[Câncer de Mama] Rozana Uchôa Paes Barreto

Aprendendo com Você
Rozana Uchôa Paes Barreto
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Rozana - Tenho 52 anos, bancária aposentada por acidente de trabalho, 2 filhos e 1 filha, 2 netos, casada com o marido morando em outro estado. Moro em João Pessoa - PB.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Rozana - Ia completar 50 anos em setembro de 2013, antes de comemorar quis fazer um check-up e como tinha umas próteses de silicones antigas queria trocar. Exames de rotina incluindo a mamografia detectou mamas com muitas microcalcificações e na mama direita no quadrante esquerdo algumas agrupadas. Sem preocupações a mastologista disse que não era, urgente pois na maioria das elas vezes são benignas. Deixei para o ano seguinte o cirurgião plástico estava viajando. Voltaria em novembro deixei passar as festas de fim de ano, carnaval e primeiro ano do meu neto. Fiz a cirurgia simples, retirado o quadrante e troca das próteses. Feito a biópsia uma surpresa 60% do retirado tinha malignidade. A indicação agora era uma mastectomia com implante de prótese, retirado a mama feito a biópsia havia um câncer invasivo visto apenas a microscópio.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Rozana - Não.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Rozana - Acredito que nenhuma, o diagnóstico foi aparecendo conforme eram feitos os procedimentos e biópsias.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Rozana - Até hoje não consigo lembrar o que pensei. Peguei o resultado da biópsia li e queria ter certeza de que era mesmo estava escrito "Carcinoma Ductal In Situ" sabia o significado de "carcinoma" mas, que tipo, entrei em pânico tinha que encontrar um médico para ler o exame, a mastologista estava viajando. Para mim o câncer era e ainda é cheio de medos e preconceitos minha tia faleceu aos 36 anos com câncer de mama 1971, minha avó, tio e pai de outros tipos. Procurei o radiologista que também é mastologista, ele me acalmou disse que não era um caso grave, mas indicaria a mastectomia e pediu para consultar a mastologista. Qual decisão tomar, e se não quisesse fazer a mastectomia o que poderia ser feito? Não sabia para onde ir, como ia dizer aos meus filhos e minha mãe tem 86 anos, não queria chegar em casa. Gostaria mesmo que o tempo tivesse congelado. Procurei um amigo, ele estava na casa de outro e ficamos lá conversando, sabia que poderia ter câncer por herança genética e nível de estresse muito alto (sofro de um estresse pós traumático a 15 anos), falamos coisas positivas, alegres. Sorrisos, lágrimas, alegria por descobrir uma doença tão grave em uma fase inicial. A certeza da prevenção, mesmo com medo de descobrir alguma coisa.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Rozana - Medo de como seria o tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Rozana - Sim. São 05 (cinco) anos de tratamento. Tratamento com hormonioterapia ou quimioterapia oral. Comprimidos de Tamoxifeno estou completando o primeiro ano, para um tratamento prolongado que requer vários exames a cada 06 meses, estou tentando me adaptar tenho muita ansiedade, marcar médico, fazer exames, o tempo de espera dos resultados fico tão cansada que quando vejo já está na hora de começar de novo. Os primeiros exames efetuados em janeiro deu alteração no endométrio, em julho a constatação pólipos endometriais fiz uma histerióscopia cirurgica. Ultima consulta ao oncologista 09.11. Em dezembro começo a marcar médico para janeiro.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Rozana - Acredito que não existe tratamento mais difícil, todos dizem que o meu é o mais tranquilo e eu tenho vontade de parar, não me imagino fazendo uma quimioterapia penso que sou fraca, mas ao mesmo tempo sei que faria qualquer tratamento para viver. Acredito e tenho muita fé em Deus.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Rozana - A medicação tem muitos efeitos colaterais e sofro com eles a imunidade baixa, tenho constantes crises alérgicas rinite, infecções fúngicas vaginais, corrimento vaginal, erupções cutâneas, fogachos, fadiga, cãibras, mialgia, retenção de líquidos, cefaleia, sensação de dormência/formigamento entre outros. Tenho sentido dificuldade, as vezes tenho vontade de não tomar e lembro que poderá ser muito pior ver cada caixa acabar é um alívio. Ter dor de cabeça e não saber o que é uma tristeza. Existe a compensação e a fé que vou ficar boa.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Rozana - É muito boa.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Rozana - Sim. Mastologista, radiologista, técnico em radiologia. Tudo começa no consultório do ginecologista, pedi para fazer a mamografia, ultra som da mama, ultrassom transvaginal, ultrassom do fígado. Exames para controle devido aos efeitos colaterais da medicação.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Rozana - Já fazia devido ao estresse pós traumático. Hoje sei que é fundamental o acompanhamento psicológico, sem ele teria enlouquecido. Fiquei perdida me sentia doente por cada centímetro do meu corpo e as pessoas não entendem dizem "minha tia tirou as duas mamas fez quimio ta ótima nem parece" me sentia um lixo como ela fez tudo isso e eu morrendo por tão pouco. Com ele nessa fase aprendi a me ver uma pessoa que tem direito de se sentir doente e pedir ajuda, ser forte para exigir que seus direitos sejam cumpridos.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Rozana - Em andamento.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Rozana - Já havia parado de trabalhar.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Rozana - Sim. Estou ainda lutando por eles. Plano de saúde sem co-participações, medicamentos para efeitos colaterais. LOAS e compra de veículo com cambio automático.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Rozana - Me tornar mais ativa nos projetos de câncer no hospital de referencia de João Pessoa. E principalmente mostrar as pessoas os direitos que elas tem.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Rozana - Não adianta se desesperar, procurar seus direitos, querer viver e ter muita fé em Deus.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Rozana - Procurando meus direitos.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Rozana - Não. A maneira como vocês nos passam as informações para pessoas completamente leigas no assunto é muito boa.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Rozana - Infelizmente não consegui encontrar palavras, tenho uma dificuldade de comunicação com "políticos brasileiros".
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