[Câncer de Mama] Neusa Cristina Saraiva

Aprendendo com Você
Neusa Cristina Saraiva
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Neusa - Cristina, policial civil (escrivã de polícia-bacharela em direita), tive a perda de um a gravidez (ovo cego), casada e de Lavras/MG.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Neusa - Após eu me tocar, quando fiz massagem nos seios. 4 meses depois da interrupção da gravidez, senti um pequeno caroço no seio esquerdo.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Neusa - Não, nada. Me lembro que na época eu estava curando a depressão pela perda do meu primeiro filho.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Neusa - Financeiro. Minha cidade não possui o tratamento do câncer pelo SUS, fiz tudo fora da minha cidade.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Neusa - Do diagnóstico, no primeiro impacto, achei que morreria. Senti um vazio e ao mesmo tempo uma energia e uma força maior que eu, puxando-me para o alto. Pensei "Estou viva!".
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Neusa - Por onde começar.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Neusa - Já passei pela químio e pela rádio. Em Julho de 2015, tive alta do tamoxifeno e faço controle de 6 em 6 meses. Estou em tratamento ambulatorial, fazendo controle e tenho histórico de aneurisma cerebral, sou hipertensa e faço uso de remédios de uso contínuo.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Neusa - A quimioterapia, pois tenho pavor de agulhas e os efeitos não são agradáveis. O intravenoso é bem sacrificante.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Neusa - Na primeira quimioterapia, passei muito mal. Vomitei muito e era véspera de final de ano. Já imaginou? Fiquei preocupada, achando que poderia ter sido intoxicação de algum alimento, afinal no ano novo comemos muita coisa diferente e nem lembrava de ter feito a primeira sessão. Busquei uma nutricionista urgente e isso me ajudou muito. Nunca mais tive efeitos colaterais durante o tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Neusa - De pai de filha, eu o amo muito. E o carinho dele comigo e com todos a minha volta é humanamente correto.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Neusa - Sim, fisioterapeutas, psicólogo, neurologista, cardiologista, psiquiatra. Devido meu histórico de saúde, alguns remédios tinham que ser mudados e monitorados com o tratamento, devido os efeitos colaterais e compatibilidade de substâncias químicas. 
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Neusa - Atualmente não mais, mas eu fiz sim. Foi de grande ajuda para entender um pouco da doença e controlar minha ansiedade e medo de morrer. Este profissional é de suma importância na vida dos pacientes, na minha vida e o tempo que precisei dos trabalhos dele me senti mais otimista e acolhida.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Neusa - Muito ótimo, vivíssima.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Neusa - Tive afastamento medico, por ser estatutária. Fiquei licenciada ao tempo necessário. Atualmente, me preparo para aposentar, mas este "maldito" não me faz parrar com nada do que eu estava acostumada a fazer. Só fiquei com uma pequena limitação do lado esquerdo, onde foi retirada a mama. Fui mastectomizada e meu braço esquerdo ficou preguiçoso, entrei no quadro dos deficientes, mas nada que me abale mais. Tô viva. Ah, tive rejeição da prótese, peguei uma terrível infecção durante a reconstrução mamária. Perdi mais ainda, mas não desisto. Um peito só é uma grande economia... kkkkk

  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Neusa - Sim, minha reabilitação profissional. Digitação é o fundamental no que faço profissionalmente. E fui readaptada em outras atividades administrativas dentro da polícia civil.

  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Neusa - Já estou no futuro. Hoje sou presidente e criadora da ONG Marluz pequeno bosque, uma casa de hospedagem ao carente portador de câncer.

  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Neusa - Não se desespere, creia num Deus maior que tudo. Bastante humor e bola para frente.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Neusa - Pela internet, no facebook. Compartilho informações mais importante e de prioridade.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Neusa - Sim. Divulgar mais o preconceito que ainda sofremos por sermos deficientes físicos invisíveis, aparentemente nada. Mas nas mínimas coisas temos limitações, como por exemplo ficar de pé em um ônibus em movimento, não temos forças para nos mantermos firmes. "no meu caso meu braço é limitado e minha força, bem menos, tão menos que não fico de pé dentro do ônibus.

  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Neusa - Que eles deixem de ser caras de pau evitando a corrupção e mantenham mais comprometimento com nossa saúde em todo o país, principalmente levando a oncologia/tratamento a todos os municípios, nem que seja só a quimio ou só a radio como os primeiros paliativos ao iniciar o tratamento. E não deixar os pacientes mais carentes sofrerem da forma que sofrem pelos hospitais por todo o país.

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