[Câncer de Mama Avançado] Sandra De Assis

Aprendendo com Você

• Essa entrevista foi preenchida em 03/01/2017

• Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Sandra - Meu nome é Sandra tenho 36 anos, não trabalho, tenho duas filhas Mariana e Gabriely, sou casada com Alisson e moro em Pedras de Fogo, no estado da Paraíba.
• Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Sandra - Fazia seis meses que tinha ganhado bebê, então percebi que em baixo do meu braço tinha um caroço e resolvi fazer uma ultrassom. Naquele dia esperei muito, pois como era pelo SUS tinha muita gente. Fui atendida por volta das seis horas da noite, a médica estava com muita pressa pois ela ia pra uma festa então em menos de cinco minutos ela realizou o exame e disse que "aquilo não era nada, era só um cisto e para que eu não me preocupasse". Então fui pra casa e fiquei tranquila. Em novembro fui pra uma consulta com meu ginecologista, então resolvi mostrar pra ele a minha mama (pois tava muito dura), e imediatamente ele me pediu vários exames com urgência - e que fiz no mesmo dia. Então, ele me pediu uma biopsia e no dia 10 de novembro saiu o resultado: pra minha surpresa, era câncer já em grau 3. Esse foi meu presente de aniversário. Aí começou uma grande luta, fui pra o hospital Laureano, lá fui cuidada por anjos minha mastologista Dra. Marina Cartaxo, que é excelente, disse que não podia fazer minha cirurgia pois tinha que fazer primeiro a quimioterapia. Então me encaminhou pra um dos melhores oncologista dr Igor lemos então fiz a quimioterapia neoadjuvante consegui responder bem então dia 22 de julho de fiz a mastectomia radical, fiz 33 sessões de radioterapia, fiz um ano de hercepitin, pois na minha imuno deu que eu era receptor hormonal positiva e comecei fazer hormônioterapia. Passei um ano bem, na medida do possível. Mas infelizmente, três anos depois nos exames de controle, comecei a sentir uma dor na perna direita fiz uma cintilografia e pra minha surpresa deu uma lesão na cabeça do fêmur. Então tive que fazer uma cirurgia coloquei uma prótese que até hoje sinto dores horríveis e meu médico disse que precisava de um exame mas completo e me pediu um Pet tc e infelizmente o câncer tinha passado pra o meu pulmão e mediastino, aí fui fazer mais sessões de quimioterapia, fiz quatro sessões, mas meu corpo não aguentou e tive uma baixa de plaquetas muito grande. Fiquei internada por oito dias, mas sabia que tinha que continuar pelas minhas filhas, então conseguir fazer mais quatro e repetir os exames com a graça de Deus. Os tumores tinha sumido, fiquei muito feliz o médico suspendeu a quimio e fiquei só no hercepitin. Passado três meses, comecei a sentir dores e fui fazer uma nova tomografia e aconteceu os tumores voltaram a crescer no pulmão e no mediastino, e pra minha tristeza, agora tá também no fígado. Volto com a quimio dia dez e espero que tenha uma resposta boa. Com fé em Deus, espero ver as minhas filhas crescer um pouco mais.
  
• Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Sandra - Sim, um caroço na axila e na mama.
• Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Sandra - Graças a Deus foi rápido, mas porque fiz os exames.
  
• Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Sandra - Fiquei sem chão e muito triste. Foi como receber uma sentença de morte.
• Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Sandra - Não poder cuidar das minhas filhas.
• Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Sandra - Já contei lá em cima, vou começar um novo tratamento dia dez.
• Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Sandra - A quimioterapia, pois as reações são muito fortes.
• Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Sandra - Muitos vômitos, diarreia, fraquezas, mas pra aliviar os enjoos tomava sorvete, isso ajuda muito.
• Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Sandra - De muita confiança e muito clara.
• Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Sandra - Sim, com a enfermagem e recepção da maioria dos funcionários dos setores onde passei.
• Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Sandra - Não, acho que nunca precisei.
• Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Sandra - Não é nada fácil viver nessa incerteza, mas agradeço a Deus por cada dia.
• Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Sandra - Não trabalho, fiquei com uma deficiência na perna e sinto muitas dores e fraqueza.
• Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Sandra - Sim... A minha aposentadoria foi só o que consegui.
• Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Sandra - Poder ver minhas filhas crescerem.
• Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Sandra - Que não é o fim e para que faça tudo que os médicos pedirem. Sempre terá uma luz no final e uma vitória.
• Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Sandra - Pela Internet.
• Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Sandra - Que falem mais sobre metástase.
• Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Sandra - Que eles invistam mais em pesquisas pra conseguir a cura dessa doença que tem acabado com tantas famílias. Que eles, antes de saírem roubando fortunas, vejam como está nossa saúde: as pessoas pedem socorro. Eles não são imortais, que caixão não tem gaveta e no inferno essas fortunas não vão servir de nada.