será necessária anestesia geral.
     
  • Biópsia por agulha. Uma biópsia por agulha são é menos invasiva que uma biópsia excisional ou incisional, mas em alguns casos, pode não remover material suficiente para um diagnóstico definitivo. A maioria dos médicos não realizam biópsias por agulha para diagnosticar um linfoma, mas se houver suspeita que o linfonodo está aumentado devido a uma infecção ou pela disseminação do câncer a partir de outro órgão (como mama, pulmões, ou tireoide), a biópsia por agulha será o primeiro procedimento a ser realizado. Uma biópsia excisional pode ser ainda necessária para diagnosticar e classificar o linfoma, mesmo após a realização da biópsia de agulha. Existem 2 tipos de biópsias por agulha:
  1. Aspiração por agulha fina (PAAF). Neste procedimento, o médico utiliza uma agulha fina e uma seringa para aspirar uma pequena quantidade de tecido a partir de linfonodo ou massa tumoral.
  2. Core biopsy. Nesta técnica, o médico utiliza uma agulha de calibre maior para remover uma amostra um pouco maior de tecido.

Se o tumor for profundo, o médico guiará e orientará a posição da agulha com o auxílio da tomografia computadorizada ou ultrassom.
 
Uma vez diagnosticado o linfoma, as biópsias por agulha podem ainda serem necessárias para estudar lesões em outras partes do corpo aos que o linfoma possa ter se disseminado ou mesmo recidivado após o tratamento.
 
Outros tipos de biópsias
 
Esses procedimentos não são normalmente realizados para diagnosticar o linfoma, mas também podem ser feitos para determinar o estadiamento de um linfoma que já foi diagnosticado.

  • Aspiração de medula óssea e biópsia. Esses procedimentos são muitas vezes realizados após o diagnóstico do linfoma, para determinar se a medula óssea foi atingida. Estes dois procedimentos são muitas vezes feitos ao mesmo tempo, as amostras são geralmente colhidas no osso da pelve, embora em alguns casos, possam ser colhidas a partir do esterno ou outros ossos. A biópsia de medula óssea é geralmente feita logo após a aspiração, onde um pequeno pedaço de osso e medula é removido com uma agulha ligeiramente maior.
     
  • Punção lombar. Este exame procura por células de linfoma no líquido cefalorraquidiano (LCR), que banha o cérebro e a medula espinhal. Neste procedimento, o médico, após anestesiar uma área na parte inferior da coluna vertebral, insere uma agulha entre os ossos da coluna para retirar uma pequena quantidade do líquido.
     
  • Coleta de líquido pleural ou peritoneal. A disseminação do linfoma no tórax ou abdômen pode levar a um acúmulo de líquido pleural (no tórax)  ou líquido peritoneal (no abdômen), que deve ser retirado com o auxílio de uma agulha. Quando este procedimento é realizado no tórax é chamado toracocentese, quando é feito no abdômen é denominado paracentese.

Exames das amostras de biópsia
 
Todas as amostras removidas durante a biópsia são analisadas por um patologista, médico especializado na avaliação de células, tecidos e órgãos para diagnosticar uma doença. Se células cancerígenas estão presentes, o patologista determinará o tipo de linfoma a que corresponde. Os patologistas podem determinar o tipo de linfoma, mas geralmente outros exames são necessários para confirmar o diagnóstico.

  • Citometria de fluxo e imunohistoquímica. Para a citometria de fluxo e imunohistoquímica, as amostras de biópsia são tratadas com anticorpos que se ligam a determinadas proteínas nas células. As células são então analisadas no laboratório (imunohistoquímica) ou com uma máquina especial (para citometria de fluxo) para verificar se os anticorpos se ligam a elas. Esses testes podem ser úteis para distinguir se um linfonodo está aumentado devido ao linfoma, algum outro tipo de câncer ou uma outra doença não maligna. Esses testes também podem ser usados para imunofenotipagem, classificando o linfoma de acordo com os antígenos presentes em sua superfície. Diferentes tipos de linfócitos têm diferentes antígenos em sua superfície.
     
  • Testes cromossômicos. Células humanas normais têm 23 pares de cromossomos, cada um de um certo tamanho e aparência. Mas em alguns tipos de linfoma, as células têm alterações em seus cromossomos, como ter muitos, poucos ou inclusive conter cromossomos anormais. Essas mudanças podem ajudar a identificar o tipo de linfoma.
     
  • Citogenética. Neste teste, as células são estudadas quanto as anormalidades cromossômicas.
     
  • Hibridização fluorescente in situ (FISH). FISH utiliza corantes fluorescentes especiais que só se ligam a partes específicas dos cromossomos. O exame FISH pode detectar a maioria das alterações cromossômicas (como translocações), bem como algumas alterações muito pequenas que não são visualizadas na citogenética normal.
     
  • Reação em cadeia da polimerase (PCR). A reação em cadeia da polimerase é um exame de DNA muito sensível, que pode detectar alterações mínimas no cromossomo. Esse exame também pode detectar certos genes que foram ativados e estão contribuindo para o crescimento das células anormais do linfoma.

Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Biópsia e Citologia das Amostras.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 01/08/2018, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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