[Câncer de Mama] Lene Resieri

Aprendendo com Você
Lene Resieri
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Lene - Meu nome é Claudilene Silva, entretanto todos me conhecem por Lene, sou contadora e atualmente exerço a profissão de Gerente Administrativo/Financeiro em uma empresa na região em que moro. Sou casada, tenho 01 filho adotivo que hoje tem 12 anos de idade, nasci em Minas Gerais e moro em no ES desde 1987.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Lene - Eu preciso explicar que enfrentei a batalha contra o câncer de mama por 02 vezes, na 1ª eu tinha 33 anos e descobri um caroço estranho no meu seio direto ao realizar o autoexame, e foi inevitável a mastectomia total. E na 2ª vez aos 43 anos, quando eu me animei em fazer uma cirurgia de correção no seio direito e ao realizar os exames necessários fui diagnosticada com câncer de mama, dessa vez na esquerda, foi realizado uma mastectomia parcial.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Lene - Tanto da 1ª vez como da 2ª vez nunca tive nenhum sintoma ou mesmo alterações no meu corpo que pudesse me passar pela cabeça que estava com câncer.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Lene - Eu considero que não tive dificuldades para fechar o meu diagnostico, porque o médico que me acompanha até hoje sempre foi muito claro e objetivo comigo.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Lene - Bom.... não é fácil receber esta noticia e novamente vou dividir meus sentimentos em 02 momentos:rn1ª vez em 2003 - Me recordo que após a biopsia meu medico me olhou e disse: - Infelizmente é câncer e teremos que operar urgente. Uma lágrima rolou pelo meu rosto e me recordo de ter dito a ele que eu tinha 02 alternativas: a 1ª seria lutar pra viver, e a 2ª lutar para morrer e eu escolheria a 1ª e que ele me operasse considerando minha escolha.rn2ª vez em 2013 - Fiquei muito triste, pois 10 anos se passaram após uma longa batalha e novamente teria que enfrentar tudo de novo. Enfim, ergui a cabeça e tive a mesma postura da 1ª vez.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Lene - Confesso que passa um filme na nossa cabeça, e o pensamento que você está na fila da morte é inevitável. Entretanto decidi viver um dia de cada vez e sempre considerando que poderá ser o ultimo, dai me esforço para fazer dele o melhor dia da minha vida.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Lene - Já conclui as minhas 2 etapas desta batalha. Na 1ª vez como tive que fazer uma mastectomia total considero que foi a pior fase, eu não fiz a reconstituição de imediato pois queria ter a certeza que estava tudo bem. E enfrentar os olhares das pessoas por não ter 01 seio foi difícil. Na 2ª vez não fiz quimioterapia e achei a radioterapia bem pesada, me senti muito cansada.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Lene - Com certeza a quimioterapia, pois os efeitos colaterais são muito fortes e por mais que você se esforce o corpo não ajuda a reagir. Sem contar com a queda dos cabelos.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Lene - Até hoje me sinto muito cansada, meus ossos todos doem e fico enjoada diariamente por conta do Tamoxifeno que dessa vez terei que tomar por 10 anos ( na 1ª vez tomei por 05 anos).
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Lene - A melhor possível, estabelecemos uma parceria muito bacana ele não me esconde nada e eu pergunto tudo. São mais de 15 anos juntos.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Lene - Os outros profissionais com os quais me relacionei, foram enfermeiros, técnicos, nutricionistas e psicólogos.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Lene - Confesso que somente este ano busquei ajuda na terapia, e acredito que se eu tivesse buscado desde a minha 1ª batalha as coisas teriam sido menos difíceis. Este profissional em nossa vida nos ajuda a entender que não temos ¨culpa¨ neste processo e que ter tido câncer não é porque você deixou de fazer isso ou aquilo.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Lene - Ótima. Me sinto madura e consciente do meu papel nesta sociedade que é de levar a outras pessoas o apoio necessário para enfrentar com otimismo circunstâncias alheias à nossa vontade. Atualmente escrevo um blog, em que conto toda a minha trajetória pelas duas batalhas, porém com um olhar diferente de otimismo e fé em Deus. Meu objetivo é ¨papear¨ sobre o assunto com mulheres que como eu tiveram câncer de mama. Além disso, ministro palestra em que falo sobre a doença e dou meu depoimento considerando a minha linha do tempo. Caso tenham interesse em visitar abaixo o endereço: www.sejamaissimples.com.br e rnfacebook/sejamaissimplesrnrn
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Lene - Nunca parei de trabalhar, somente naqueles dias em que a perna não me ajudava a levantar eu ficava em casa. Porque considero que me sentir útil e não permitir que me vissem como doente me ajudava a manter e melhorar minha autoestima.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Lene - Não busquei. Neste ultimo ano que tentei me inteirar um pouco do que eu tinha e não tinha direito mas confesso que achei tudo muito burocrático.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Lene - Com a ajuda da terapia tenho identificado que a minha vida inteira trabalhei em algo que não me fazia plenamente feliz, e que a essa altura do campeonato eu tenho o direito de jogar tudo para o alto e fazer o que gosto. Assim, meu projeto é me dedicar ao projeto Seja Mais Simples interagindo com pessoas em eventos, palestras, passeios e etc....em que eu possa levar um pouco de alegria, vontade de viver, qualidade de vida em momentos únicos em que a cada pessoa que por ali passar tenham saudade e fiquem ansiosos pelo próximo encontro. Este projeto será dedicado à mulheres que enfrentaram a batalha contra o câncer e são mais que vencedoras.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Lene - Que respirem fundo, chorem tudo que tiver que chorar (afinal somos seres humanos) e após este momento levantem a cabeça entreguem sua vida a Deus e façam a sua parte. Sempre com muita determinação e preocupação apenas consigo mesma, pois antes de amar o próximo temos que amar a nós mesmos.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Lene - Conheci o Oncoguia através da internet e achei fantástico o trabalho de vocês.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Lene - O trabalho de vocês na minha opinião é tão perfeito que fica difícil sugerir melhorias, mas quem sabe aumentar a divulgação do instituto na TV?
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Lene - Infelizmente quando dependemos do SUS para receber o tratamento é lamentável a demora e o pouco caso nos atendimentos, pessoas despreparadas que não se preocupam com o paciente, condições precárias dos hospitais, muitos médicos que utilizam os pacientes como cobaias humanas. Aos políticos brasileiros, sugiro ser paciente por um dia em grandes centros para sentir na pele o descaso com a saúde neste país.
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