[Câncer de Colo do Útero] Pryscilla Fernanda Martinez

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Pryscilla - Tenho 26 anos, sou assistente jurídica, mas estou afastada pelo INSS. Não tenho filhos e não sou casada, mas tenho um namorado maravilhoso. Sou de Curitiba/PR.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Pryscilla - Eu estava com alguns sintomas, então fui em alguns médicos que diziam que eu estava com a síndrome do ovário micropolicístico, e por eu estar com sangramento, não quiseram fazer o preventivo. Fui em uma outra ginecologista que fez o preventivo e uma biopsia, então ela me deu o diagnóstico.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Pryscilla - Sim. Menstruação desregulada, sangramento, corrimento com odor, dificuldade pra emagrecer, sangramento nas relações, cólicas intensas.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Pryscilla - Como eu disse, os outros médicos que eu procurei, não pediram exames. Se o primeiro tivesse feito o preventivo, talvez o eu não estaria com o câncer mais avançado.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Pryscilla - Eu não sabia o que pensar, na verdade. A ficha não caiu de primeiro momento. Eu só sabia que tinha que me curar. Precisava estar em plena saúde, pois teria 3 sobrinhos em breve, e eu queria ver eles crescendo. E também eu morava sozinha, então pensei em como ia fazer o tratamento e me cuidar. Ah, e tive medo que meu namorado terminasse comigo, pois nosso namoro era recente.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Pryscilla - Minha maior preocupação, foi a preocupação que minha mãe estava sentindo. Ela ficou muito nervosa, e eu sabia que tinha que ficar forte, pra ela ficar forte também.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Pryscilla - No ano passado eu fiz o primeiro tratamento, 6 quimio, 30 radios e 3 braqui. Em maio desse ano recebi o resultado dos exames e que não havia sinal da doença em mim, mas em maio mesmo, minha perna direita começou a inchar, e depois de vários exames, soube que a doença havia voltado, nos gânglios da perna, com foco na bexiga e retroperitônio. Agora recomecei o tratamento, fiz um ciclo da quimio. Faltam 5, que serão de 21 em 21 dias.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Pryscilla - Sem dúvidas, a braquiterapia. Eu não sei nem explicar, mas de tudo, essa foi a pior parte. Senti muita dor enquanto fazia, chorei muito.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Pryscilla - Tive várias infecções urinárias, trombose, perda de audição que me causou um zumbido em todo o tempo, inchaço nas pernas, coloquei cateter no rim, pois não funciona mais direito. Menopausa precoce, então sofro com os calorões.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Pryscilla - Durante todo o tratamento, tive vários médicos, mas minha relação sempre foi boa com todos.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Pryscilla - Sim. Com os ginecologistas, desde o início. Com o urologista, por causa dos rins que não funcionavam mais como deviam. Com a psicóloga, não sei exatamente o porque, mas sei que fui encaminhada depois que chorei quando soube que não poderia ter filhos. Com uma médica da especialidade Gisto, que tratou das minhas dores intensas, na perna e na lombar. Com o Vascular, por causa da trombose. Com a nutricionista durante as vezes que fiquei internada.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Pryscilla - Sim. A minha psicóloga é a Débora. No início não achava necessário, mas depois no decorrer do meu tratamento, vi que ela era bem km portante. Ela não conversa com a gente, apenas. Ela busca saber o porque aquilo está acontecendo. Se um sintoma é relacionado a outra coisa. Ela me ajudou muito, e ainda ajuda. Coisas que ela me fala, sempre fazem sentido.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Pryscilla - Agora estou mais calma, tranquila. Pois só vou ao hospital quando tem alguma consulta ou exame, e nos dias que terão as quimios. Diferente do outro tratamento, em que eu tinha que ir todos os dias, por causa da radioterapia.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Pryscilla - Eu parei. Estou afastada desde setembro de 2014.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Pryscilla - Sim. Consegui o auxílio doença; resgatar meu FGTS; transporte para ir fazer as radioterapias e quimioterapias, apesar de não ter sido preciso, pois amigos me levavam e buscavam todos os dias. E também consegui a credencial de estacionamento de deficiente físico, que serve também para mobilidade reduzida, já que não consigo andar muito.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Pryscilla - Eu quero viver. Quero estar curada, para poder voltar a trabalhar, ter uma vida normal. Quero ver meus sobrinhos crescendo, com saúde. Quero poder ficar mais perto da família, dos amigos, do meu namorado (casar né haha).
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Pryscilla - Não pensar que vai morrer. Tentar manter a calma, e ter fé em Deus que tudo vai ficar bem. Manter a cabeça erguida e não deixar que os momentos tristes tomem conta de nós.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Pryscilla - Pela internet.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Pryscilla - Me agrada bastante como está tudo agora.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Pryscilla - Deveria ser investido mais dinheiro nos hospitais que tratam a doença. O SUS está um caos, enquanto os políticos acham que tudo está uma maravilha. Fui atendida no hospital Erasto Gaertner, que para mim, o atendimento é ótimo, mas o que estraga, são as demoras para consultar, sem contar os exames que não são feitos lá.
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