Outubro é o mês da invasão cor de rosa: Por todos os lados só se fala do Outubro Rosa. Nas lojas é possível encontrar inúmeros produtos com a "tal fita rosa”, apoiando a conscientização sobre o câncer de mama. Pelas ruas vemos pessoas vestindo roupas, chapéu e até mesmo sapatos cor de rosa, para demonstrar seu apoio à causa. E nos meios de comunicação também vemos anúncios de organizações sem fins lucrativos buscando doações e pedindo nosso engajamento em prol dessa causa.
Algumas pessoas, provavelmente aquelas que tiveram câncer de mama, sentem como se participassem de uma grande comunidade de ‘vitoriosas’, tornando uma honra fazer parte desse movimento. Ser diagnosticada com câncer de mama é uma maneira terrível de ser introduzida à essa comunidade. Mas, para aquelas que têm a doença, é uma incrível corrente de apoio. E eu me orgulho em fazer parte desse time. Mas, também há aqueles que só pensam em fugir dessa avalanche rosa que toma conta da cidade.
Eu me emociono com essa explosão cor de rosa, assim como quando vejo alguém usando por aí outra fita colorida em prol de uma causa qualquer. Além da minha fita, no mês de outubro, eu uso muito mais rosa do que no resto do ano. Outubro pra mim é diferente, significa defender, mudar e comemorar.
Fui diagnosticada com carcinoma ductal
in situ em junho de 2012. Optei por uma mastectomia profilática bilateral devido à alta taxa de recorrência de câncer na minha família. Em outubro do mesmo ano fui operada para a retirada dos meus seios. Na mesma semana, também descobri que tinha um carcinoma lobular invasivo. Fui diagnosticada durante o mês que é conhecido como o mês da conscientização do câncer de mama, o mês que é conhecido por pintar o mundo de rosa.
Quando chega outubro eu me vejo. Reflito sobre minha vida e como cheguei até aqui. Se não fosse por mim, se eu não cuidasse tão bem da minha saúde, eu não teria feito a mamografia que encontrou as calcificações do carcinoma ductal
in situ ainda em fase inicial. Eu não teria optado por uma abordagem tão radical no meu tratamento, que mais tarde acabou facilitando o diagnóstico do meu outro câncer. Eu vejo a mudança que ocorreu em mim, em minhas atitudes e no meu espírito. Vejo o efeito que o câncer teve na vida da minha filha e o medo do futuro. Vejo uma oportunidade de levar a conscientização para os outros. Em tudo isto, vejo a necessidade de celebrar. Eu vejo outubro como meu renascimento e meu mês livre do câncer. Outubro chegou e eu celebro a mim!
Por A.B.
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