[Câncer de Cabeça e Pescoço] Rosimere Lima Dos Santos

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Rosimere - Tenho 31 anos, analista financeiro, sem filhos, solteira e de Marília, SP.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Rosimere - Tenho hipotireoidismo e faço acompanhamento com endócrino, que sempre me pediu vários exames e resolveu pedir uma ressonância magnética da cabeça. Aí apareceu um nódulo na região abaixo da mandíbula, ele então me orientou a procurar um especialista em cabeça e pescoço, que confirmou o nódulo, fez cirurgia e o resultado da biopsia foi que realmente era câncer.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Rosimere - Eu senti uma leve dor quando estava em uma determinada posição do pescoço, mas quando mudava a posição a dor passava. Sentia também dor no ouvido e procurei um otorrino, que examinou e disse que estava tudo bem. Fiquei por isso mesmo, nunca imaginei que fosse um nódulo.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Rosimere - Dificuldade nenhuma, pois já havia tido um câncer na língua há 9 anos, então já tinha o médico que me conhecia e que já fez tudo o que tinha que fazer da forma mais rápida possível.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Rosimere - Pela segunda vez foi um baque, não tem como estar preparado para esse diagnóstico. Fiquei muito triste, chorei muito, pois nunca imaginei que passaria por todo aquele sofrimento novamente, mas pensei em fazer o que tinha que ser feito, apesar das dificuldades.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Rosimere - Minha maior preocupação é nunca me livrar dessa doença. Da primeira vez acreditei que nunca mais teria, hoje já não penso mais assim e isso me dá medo.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Rosimere - Sim. Fiz cirurgia, vou fazer a segunda sessão de quimioterapia e aguardando para iniciar a radioterapia.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Rosimere - Sinceramente não sei dizer. A quimioterapia derruba e trás efeitos colaterais horríveis e é um tratamento muito longo. A radioterapia, na região do meu tumor, também é terrível, mas é um tratamento mais rápido. Então, o que posso afirmar é que os dois são ruins e trazem muitos danos.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Rosimere - Dessa vez, por enquanto, fiz apenas uma sessão de quimioterapia e senti várias coisas, como enjoo muito forte, vômito, diarreia, indisposição, dor no corpo e a queda de cabelo. Lidei com naturalidade, pois já sabia que poderia sentir tudo isso. Tomava 3 tipos de remédio para enjoo e vômito, mas senti do mesmo jeito, talvez sem eles a coisa fosse pior.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Rosimere - Minha relação é boa, ela é uma médica um pouco seca, não é acolhedora, mas é extremamente competente, então me sinto segura em relação a ela.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Rosimere - Sim, com fono porque estou me alimentando por sonda, então estou fazendo exercícios para voltar a me alimentar pela boca. Nutricionista, para me indicar a melhor dieta nesse momento e psicólogo para me ajudar a lidar com os meus medos e angústias.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Rosimere - Eu faço, pra mim é muito bom, pois é pra ela que realmente conto o que estou sentindo, os medos que tenho e choro muito quando estou com ela. Coisas que não posso fazer com minha família, uma vez que, já ficam super preocupados comigo, então não quero deixá-los mais temerosos do que já estão.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Rosimere - Fisicamente falando, estou entre altos e baixos. Sofri bastante com a cirurgia, me recuperei. Sofri com a quimioterapia e depois que vomitei a sonda passou a me machucar, então passaram os efeitos colaterais da quimio, mas dor permaneceu. Resolvi fazer uma gastrostomia por causa da dor e por causa do aspecto visual, que me incomodava muito. Infelizmente o ferimento infeccionou e mais uma vez sofro com dores, ainda estou me recuperando.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Rosimere - Eu parei, primeiro pela questão da alimentação, que tem hora certa para tomar a dieta e os líquidos para hidratação, e isso consome muito tempo do meu dia. E segundo, porque quando faço a quimio passo alguns dias mal, então teria que me ausentar muito do trabalho.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Rosimere - Sim, mas no meu caso acho que caberia somente o saque do FGTS, isso já fiz.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Rosimere - Não sei. Estava com muitos projetos pro presente. Faculdade, concurso. E o que me restou foi um monte de incertezas. Não sei se conseguirei terminar a faculdade, fui nomeada em um concurso em que batalhei muito pra passar, mas que agora não sei se garantirei minha vaga. Se meus projetos de hoje não derem certo, vou ter que buscar outros.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Rosimere - O que tenho pra falar é que, infelizmente não é fácil, mas existem tratamentos, as chances de cura são enormes. Com certeza a pessoa vai sofrer muito durante os tratamentos, mas que não pode desistir. Existem momentos de desânimo e tristeza, mas no minuto seguinte você enxuga as lágrimas e fala pra si mesmo que essa doença não vai te vencer, porque você é mais forte que ela e que vai fazer o que estiver ao seu alcance para acabar com ela. Vai ser só uma fase, muito difícil, mas uma fase.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Rosimere - Através de pesquisas relacionadas ao câncer.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Rosimere - Não, acho o site ótimo.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Rosimere - No meu caso tive sorte por ter plano de saúde que me proporcionou realizar exames muito rápido e ter contato com excelentes médicos. No sistema público, infelizmente, a pessoa está com o problema, procura um posto médico e muitas vezes o médico não dar a devida atenção e o paciente vai embora com o problema, que só piora o problema. Então o que falta é bons profissionais e agilidade em realizar os exames e posteriormente, o tratamento.
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