[Câncer de Rim] Maria De Fatima Oliveira

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Maria - Eu sou Fatima Oliveira, tenho 53 anos e sou radialista. Sou casada e mãe de um casal de filhos lindos, além de vários animais de estimação, que juntos contribuem para uma vida mais alegre.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Maria - Em dezembro de 2013, ao perceber que a minha urina estava muito escura, procurei um clínico para fazer exames. Só que nesse meio tempo eu comecei a sangrar e ter cólicas muito fortes, então fiz um ultrassom que acusou pedras em ambos os rins, então começou o tratamento que se estendeu por uns quatro meses e o sangramento continuava muito intenso, a ponto de ficar com anemia e ter que tomar sangue. Então, finalmente, consultei com um urologista para fazer uma urotomografia onde foi diagnosticado um carcinoma renal padrão células claras grau 1 (fuhrman).
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Maria - Sim, foram meses sangrando muito, com fortes cólicas, emagrecimento, náuseas, cansaço.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Maria - Na verdade eu penso que o clínico demorou muito para autorizar uma consulta com um urologista. Se tivesse feito isto desde o inicio, acho que muito sofrimento seria evitado, pois foram muitos meses com dor e forte sangramento.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Maria - Bem, recebi o meu diagnóstico da pior maneira possível, por um profissional mal educado, com problemas pessoais e já se aposentando. Ele simplesmente me chamou na sala, nem sequer mandou eu me sentar e falou assim: "A senhora tem que ir imediatamente para o hospital, pois vai ter que fazer uma cirurgia e tirar um dos rins", e ainda perguntou "se eu não havia entendido", pois eu fiquei como se tivessem tirado o chão debaixo dos meus pés. Eu não sabia o que pensar e ainda por cima não havia ninguém da minha família comigo nessa hora, eu pensei francamente que iria morrer.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Maria - A minha maior preocupação foi me informar o máximo possível sobre a doença, comecei então a conversar com outra pessoas e nesse meio tempo eu me internei para fazer os exames pré operatórios. Então eu perguntei muito para os médicos, enfermeiros e pacientes sobre tudo:  cirurgia, anestesia, recuperação e muito mais. Outra coisa que me preocupou muito foi que na minha casa eu sou aquela pessoa que cuida de tudo e de todos, foi muito difícil que naquela hora eu é que teria que ser cuidada, muito difícil.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Maria - Agora, em agosto, completarei um ano da minha cirurgia. Eu retirei um rim, esse é o procedimento padrão devido ao tamanho do tumor (5,2x3,5x3,0cm), depois da cirurgia fiquei fazendo exames de imagem, mas graças a Deus o tumor estava restrito ao rim, não se expandiu para fora. Desde então sigo fazendo exames de três em três meses com acompanhamento de uma oncologista, agora devo fazer uma cintilografia óssea e tomografia do tórax e abdome e o resto é contar com a ajuda lá do alto, eu tenho muita fé em Deus, se não fosse isso não teria aguentado.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Maria - A recuperação da cirurgia foi muito rápida e pouco dolorosa, eu pelo menos não sentia dor, apesar do médico falar que seria dolorida. Então acho, como eu só fiz cirurgia, que não saberia falar sobre outros tratamentos.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Maria - Não, como eu já expliquei, eu não fiz outros tratamentos, somente cirurgia.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Maria - É muito tranquila, ela é um amor de pessoa, uma profissional calma, atenciosa e nos encontramos de três em três meses (durante cinco anos será assim).
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Maria - Enquanto estava no hospital sim, depois comecei a fazer um acompanhamento com uma hematologista em função da anemia e agora que está tudo normalizado, eu só estou com a oncologista.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Maria - Não, até que eu gosto muito de conversar com esses profissionais, mas é que eu tenho um grupo de mulheres da qual eu participo que estamos sempre juntas. Conversamos muito sobre os nossos problemas, oramos juntas e diante disso eu fiquei muito bem amparada diante dessa situação delicada. Me senti confiante e com muita fé que aquilo era uma situação passageira e que logo eu iria voltar a minha vida normal.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Maria - Hoje eu estou muito bem graças a Deus e graças a equipe do médico urologista que me operou, um profissional muito bem conceituado aqui na nossa cidade. Ele e a sua equipe do hospital universitário me trataram com muito respeito e dedicação, toda vez que tenho que ir no hospital eu passo lá para "dar um alô" para todos, desde a pessoa que fazia a limpeza do quarto, até os enfermeiros e médicos. Todos merecem o meu respeito e admiração.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Maria - Sim, eu continuo trabalhando, vendendo publicidade e apresentando um programa em uma rádio AM aqui da minha cidade.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Maria - Sim, o auxilio doença.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Maria - Continuar cuidando da minha saúde, apesar que uma da coisas que me deixou muito chateada quando recebi o diagnóstico foi que eu sempre me cuidava, fazia exames preventivos, não bebia, não fumava e tinha uma alimentação super saudável, eu não entendia o porque havia acontecido isso justamente comigo, hoje eu entendo que não é só isso, tem mais coisas envolvidas, inclusive descobri que uma tia de 2 grau havia desenvolvido um tumor de rim também a trinta anos atrás, ou seja tinha um caso na família, mas hoje eu continuo me cuidando mais ainda.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Maria - Buscar todo o tipo de informação (recomendo o Oncoguia) e procurar conversar com pessoa que realmente venham te ajudar, ter muita fé em Deus e nunca perder a esperança de que tudo na vida, até os momentos ruins tem hora e dia para acabar e ai o sol brilha novamente, fé muita fé em Deus!!!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Maria - No face. Gostei muito, super completo, até comentei com a oncologista e ela disse que era "excelente buscar as informações no Oncoguia".
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Maria - Apenas continuar prestando esse serviço importante que é a informação nesse momento delicado e difícil na vida das pessoas.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Maria - Tem tantas coisas que ainda precisam mudar, a gente escuta nos rádios as pessoas se queixando a respeito de remédios que o governo não libera e isso depende a vida de muitas pessoas, crianças desamparadas, hospitais super lotados, pessoas que não conseguem completar o seu tratamento... Meu Deus, esses políticos tem que parar de brincar de fazer política e trabalhar pela saúde do povo, falam tanto em prevenção e no entanto tem lugares que não possuem equipamento para realizar uma simples mamografia, depois não sabem porque os hospitais estão super lotados, esses políticos precisam trabalhar para o povo e pelo povo. Muito obrigado pela oportunidade de compartilhar com outros a minha experiência, um abraço!!
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