[Câncer de Mama] Maria Paula Dias Ferreira

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Maria - Terapeuta, 49 anos, uma filha, divorciada.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Maria - Ecografia mamária.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Maria - Sim. Cansaço extremo e senti um cisto (mas pensava que era benigno, como tantos outros que tive).
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Maria - Antes de fazer a ecografia estava com mau pressentimento... Senti que foi a vida que me estava a obrigar a parar!
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Maria - Tratar do assunto e ficar boa o mais rápido possível.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Maria - Fiz 2 operações para tentar preservar a mama mas como não foi possível tive de fazer uma 3ª operação (mastectomia bilateral com reconstrução imediata (TRAM + próteses). Meses mais tarde tive de ser operada, novamente, pois a rede abdominal sofreu um abaulamento...e espero nova operação às mamas porque a prótese da mama esquerda decaiu a a da mama direita sofreu um encapsulamento (mas como fiquei com anemia estou à espera de repor os níveis de hemoglobina). Entretanto, já tirei 3 pólipos do endométrio (benignos, graças a Deus) e esta semana vou ter de fazer uma colonoscopia. Tenho o abdômen muito inchado e dolorido (e não era suposto estar).
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Maria - Não fiz radioterapia (não foi preciso) nem quimioterapia (o médico não garantia a sua eficácia, por ter passado algum tempo e também não quis) e recusei a hormonoterapia (por causa dos efeitos adversos). Optei por tratamentos naturais e alimentação adequada.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Maria - Senti muito cansaço por causa de tantas operações e fiquei com anemia pronunciada.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Maria - Relativamente boa... Apesar de sentir que não me manda fazer os exames que deveria mandar (pois sinto que, devido a não ter aceite os tratamentos convencionais pelo hospital, esteja a ser tratada como uma pessoa saudável). Por isso, tenho pedido ao meu médico de família os exames complementares, foi assim que descobri a anemia e os pólipos no endométrio.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Maria - Sim, senti que não estava a ser seguida, convenientemente, pelo hospital onde fui operada.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Maria - Sim... Estou a ser seguida por uma psicóloga do hospital, mas sinto que ela não consegue chegar ao meu verdadeiro interior.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Maria - Não muito bem... Como sou terapeuta tive de parar de trabalhar e quando me sinto melhor faço um esforço para trabalhar (porque se não trabalho, não ganho)! A situação financeira não está boa. No espaço de 2 anos fiz 4 operações, sinto-me cansada e um pouco "abandonada" e sozinha nesta luta.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Maria - Com muito esforço vou tentando trabalhar, mas não está fácil.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Maria - Isenção de taxas médicas (apesar de ter gasto, 400 euros numa urgência que fiz num hospital privado porque não estava a ser devidamente seguida pelo hospital público e tinha uma dor forte abdominal). Fiz TAC (finalmente), fiquei descansada porque os órgãos estavam "limpos" mas descobri uma infecção entre o uréter e o rim. De resto, não conheço muito bem outros benefícios (mas moro em Portugal).
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Maria - Ficar sem dores... E ter saúde (o desconforto abdominal é enorme... Se pudesse mudar alguma coisa - se me dessem uma máquina do tempo - voltava atrás e não teria feito a reconstrução com retalho TRAM)! Gostava de puder mudar de casa, recomeçar de novo num sítio novo, com um pequeno quintal para plantar legumes e aromáticas, ter galinhas :) e fazer um gabinete para ter as minhas terapias.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Maria - Não se deixar ficar pela opinião só de um médico... Procurar uma segunda ou mesmo uma terceira opinião. Informar-se de todas as consequências do que lhe vão fazer (é um direito do paciente). Ser devidamente informado!!!!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Maria - Pelo facebook.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Maria - Gostava de puder contactar com outras mulheres que fizeram (ou passaram) pelo que passei .... principalmente com aquelas que fizeram reconstrução com TRAM (ser entendida e compreendida e puder trocar ideias).
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Maria - Não conheço bem a realidade do Brasil a este nível... Sou portuguesa e moro em Portugal (Porto).
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