[Câncer de Mama] Marina Elza Gomes Nascimento

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Marina - Sou Marina, tenho 29 anos, solteira e sem filhos. De Campo Grande - MS.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Marina - Descobri dia 05 de fevereiro de 2016, após o resultado de uma core biopsia.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Marina - Senti um nódulo, de repente, cheguei a pensar em alguns segundos que era um linfonodo infartado, mas ai vi que não era na axila e sim na mama. Procurei a minha ginecologista, que me pediu um ultrassom.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Marina - Foi muito rápido o diagnóstico, eu que não imaginava que seria câncer com esta idade e por nunca ter tido nenhum nódulo nas mamas.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Marina - Eu achei que não ia aguentar, pois tinha na cabeça que quanto mais jovem, mais agressivo era o câncer e mais agressivo seria o tratamento. Pensava que ia sofrer muuuuito nas quimios. Não pensei que iria morrer, pois tinha convivido com o câncer antes. Em 2010, minha mãe teve um CA de tuba uterina e ficou tudo bem, então tinha uma experiência positiva. Claro, que quando é com vc é diferente, hoje sei disso.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Marina - Minha maior preocupação foi quando me falaram que ficaria quase 1 ano sem trabalhar. Isso me chocou primeiro, pois sou dentista, autônoma, como ficaria sem atender meus pacientes durante todo esse tempo?? Depois fiquei pensando na mastectomia, na remoção dos linfonodos... Se isto me deixaria inválida.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Marina - Já fiz as 8 quimioterapias, agora estou esperando o convênio autorizar a cirurgia que está agendada semana que vem. A quimio não foi tão ruim como imaginei. Foi dura, principalmente as vermelhas, mas deu pra suportar.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Marina - Por enquanto eu acho que a quimio, ela é longa, nos faz perder cabelo, nos limita de ir em alguns lugares, nos deixa de cama, com dor de estômago, de cabeça, náusea, vômito, dor no corpo, dor ao evacuar, mais gordinha e com o rosto redondo.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Marina - Senti vários, mas o pior é ficar sem cabelo. Olha que não sou muito vaidosa, e sofri menos por causa disso, mas este estigma da doença de ser careca é bem ruim. O tempo nos faz acostumar com isto.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Marina - É ótima, é o mesmo da minha mãe, então já existia uma relação de confiança.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Marina - Sim, a enfermeira da quimio e os técnicos e agora o cirurgião plástico que vai entrar na cirurgia.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Marina - Não, mas deveria ter feito. Depois do meu diagnóstico em fevereiro/16, no fim de março/16, minha mãe foi diagnosticada com CA de mama junto comigo. Foi o fim do mundo naquele momento para gente. Eu não podia acreditar, não achava justo, não fizemos nada para merecer aquilo. Eu fazendo quimio, ela operando. Depois eu a levava todos os dias na radio. Eu cuidava ela e cuidava de mim.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Marina - Hoje estou mais calma, mais tranquila, sabendo que preciso de paciência e coragem pra enfrentar tudo isso. A fase do desespero inicial já passou, hoje fica a resignação e até a gratidão de estar passando por isto tão nova. Tenho certeza que tenho uma visão nova de vida e sei desde de cedo o que importa e pra que viemos aqui.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Marina - Parei desde que descobri, pois já não tinha mais cabeça, estava vivendo pra doença no começo e correndo atrás dos exames para fazer o estadiamento.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Marina - Entrei com o auxílio doença no INSS.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Marina - Eu amo minha profissão e acho que posso ajudar com a mucosite, com o tratamentos odontológicos pré-quimio e radio na população que não tem condições. Pretendo retomar meu consultório, meus pacientes, com uma rotina mais leve, com menos horas de trabalho.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Marina - Acho que não tem como aliviar aquele período que passamos quando recebemos um diagnóstico, faz parte. Mas depois que a poeira baixar, mostrar que tudo passa, as coisas se ajeitam, o coração se acalma, a dor diminui e que podemos voltar a viver mesmo com essa doença.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Marina - Na internet, das buscas que fazia.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Marina - Falar mais sobre as mutações genéticas, pois fiquei sabendo que na época, minha mãe com 47 anos e CA de trompa, deveria ter feito o teste do BRCA 1 e 2. Talvez eu estaria mais em alerta. A gente não sabe que o de trompa se encaixa como se fosse ovário e acaba passando batido.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Marina - Deveria existir afastamento para acompanhante, pois ficou eu e mãe doentes e minha única irmã não pode se afastar. Trabalhar com a cabeça assim foi muito difícil para ela. Outra coisa, é revoltante ouvir histórias de diagnóstico tardio, problemas com máquinas de mamografia, radioterapia. Quem fica doente, gasta mais com transporte, alimentação...acho que deveria ter um auxílio para esses pacientes, principalmente para os que tratam pelo SUS.
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