[Câncer de Pulmão] Teresinha Budri

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Teresinha - Meu nome é Teresinha, tenho 55 anos, 3 filhas, 1 neta, divorciada, dona de casa e resido em São Bernardo do Campo/SP.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Teresinha - Praticamente por acaso, surgiu uma tosse não contínua, geralmente a noite e não sei por que, mas coloquei na cabeça que estava com enfisema pulmonar (e foi isso q me ajudou a descobrir). Fui ao pneumologista, mencionei a tosse e também por minha conta acrescentei que achava que estava com enfisema e com isso ela pediu um exame chamado broncoscopia... E o resultado foi o carcinoma.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Teresinha - O único sintoma era essa tosse. Nunca apresentei falta de ar ou dor, nada disso, nem sei o que é isso..
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Teresinha - A dificuldade foi de inicio com o convênio, porque eu precisava refazer os exames e o convenio não aprovava. Eu tinha pressa, o tempo estava passando... Mas depois tudo foi resolvido sem maiores problemas.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Teresinha - O primeiro impacto é terrível, "vou morrer"! Embora não tivesse sintomas, o danadinho estava com 6 cm e todos profissionais que procuramos foram bem claros dizendo que seria uma cirurgia de alto risco, pois estava localizado em varias partes (traqueia, carina e arvores pulmonares).
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Teresinha - Se haveria realmente um tratamento para esse "estrago" todo... Porque o que havia na internet (tipo google) era muito desanimador, eu tinha que acreditar na medicina.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Teresinha - Fiz os tratamentos há 2 anos, quimio e radioterapia. Foram 30 sessões de rádio diariamente e todas as quartas feiras eu fazia primeiro a radio e depois já ia pra quimio. Atualmente faço controle de 6 em 6 meses. Sinceramente me considero uma pessoa abençoada e privilegiada, foram 2 ou 3 vezes que senti um certo mal estar, meus cabelos não caíram, não perdi peso. Posso dizer com toda certeza que Deus estava comigo, pois não tive problemas nos tratamentos. Pode parecer algo fantasioso, porque sei que há seres humanos que sofrem imenso, mas eu não sofri nada.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Teresinha - Como já mencionado acima, não houve um tratamento mais difícil, a rádio foi maravilhosa, não tive queimadura na pele e a quimio foram 2 ou 3 vezes que senti um leve mal estar, fui mesmo abençoada.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Teresinha - 2 ou 3 vezes um leve mal estar, absolutamente nada mais.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Teresinha - Desde o inicio a relação com o onco e também com o pneumologista foram de absoluta certeza de que daria tudo certo, confiei neles, fui até o final e até hoje a confiança está em primeiro lugar. A ultima vez que visitei ao pneumologista quando me viu, ele não acreditou e falou: "Quantas promessas você terá q pagar??? Porque você superou as nossas expectativas, você está praticamente curada". Isso é um grande presente de Deus.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Teresinha - Sim, no inicio visitamos uns 4 pneumologistas e também oncologistas, tanto do convênio quanto alguns particulares também.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Teresinha - Nunca fiz, não havia necessidade, sempre estive focada na minha cura ao invés de chorar e me lamuriar eu sorria, acho que minha grande arma foi o sorriso, não deixar que a tristeza fizesse parte da minha vida naquele instante.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Teresinha - Está ótima, sou totalmente independente, nem lembro que um dia foi diagnosticada com essa doença, agradeço a Deus todos os dias por ter ido para a guerra e ter vencido, porque me considero uma vencedora.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Teresinha - Não. Já não trabalhava há 2 anos.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Teresinha - Não tive necessidade quanto a isso.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Teresinha - Viver e viver bem todos os dias e agradecer sempre. Porque infelizmente ainda são poucos os que conseguem receber um presentão igual a esse que recebi.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Teresinha - Não desista! Poderá não ser fácil, mas não desista, não chore, crie forças. Sorria, vá fazer os tratamentos indicados com um sorriso nos lábios sabendo que você será vencedor. Lembro-me que todos os dias as 6 hs da manhã eu chegava no AC Camargo para a radioterapia e as minha colegas falavam:" a alegria chegou". Isso era muito gratificante, porque eu não deixava as pessoas ficarem tristes, pelo menos enquanto estávamos lá. Foi muito legal, "de de graça o que você recebeu de graça" e um sorriso, uma palavra carinhosa não me custava nada.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Teresinha - Busca na net.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Teresinha - Poderíamos encontrar mais informações "precisas" sobre o carcinoma adenoide cístico, encontramos muitas coisas sobre os outros tipos, mas sobre esse é bem difícil.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Teresinha - Muitas pesquisas. O câncer muitas vezes não é mais uma sentença de morte. Infelizmente ainda há pessoas que acreditam nessa sentença, por falta de conhecimento a pessoa acaba se entregando mesmo antes de guerrear e isso não pode. Espero de alguma forma ter contribuído, ajudando vocês, ou mesmo ajudado a alguém. Não desistam, não se entreguem, temos que vencer essa doença. Caso precisarem de alguma coisa, estou a disposição de vocês e muito obrigada.
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