[Câncer de Mama] Rosemeire Herrera Demarchi

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Rosemeire - Tenho 47 anos, sou arquiteta, 2 filhos, casada e moro em São Caetano do Sul, SP.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Rosemeire - Percebi um caroço no autoexame.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Rosemeire - Tive um caroço palpável.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Rosemeire - Meu diagnóstico foi feito no mês de dezembro, quando há muita gente em férias e poucos dias úteis. Além disso, o mastologista que procurei inicialmente foi pedindo um exame de cada vez e aprofundando a pesquisa a cada resultado. Então fazia o pedido médico do exame, eu agendava no laboratório para uma semana depois, no mínimo, esperar o resultado. Então marcava o retorno dias depois. isso fez com que perdesse muito tempo - E um tempo precioso.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Rosemeire - Pensei que estava numa região cheia de recursos para o tratamento e que era uma pessoa saudável, resistente, sem nenhuma complicação, mas tinha consciência de que é uma doença mortal.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Rosemeire - Meus filhos pequenos de 5 e 8 anos anos na época do diagnóstico.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Rosemeire - Fiz 16 ciclos de quimioterapia, 5 vermelhas e 12 brancas e em seguida, mastectomia e esvaziamento axilar. Agora estou me preparando para iniciar a radioterapia e começando a quimio oral. Os médicos dizem que meu tratamento foi surpreendente porque na ressonância, depois da quimio, o tumor tinha sumido completamente e na biópsia da cirurgia havia sobrado somente 7%. Além disso, durante os 8 meses de tratamento, não precisei tomar os remédios para enjoo. Aqui percebi que quanto menos remédios, melhor o paladar para a comida. Somente um dia, durante a quimio vermelha, fiquei até meio dia sem energia para me levantar da cama e, durante a quimio branca, um final de tarde/noite fiquei também super esgotada. de resto, comi de tudo e cuidei dos meus filhos como precisava.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Rosemeire - Não sei dizer, porque tudo é difícil... Durante o diagnóstico as incertezas são assustadoras, durante a quimioterapia, além de parecer uma tartaruga sem cabelo e sem pelos, a convivência com outros pacientes é dolorosa quando eles não sobrevivem, na cirurgia, as limitações de movimentos e se olhar no espelho é triste e agora espero a radioterapia e os efeitos do tamoxifeno com apreensão pelo desconhecido. Além disso, se sentir super dependente do convênio é muito preocupante porque sabemos que o quanto é caro o tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Rosemeire - No começo da quimio senti falta de paladar e isso me fazia comer pouco. Então suspendi todos os remédios para enjoo e percebi que além de não ter enjoo, o paladar tinha voltado. O que mais me deu força foi um dia que, lendo um livro da Zia Gasparetto, "Você sempre ganha" li uma crônica que me fez visualizar alguém cuidando dos meus filhos no meu lugar... Apesar do carinho e atenção, sabia que ninguém jamais seria como uma verdadeira mãe. Porque carinho de mãe é alguma coisa muito feita sob medida para cada filho independente da perfeição dela. Além disso, conversar com mulheres que já haviam passado por isso e que estavam bem me ajudou bastante.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Rosemeire - Durante a quimio foi uma médica, mas, como eu quase não tinha nenhum problema, as consultas foram se espaçando e tivemos pouco contato.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Rosemeire - Sim, mastologista e cirurgia plástico em função da reconstrução juntamente com a mastectomia. Também tive um problema de canal no dente e tive que ser assistida por uma dentista dentro do mesmo hospital mesmo porque com a imunidade baixa tive medo de procurar um profissional que não estivesse apoiado pelos médicos.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Rosemeire - Não fiz acompanhamento com psicólogos, mas me senti um pouco mal quando o hospital me ofereceu esse tipo de ajuda, pois a psicóloga era muito mais jovem do que eu e eu até queria conversar sobre o assunto mas, não me sentia a vontade de conversar com ela. Preferi a ajuda de outras mulheres que já haviam passado pelo tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Rosemeire - Estou feliz porque o tratamento está chegando a um ponto que não vou ter que dedicar tanto tempo no hospital e vou poder retomar minhas atividades.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Rosemeire - Meu trabalho sofreu muito com quase um ano de tratamento pois, sou autônoma e, por não ter com quem dividir as tarefas, tive que manter meu escritório inativo e até desmontá-lo para diminuir as despesas. Tenho me dedicado ao planejamento e estudo para no próximo ano reabri-lo.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Rosemeire - Sim, consegui auxilio doença no INSS e isenção de rodízio do carro.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Rosemeire - Pretendo reabrir meu escritório e recuperar o tempo perdido incrementando o movimento, além disso, pretendo ter mais tempo para a minha família.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Rosemeire - Não saia fazendo tudo o que as pessoas te falam... Muita gente fala um monte de besteiras e não tem informação suficiente do seu caso para opinar em nada. cada caso é completamente diferente do outro. Não é porque você calça o mesmo número de sapato que a outra pessoa que o seu pé vai ter a mesma forma do outro.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Rosemeire - Procurava mais informações sobre o assunto na internet.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Rosemeire - Gostaria que sempre destacassem essa questão sobre a diferença entre os pacientes. outro dia li aqui vários relatos sobre como os doentes são abandonados e fiquei horrorizada porque era muito deprimente. Fiquei com vontade de falar pra essa pessoa que o câncer não faz a pessoa ser mais simpática e amada do que era. É preciso ser agradável para atrair as pessoas. Quem é que gosta de gente mal humorada?
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Rosemeire - Acho que deveria ser obrigatório fazer exames preventivos. os próprios convênios poderiam exigir isso. ficaria bem mais barato para eles. muitas empresas ficam reclamando quando os funcionários faltam para ir ao médico e se fosse obrigatório não poderiam puni-los.
Multimídia

Acesse a galeria do TV Oncoguia e Biblioteca

Folhetos

Diferentes materiais educativos para download

Doações

Faça você também parte desta batalha

Cadastro

Mantenha-se conectado ao nosso trabalho