[Câncer de Pele Melanoma] Valéria Benini Moézia De Lima

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Valéria - Tenho 49 anos, sou Perita Criminal da Polícia Civil do DF, não tenho filhos, tenho um relacionamento há 18 anos e moro em Brasília.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Valéria - Vou ao dermatologista 2 vezes por ano (há 15 anos) para tratar e acompanhar um mancha no meu rosto, que começou com uma pequena pinta. A cada sessão de laser que eu fazia a mancha sumia, mas depois de alguns meses retornava e se espalhava um pouco mais. Já havia feito uma biópsia em 2010 e deu queratose actínica pigmentada. Em setembro de 2015, fui ao meu dermatologista e ele achou que algo havia mudado e fez uma biópsia. Resultado: melanoma in situ.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Valéria - Não. Acompanhava e tratava minha mancha com bastante cuidado.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Valéria - Talvez devesse ter feito uma biópsia a cada ano. Talvez o melanoma já estivesse lá e o médico não notou...
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Valéria - Fiquei com raiva, porque tratava com muito cuidado há 15 anos exatamente para não ter câncer de pele. Passei litros de filtro solar, usei chapéu, viseira, óculos escuros, gastei muito dinheiro com sessões de laser, terapia fotodinâmica e outras terapias, senti muita dor nestas sessões de laser, para no final ter o maldito melanoma.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Valéria - Remover o câncer o mais rápido possível. Afinal a biópsia deu melanoma in situ e eu não queria esperar ele se transformar em coisa pior e se espalhar.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Valéria - Fiz 2 pequenas cirurgias no consultório do meu dermatologista (Dr Erasmo Tokarski) aqui em Brasília porque ele achava que o melanoma só estava no centro da mancha, mas as duas biópsias deram margens cirúrgicas contaminadas. Então decidi ir para São Paulo, para o Sírio Libanês, e lá fiz 5 biópsias ao redor de toda a mancha que mostraram que o melanoma era do tamanho da mancha. Já fiz 3 cirurgias: retirada do melanoma e do tarso do meu olho direito, enxerto de pele com pele da minha virilha, com cartilagem da minha orelha e pele da minha pálpebra superior. Agora terei que fazer outra cirurgia para fechar melhor meu olho que não está fechando completamente.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Valéria - O mais difícil é lidar com o medo e a ansiedade. Não senti dor física em momento algum.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Valéria - Estou feia, com o rosto deformado e o olho um pouco aberto. Vai melhorar. Já melhorou muito. É tudo questão de tempo e fé.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Valéria - Estou me tratando com a equipe de melanoma do Sírio Libanês: Dra Cristina Abdalla, Dr Francisco Belfort e Dr Araldo Ayres. Todos maravilhosos, carinhosos, humanos. São muito sinceros, mas muito amorosos. Se preocupam realmente comigo, sempre respondem minhas mensagens e esclarecem minhas dúvidas, além de comemorar minhas vitória.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Valéria - Somente com a equipe médica e de enfermagem do Hospital Alemão Oswaldo Cruz onde fiz as cirurgias (porque meu plano de saúde cobria pelo menos a parte do hospital. Os médicos eu tive que pagar particular.) Equipe maravilhosa, muito competente e carinhosa.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Valéria - Não.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Valéria - Estou de licença médica. Lendo muito, me informando sobre o assunto, voltando para minhas atividades físicas e aguardando a marcação da próxima cirurgia.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Valéria - Estou de licença médica. Trabalhei durante 22 anos na rua, em esquema de plantão de 24 horas, fazendo perícias de acidentes de trânsito, ou seja, 12 horas de sol. Agora não posso mais. Me aposento em dezembro de 2017 e quando voltar a trabalhar terei que executar alguma atividade interna.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Valéria - Ainda não.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Valéria - Continuar a viver normalmente. Só que agora sem sol... Não posso mais curtir a praia como eu sempre amei.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Valéria - É muito grande o número de pessoas que tiveram, tem e terão câncer. É o mal do nosso tempo. Não é o fim do mundo. Se descoberto no início há cura possível. Força e fé. Tudo se resolve da melhor forma possível.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Valéria - Através da internet, do Facebook.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Valéria - Divulguem mais o trabalho maravilhoso de vocês. Informação é tudo na vida.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Valéria - Dinheiro para pesquisa. Dinheiro para o tratamento e prevenção. Acesso aos tratamentos, aparelhos, exames existentes. Enfim, pararem de desviar o dinheiro do Brasil.
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