[Câncer de Tireoide] Vanessa Manechini

Aprendendo com Você

• Essa entrevista foi preenchida em 21/06/2015

• Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Vanessa - Meu nome é Vanessa, tenho 24 anos, moro em Santo André, sou formada em Turismo, trabalho com eventos. Sou uma pessoa muito animada e de bem com a vida, adoro viajar, participar de corridas, sair com amigos, dar risadas e etc.
• Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Vanessa - Há 2 anos descobri um nódulo na tireoide com 3cm e todos os exames realizados no Laboratório Fleury, como por exemplo tomografia computadorizada, ultrassom e punção diziam que era somente um bócio com um nódulo coloide, então só acompanhava de 4 em 4 meses, porém o nódulo não parava de crescer e optei por operar quando estava com 6,5cm.
• Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Vanessa - Apresentei compressão cervical, como o nódulo já estava bem grande (6,5 cm), começou a comprimir e deslocar a traqueia.
• Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Vanessa - Resolvi operar no dia 7 de maio de 2015 no hospital Sírio Libanês e foi um tireoidectomia parcial, porém no dia 8, ao invés de ter alta hospitalar, veio a surpresa... Um carcinoma papilífero e tive que ser re-operada para fazer a tireoidectomia total.
• Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Vanessa - No momento em que recebi a notícia de que era um câncer, foi como se o chão tivesse se aberto, mas no fundo sabia que existiria essa remota possibilidade e fiquei bem tranquila, pois foi como se Deus tivesse me dito que tinha o câncer, mas que tudo ficaria bem. Tive que ser forte, não me fazer de coitada e não demonstrar medo para não assustar meus familiares, parentes e amigos. Nunca deixei de sorrir, embora por dentro estivesse desesperada e louca para cair no choro, pois sabia que o choro não iria resolver minha vida, não ia me curar do câncer e só iria me deixar com depressão, o que pioraria muito o meu quadro, seria como se estivesse entregando os pontos, então me apeguei a Deus e aos médicos que não me abandonaram em momento nenhum.
• Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Vanessa - Finalizei há 2 semanas a radioiodoterapia. Tive que fazer a radioiodo às pressas, pois o exame de tireoglobulina teve alteração e ficou muito alto, o que indicava sobras de tecido tireoidiano ou metástase. Fiquei 3 dias internada em isolamento no Hospital Sírio Libanês e o tratamento é super tranquilo, tem que tomar o iodo radioativo e ficar isolada para não passar radiação a ninguém. Só tem alta quando a radiação não oferecer risco a ninguém. Em menos de 1 mês da cirurgia já estou curada. Estou ótima, nem acredito que em 1 mês minha vida virou de cabeça para baixo e já estou curada! Enquanto infelizmente, quem depende do sistema público de saúde, fica anos na fila esperando um tratamento.
• Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Vanessa - O que percebi é que a medicina está bem avançada no que diz respeito ao tratamento do câncer de tireoide (carcinomas papilíero e folicular), pois a radioiodo é bem eficaz e tranquila se comparar com tratamentos para outros tipos de câncer (radio e quimioterapia).
• Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Vanessa - Nenhum efeito colateral. O Hospital Sírio Libanês aplicou medicações que evitavam efeitos como por exemplo dores no estômago, náuseas e bloqueadores salivares antes mesmo de ingerir o iodo radioativo e isso ajudou muito a bloquear os efeitos colaterais antes mesmo deles surgirem.
• Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Vanessa - Me tratei com o Dr Paulo Aguirre Costa, responsável pela medicina nuclear do Hospital Sírio Libanês. Ele foi fundamental para minha cura, um médico sensacional e alto astral, que nunca me deixou desanimar.
• Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Vanessa - Dr Claudio Roberto Cernea, Dr Felipe Augusto Brasileiro, Dr Dorival Cariucci, Dr Flavio Hojaij - Cirurgiões de Cabeça e Pescoço.
• Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Vanessa - Não.
• Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Vanessa - Agora estou ótima, me sinto em uma vida nova, vejo a vida totalmente diferente, sinto como se tivesse ganhado na loteria, ganhei de Deus uma vida nova inteira pra viver intensamente e não ligo para coisas fúteis como brigas, fofocas, picuinhas e nem coisas materiais como antes, me sinto uma pessoa totalmente diferente... Agora só me importo em ser feliz, cuidar da alimentação (pensando em fazer faculdade de nutrição ou medicina), fazer atividade física, não me estressar e estar sempre perto das pessoas queridas que me deram força durante essa fase.
• Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Vanessa - Continuo trabalhando e durante o tratamento também trabalhei para me distrair e ocupar a mente.
• Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Vanessa - Fazer uma faculdade de nutrição para ajudar através da alimentação saudável crianças com reeducação alimentar e pessoas que passaram pelo mesmo problema que eu.
• Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Vanessa - Diria para se apegar a Deus ou alguma crença religiosa, a família e amigos, ter fé e nunca desistir, não se entregar a doença, não se deixar abater e nunca deixar de sorrir por pior que seja o diagnóstico. Se o paciente se entrega e fica triste ou se fazendo de vítima, prejudica muito o tratamento e a recuperação. Hoje em dia a medicina está muito avançada, confie nos médicos que são anjos na terra e principalmente em Deus que nunca nos abandona. Deus está no comando! Lembre-se: Deus dá as maiores batalhas aos seus melhores guerreiros! Foco no objetivo, Força para lutar e Fé para vencer!
• Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Vanessa - Pelo Facebook e google.
• Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Vanessa - O site e página no face estão de parabéns! Sem dúvidas o melhor portal sobre o tema e sempre atualizado com informações úteis.
• Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Vanessa - É lamentável o que ocorre no que diz respeito ao acesso a tratamentos de saúde do brasileiro. Graças à Deus tive condições de fazer o tratamento em um dos melhores hospitais do Brasil (Sírio Libanes), óbvio que pagando valores absurdos de plano de saúde, mas é uma pena que nem todos tenham acesso a isso e o paciente que depende do SUS tenha que esperar tanto na fila aguardando um tratamento e isso pode agravar e piorar muito o seu quadro clínico. Vi na tv recentemente que o Hospital do Câncer de Barretos e do RJ, ambos hospitais de referência do tratamento contra o câncer estão passando por dificuldades financeiras e com falta de medicamentos, luvas, e outros itens básicos para o tratamento do câncer. Isso é um absurdo! O que adianta o governo querer ajudar tanto outro países e não ajudar a população do próprio país. Acredito que esses políticos deveriam se colocar no lugar desses pacientes que estão angustiados na fila aguardando o tratamento. Não percebem que em países como por exemplo Estados Unidos e países da Europa essa situação não ocorrem, todos tem direito e acesso a tratamentos e hospitais de qualidade e sem tem que pagar por isso. O que ocorre no Brasil é vergonhoso!! Tenho vergonha de viver em um país que defendem políticos bandidos e deixa a saúde, educação, transporte, policiamento a Deus dará.