Os sinais e sintomas do câncer pulmonar são causados pelo crescimento local do tumor, invasão ou obstrução das estruturas adjacentes, disseminação linfática e hematogênica e efeitos remotos dos produtos tumorais.
O tratamento do câncer de pulmão é realizado através de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.
As cirurgias para o tratamento de câncer de pulmão são:
- Segmentectomia ou ressecção em cunha: é retirado uma parte pequena do pulmão.
- Lobectomia:quando retira-se um lobo inteiro do pulmão.
- Pneumonectomia ou Pneumectomia: é a retirada de um pulmão inteiro.
Em qualquer um desses tipos de cirurgia, a linfonodectomia mediastinal é realizada para evitar a disseminação da doença.
Uma rigorosa avaliação pré-operatória, principalmente da função cardiopulmonar é de fundamental importância para identificar e modificar características determinantes de maior risco e conseqüentemente diminuir a taxa de complicações no pós-operatório.
Muitos pacientes candidatos à cirurgia para retirada do tumor de pulmão são pneumopatas prévios devido a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).
Para esses casos existe a fisioterapia pré-operatória. Estudos demonstram que exercícios respiratórios associados ao treino aeróbico por 30 minutos, com 50% da frequência cardíaca máxima, realizados diariamente, cinco dias por semana durante quatro semanas, em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, candidatos à ressecção de pulmão, melhoram a capacidade ao exercício.
As complicações durante e após a cirurgia dependerão da extensão da cirurgia, do estado de saúde geral do paciente e de comorbidades associadas.
A presença da dor em incisões abdominais e torácicas, depressão do centro respiratório por uso de anestesias e analgésicos; e paralisia temporária dos músculos respiratórios durante a cirurgia torácica e a retirada de segmentos pulmonares causam grandes alterações nos volumes e capacidades respiratórias. Essas alterações são fatores que predispoem à algumas complicações respiratórias. As principais complicações pós-operatórias são a exacerbação do DPOC, broncoespasmo (chiadeira), pneumonia, atelectasia (fechamento do pulmão) que podem levar à insuficiência respiratória com necessidade de ventilação mecânica artificial.
Outras complicações incluem derrame pleural, fístula aérea, embolia pulmonar, ou até mesmo Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto (SDRA) que é caracterizada por uma lesão alveolar difusa e irregular que acarreta uma insuficiência respiratória grave. As complicações cardíacas podem incluir arritmia cardíaca ou infarto agudo do miocárdio.
A falta de ar é o principal sintoma. A queda da saturação para menos de 85% em ar ambiente, durante o repouso, leva a indicação da oxigenoterapia.
O posicionamento no leito visa à diminuição das queixas de dor e estimula a mobilização do paciente. A posição sentada tende a aumentar os volumes pulmonares e diminuir o trabalho respiratório. A posição de barriga para baixo aumenta a capacidade residual funcional e a relação ventilação/perfusão, enquanto que as posições laterais aumentam a ventilação pulmonar e a mobilização das secreções das vias aéreas pela ajuda da gravidade.
Já é comprovado cientificamente o efeito terapêutico da fisioterapia respiratória, principalmente no efeito reexpansivo do pulmão e de higiene brônquica. Entre as condutas de tratamento, é empregado a cinesioterapia respiratória clássica, que visa a melhora da ventilação e expansão pulmonar e alívio da dispnéia, e é constituída de manobras respiratórias reexpansivas, desobstrutivas e de higiene brônquica.
Exercícios respiratórios, aeróbicos e de fortalecimento muscular são os pilares para a reabilitação pulmonar. A recomendação é a prática regular de pelos menos 150 minutos por semana, distribuídos ao longo de cinco dias. A prescrição dos exercícios deve ser individualizada e adaptada às capacidades de cada paciente com câncer de pulmão.
Deixo aqui meus votos de um bom fim de ano e que em 2016 nossas forças se reforcem na empreitada contra o câncer!
Até a próxima!
Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi