[Câncer de Fígado] Terezinha Lerindo Leal

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Terezinha - Tenho 62 anos, sou divorciada, estava na terra do sol nascente: Japão! Gifu, Kakamigahara. Infelizmente tive que vir para o Brasil as pressas,  mesmo depois de 10 anos lá trabalhando. Me arrasou a notícia de câncer "Gam" nos meus seios - Lá o câncer se chama assim. Já faz um ano que estou em tratamento de quimioterapias e agora em janeiro recebi uma triste noticia novamente, estava com lesões no fígado. Tenho que fazer mais sessoes de quimio, pois não da para operar. Não preciso de radioterapia, mas Deus está no comando. Força, foco e fé! Apesar do grande desanimo.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Terezinha - Descobri no banho, fazendo o auto exame lá no Japão.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Terezinha - Sentia sempre um tipo de fisgada no seio, além de ardência ou coceira...
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Terezinha - Nenhuma, já fui logo de imediato no hospital no Japão fazer os exames necessários...
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Terezinha - No desespero!!! Pois nunca passou pela minha cabeça em nenhum momento!! Os filhos que já deixei também ficaram desesperados.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Terezinha - Só queria vir embora correndo para o Brasil e me cuidar. Lá as coisas são muito caras e não tem SUS.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Terezinha - Bom, cheguei ano passado, em 2014. Fiz mastectomia total no seio direito, mas não fiquei bem durante a cirurgia... Tive um choque anafilático e uma parada cardíaca, nem deu tempo de colocar a próteses de silicone e também nem quero mais. Só que dia 7 de janeiro deste ano descobrimos um câncer de fígado. Fiz mais de 17 quimioterapias, sem radioterapia, faltam dez sessões ainda, porem ando me sentindo um pouco mal com os efeitos.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Terezinha - As quimios!!! Tenho medo da radioterapia, embora isenta de fazê-la. Sei lá, batalha difícil esta...
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Terezinha - Estou sentindo vááááários efeitos, quando passo mal vou para as emergências do HC cidade. Sem contar que dia 28 do mês retrasado estava sozinha em casa quando me deu edema de glot. Deu tempo de ligar para o filho vir correndo me socorrer. Mas deu tempo de internar e tomar os medicamentos devidos.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Terezinha - Foi no Japão! Muito desesperador pois lá eles são tachativos na notícia. São muito frios!
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Terezinha - Só depois que cheguei aqui com os médicos no Brasil, dentro do HC, ninguém acredita que estou passando por isso. Parece um sonho, mas fora isso estou muito bem até na aparência.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Terezinha - Não, nunca fiz nem uma vez!! Penso da seguinte forma: Estou enferma agora e o negocio é abandonar tudo, correr atrás do tratamento. Bola para a frente, mesmo porque tenho que tomar 4 conduções para chegar até o HC sozinha, pois não existe uma ambulância para vim me buscar e me trazer. Cúmulo do absurdo! Tenho um filho único que está aqui em casa cuidando de mim. Só ele que trabalha para nos sustentar e meu auxílio doença foi negado. Agora entrei judicialmente no LOHAS para ver se consigo o direito e estou esperando...
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Terezinha - Muito triste!!! Lá no Japão tinha meu salário que não era nada mal, trabalhava 20 horas , triste demais ficar sem trabalhar, pois são uma pessoa bem ativa. Agora me vejo em casa sem muito o que fazer. Me sinto uma invalida, parasita.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Terezinha - Não tenho como trabalhar!!! O oncologista me proibiu por total de trabalhar. Fico quando estou bem fazendo servicinhos em casa e só, nada de muito esforço.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Terezinha - Entrei agora com um advogado particular de novo para ver se sai pelo menos algo e ainda tenho que paga-lo 3 salários mínimos.  Affffff! É o fim, Brasil, judicialmente....
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Terezinha - Querer não é poder!! Tenho sim minhas metas, né? Se eu sarar, lógico voltando tudo na minha vida normal... Mas confesso que gostaria de voltar para o Japão, mas também sei que não tenho chance. Gostaria de fazer inúmeras coisas...
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Terezinha - Que vá em frente nos tratamentos! Apesar de saber que o câncer é terrivel, temos que tentar, né? Esperança é a ultima que morre e a fé remove montanhas. Ainda existe o Deus do impossível!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Terezinha - Pelo Facebook! Amo esse site, ele me dá bastante força e muita dúvidas são esclarecidas.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Terezinha - Detesto política! Mas deixo aqui o que eu penso. Um absurdo uma pessoa com câncer e que já não pode mais trabalhar tenha negado o seu direito de ajuda, seja ela quem for! No caso é meu estado no momento. Afff! Dona Dilma, para de lesar os idosos com câncer.
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