[Câncer de Mama] Heloisa Helena Vieira Da Silva Sales

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Heloisa - Tenho 56 anos, sou psicóloga, casada e sem filhos.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Heloisa - Em 2009, nos exames de rotina, fui para o mastologista o Dr. Ivan, que me operou. Um mês depois, o exame das axilas (linfonodos) deu positivo que antes não havia dado e só na biopsia apareceu. Precisei de uma nova internação e uma nova cirurgia .
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Heloisa - Nenhum. Graças a Deus.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Heloisa - Os exames são muito dolorosos, um, em particular.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Heloisa - Triste. Choramos meu marido e eu, mas depois desse dia uma força, um desejo, uma determinação de cura envolveu a gente.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Heloisa - Morrer. Afinal, ainda quero fazer muitas coisas.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Heloisa - Fiz quimioterapia aqui mesmo em Niterói, na clínica de oncologia do meu querido médico Dr. Ricardo Salgado. Nunca senti um enjoo, que era o meu maior receio pois vomitar para mim é o fim. Depois 31 dias seguidos de radioterapia, na segunda quimio, meu cabelo começou a cair os tufos. Pensei "vou raspar sem problemas”, acho que até conheci um lado meu que desconhecia, eu era bonita mesmo sem os cabelos. Depois comecei a tomar novaldex 20 mg, tomo até hoje e vou tomar por mais 5 anos.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Heloisa - Comecei então a sentir uma coceira na vulva no dia da cirurgia nas axilas e foi solicitado ao meu mastologista que colhesse material da vulva para uma biopsia. Resultado: carcinoma! Foi reunida uma junta médica com três professores da UFF, Dr. Alexandre Viana, Dr. Ronaldo Cortes e o outro me foge o nome e eles decidiram me operar, o Dr. Ronaldo, que já era meu ginecologista falou comigo, "Heloisa esse câncer é muito raro, as cirurgias geralmente os pontos abrem”. Enfim a recuperação é demorada. Foi maravilhoso não me dizer que geralmente essa cirurgia impede que exista uma vida sexual.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Heloisa - Operei. Cirurgia demorada, eles retiraram todos os focos cancerosos, tiraram muito tecido e fizeram uma reconstrução. Não deu outra, quando cheguei em casa os pontos abriram todos. Fiquei um mês praticamente onde meu marido pacientemente fazia curativo todos os dias, duas ou mais vezes. Usávamos uma comadre. Muito sofrido, mas a gente ria as vezes. O bom humor é muito importante.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Heloisa - Já que estava em quimioterapia e radioterapia, não precisei tomar mais nada para vulva, além de muitos antibióticos caros. Meu oncologista é um cavalheiro, pessoa boa, rigorosa na medida certa, acho que ele é tão bom que se adapta a cada paciente e não o contrário. Pessoa linda, que gosto e respeito muito.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Heloisa - Psicológico não, mas faço acompanhamento psiquiátrico até hoje. Tive que parar de trabalhar e fechar meu consultório, remanejar meus pacientes.... Foi um processo muito doloroso.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Heloisa - Graças a Deus estou bem. Ainda tomando o Novaldex (20mg), mas com a vida sexual maravilhosa. Graças a Deus e a perícia de meus médicos, eles não me deixaram perder nada.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Heloisa - Farei pós agora, mas não tenho condições de fazer outro consultório, algumas pessoas vêm a minha casa e atendo, mas são poucas, 1 ou 2 somente. Na realidade, parar de trabalhar foi a parte mais difícil para mim.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Heloisa - Gostaria de, pelo menos, andar no ônibus de graça. Não me consideram, o que acho uma desculpa muito esfarrapada. Qual outro direito eu estou perdendo?
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Heloisa - Pretendo voltar a atender em um consultório meu, viajar muito, curtir a vida e dançar muito.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Heloisa - Calma!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Heloisa - No facebook.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Heloisa - Gostaria de alguma matéria sobre o câncer de colon. A coisa mais importante nesse processo todo é que estive coberta por um plano de saúde que me possibilita ter os melhores médicos e clínicas que são necessárias.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Heloisa - Essa vergonha que acontece no Brasil e que envolve todo o processo de câncer. Entendo que seja também uma questão de tipo e de tempo até que você o descubra. Pois o do meu seio, por exemplo, era imperceptível, só o localizamos através da mamografia. Li que o INCA está fechando... Como ficam essas pessoas que precisam de exames caros e urgentes para ontem? Me preocupo muito com o sofrimento do nosso povo, peço para que os governantes coloquem dinheiro na saúde mesmo e não nos bolsos.
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