[Câncer de Mama] Juliana Pazos

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Juliana - Me chamo Juliana, tenho 33 anos, sou empresária, casada, mãe de duas meninas, uma de 6 e outra de 1 ano e 8 meses, moro no Rio de Janeiro.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Juliana - Descobri que estava com câncer ao fazer o autoexame no banho.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Juliana - Apenas senti um caroço na mama direita, mas não senti dores.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Juliana - A espera para o resultado dos exames foi o que mais pesou. Em alguns momentos achava que não teria nada, mas em outros, tinha certeza. Você fazer uma série de exames e esperar pelos resultados é angustiante.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Juliana - Assim que recebi a confirmação de que estava com câncer, chorei demais. Meus pais me abraçaram e depois fiquei no colo do meu marido chorando feito bebê. Achei que iria morrer. Mas ao mesmo tempo me senti aliviada por saber o que era e ansiosa para começar logo o tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Juliana - Minha maior preocupação naquele momento foram minhas filhas. Se eu morresse como seria, como eu contaria de maneira sutil aquela doença tão devastadora. Um milhão de perguntas relacionadas a elas vieram à cabeça.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Juliana - Iniciei o tratamento dia 06/06/2016 através da quimioterapia vermelha. Foi muito difícil pois eu estava sem dores e aparentemente saudável e a quimio te deixa muito debilitada. Me obrigava a levantar da cama para tomar banho pois achava que aquela sensação de doença poderia melhorar. Minha mãe levava um baldinho pra escovar os dentes na cama, pois eu não conseguia me levantar muitas vezes. Sempre achei que cama atrai doença, mas nesse caso era mais forte que eu. Meu marido cuidava das crianças e minha mãe cuidava da casa e de mim. Fiz a quimio na segunda-feira e lá pela sexta consegui ficar algum tempo fora da cama sem passar muito mal. Tive muito enjoo e vomitei bastante. Logo após a primeira quimioterapia fiz a tomografia, onde detectaram um implante secundário no fígado. Receber essa notícia outra vez não foi nada fácil e eu realmente achei que morreria dessa vez. Com o implante, minha medicação mudou. Inicialmente faria 4 vermelhas e 4 brancas, mas o total passou a ser 7 e 6 brancas. Já fiz 1 vermelha e 4 brancas num intervalo de 21 dias e os sintomas destas são mais brandas. Dores pelo corpo como uma gripe muito forte, além de mudança no paladar e garganta arranhando. Acabei tenho uma leve neutropenia e meu oncologista solicita há duas químios as injeções de Granulokine para melhorar a imunidade. Elas acabam doendo muito mais que o próprio tratamento e doem na coluna. A sensação da primeira vez foi que pararia de andar, além de andar mancando quando o efeito foi passando. Após as quimioterapias terei a cirurgia e 5 semanas de radioterapia.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Juliana - Ainda não confirmei pois ainda estou nas quimioterapias, mas conversei com muitas mulheres que também passaram por isso e acredito que a quimio seja a pior fase.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Juliana - Senti muitos enjoos e garganta arranhando, além de dores no corpo e insônia. Para enjoo eu tomei a medicação que o médico passou como vonau, digesan e decadron, para as dores no corpo, usava dipirona de 1g, mas apenas no limite da dor para que o remédio não camuflasse uma possível febre e para insônia, tomava de dois a três dias de remédio para dormir, pois nunca tive insônia. Além da medicação, passei a fazer exercícios 3 vezes na semana e fui a uma nutricionista oncológica. Além de ficar mais disposta em tudo, meus exames melhoraram bastante. Passei a fazer mudanças na minha casa para todos, como deixar de usar açúcar refinado, comer sempre frutas e comprar alimentos orgânicos e integrais. Além de fazer Reiki que aliviam as dores das quimios.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Juliana - Ele me deixa muito segura e pede para qualquer coisa ligar para ele, o que acaba me passando segurança.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Juliana - Sim, com nutricionista oncológica para saber ao certo o que poderia ou não comer, além de melhorar a imunidade e profissional de educação física.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Juliana - Não fiz tratamento psicológico, mas acho super válido. Minha cabeça se manteve muito positiva desde o início para encarar da melhor maneira possível. Eu usei muito a minha fé e ela me mantém em pé. Faço tratamento espiritual até agora também.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Juliana - Apesar de todas as mudanças, não me sinto doente e cada adaptação é levada como um ponto positivo de melhora na minha vida. Levo vida normal trabalho, saio, viajo, vejo meus amigos e familiares.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Juliana - Continuo trabalhando, mas trabalho de casa, então facilitou bastante.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Juliana - Não.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Juliana - Seguir com a minha página para ajudar mais pessoas a passarem por isso e elas saberem que não estão sozinhas. Continuar cuidando da minha família e ajudar pessoas com câncer de alguma forma que ainda não sei qual.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Juliana - O câncer tem cura. Por mais difícil que seja receber um diagnóstico desses, a gente aprende a valorizar as pequenas coisas, as pessoas a nossa volta. Você verá a vida com outros olhos e saberá, se quiser, tirar mais coisas boas que ruins da doença. Jamais perca a positividade. Por mais que não tenha religião, acredite que vai dar certo, porque vai.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Juliana - Através de uma amiga de infância que teve câncer de mama.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Juliana - Acho vocês ótimos e compartilho diversas matérias em minha página. Vocês falam do câncer como deve ser feito, sem aquele terror de praxe. É uma doença e precisa ser tratada. Isso que importa. Obrigada por me ajudarem!
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Juliana - O câncer está cada dia mais comum e deveriam existir programas para além do tratamento, prevenção. As pessoas buscam ajuda quando já estão em estágios avançados, o que dificulta o tratamento.
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