[Câncer de Pulmão] Margareth Salles

Aprendendo com Você
Margareth Salles
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Margareth - Tenho 45 anos, bancária aposentada por invalidez, uma filha de 11 anos e casada há 17 anos.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Margareth - Após um exame RM tórax, em 07.2011, fiquei desconfiada. Certeza só tive quando fiz a cirurgia no pulmão, em 11.2011, o médico conversou no dia da alta comigo. Para dizer a verdade com tantos exames feitos antes da cirurgia, para descobrir o primário, o médico dizia que só saberia após cirurgia. Eu já sabia, só não vê quem não quer, mas não queria acreditar.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Margareth - Lembro que em 2009 sentia minha coluna latejar, doía muito. Comecei a tossir, tosse seca, minha garganta inflamava e escarrava sangue.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Margareth - Em 2009 foi especialista competente, em 2011 o pneumologista me pediu uma radiografia mais antiga que tivesse e achei uma de 2009, feita na época para fazer cirurgia de vesícula como risco cirúrgico, o laudo era normal, mas assim que o peguei vi um círculo esbranquiçado na imagem. Apresentei ao médico, sem falar nada, e este confirmou minha suspeita. O cardiologista na época não olhou a imagem, só o laudo. Dois anos se passaram e a doença se transformou irreversivelmente. O pneumologista foi bem franco, se tivessem visto na época só cirurgia e a quimioterapia me curariam. Para piorar depois de tantos exames, levei de 07 à 11.2011 para conseguir fazer a cirurgia. Muito lento o processo de confirmação do primário à confirmação do diagnóstico. E tempo é o que não tenho. Tudo aconteceu, meu médico não conseguia marcar a cirurgia, devido ao tempo que levaria, fiz pelo particular, meu plano não tinha convênio, depois me preocupei com o reembolso. No final deu tudo certo.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Margareth - Impotente. Minha vida acabou. Na minha filha, meu marido. Principalmente na minha filha, que na época só tinha 7 anos.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Margareth - O que seria da minha filha, muito pequena para enfrentar tanto sacrifício e tristeza. Então me empenhei e me empenho em dar para minha filha uma infância que ela merece ter, quase normal para sua idade, diante das circunstâncias.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Margareth - Iniciei o tratamento em 01.2012. Meu tratamento segundo meu médico é para vida toda. Não é fácil, exige muito da minha pessoa, a reações são diversas, então vivo um dia de cada vez, nada melhor que um dia após o outro. Amanhã será melhor.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Margareth - Na minha opinião foi o Tarceva, para dar resultado é normal que se tenha reação, mas no meu caso tive todas as reações que constavam na bula, fiquei internada em meu quarto com ar-condicionado por um ano, fiquei em carne viva, precisei fazer cirurgia no olho direito, por úlcera, por 1 mm não perdi minha visão e o pior minha filha presenciou tudo. Foi terrível!
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Margareth - Efeito colateral sempre tem, para alguns medicamentos podem ser menos ou maiores, também depende do organismo, se estiver debilitado. Tomo chás, que o médico autoriza, alimentação balanceada e os remédios para reação. E sempre pensar que amanhã será melhor, nada melhor que um dia após o outro.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Margareth - Ela é meu anjo, que luta e não desiste.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Margareth - Sim, meu primeiro oncologista me atendeu no momento mais crítico da minha doença, quando mais precisei, só que ele tinha suas limitações e não soube o momento em que deveria me transferir para um especialista, ele não era especialista em pulmão.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Margareth - Fiz, por telefone. Chegou um momento que para ele eu não precisava, mas é essencial ter nessa fase, não importa quando.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Margareth - Vivo um dia de cada vez, procuro não pensar no amanhã, tento vivê-lo intensamente. Curto cada momento com minha família, não importa onde e nem como. Tento dar o meu melhor, mas não é fácil, só Deus mesmo para me ajudar nessa jornada.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Margareth - Por causa do câncer estou aposentada.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Margareth - Estou buscando ainda. No INSS o 25% vou dar entrada, FGTS e PIS já recebi, IR vou dar entrada. É meio complicado tem que ser no meu tempo.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Margareth - Continuar lutando, viver intensamente cada minuto com minha família , criar minha filha até sua fase adulta. Viver além da expectativa de vida é a minha meta.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Margareth - Respire fundo. Não desista nunca! E sempre, sempre recorra ao nosso Pai, por que Ele está ali só esperando ser chamado. É Ele quem me consola, fortalece, apoia, me ama e conforta em todos os momentos, principalmente na dor.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Margareth - Visitando o site, no Google.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Margareth - Continuem esse trabalho maravilhoso! Deus os abençoe!
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Margareth - Investir na saúde, na educação para formarem novos profissionais competentes, com interesses em pesquisas.
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