[Câncer de Vesícula Biliar] Fernanda

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Fernanda - 33 anos. Veterinária. 1 filho. Casada. Canoas/RS.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Fernanda - Icterícia repentina. Na busca por atendimento médico, fiquei internada para exames, não muito conclusivos, fui encaminhada para a cirurgia exploratória. E o diagnóstico se confirmou.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Fernanda - Icterícia.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Fernanda - Tempo de espera para a realização de exames e avaliações da junta médica.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Fernanda - Triste. Pensei que a vida acabaria ali, em poucos meses. Com tanta coisa ainda para viver, com um filho pequeno para ver crescer.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Fernanda - As remissões.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Fernanda - Sim. Fiz quimioterapia. Foi mais tranquilo do que imaginava. Apenas tive que parar de trabalhar, pela fraqueza e mal estar. Minha vida ficou um pouco limitada. Tive algumas internações durante o tratamento por causa de febre. Agora, estou em fase de remissão, apenas monitorando.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Fernanda - Todo o tratamento foi difícil. A cirurgia, o pós-cirúrgico com manutenção de dreno, a limitação a uma vida com menos atividades. A quimioterapia, que me obrigou a parar de trabalhar, me impediu algumas vezes do convívio social, que tirou de mim a possibilidade de amamentar meu filho, tendo que fazer um desmame abrupto de um bebê de seis meses de vida, sofrido para ambos.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Fernanda - Náuseas, fraqueza e dor nas articulações. Foi desagradável, mas tive uma importante rede de apoio na família. Pessoas cuidando de mim e de meu filho nos dias mais críticos.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Fernanda -
    É ótima. Ele é uma pessoa calma, que passa confiança, que conforta, que debate, discute os pormenores.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Fernanda - Enfermeiros da oncologia e de outros setores do mesmo hospital, durante o pré e pós cirúrgico, durante o tratamento e as internações. Médicos da cirurgia e da gastroenterologia. Auxiliares, funcionários dos serviços gerais, assistente social. Fiquei um mês inteiro internada, e mais seis meses de quimioterapia. Conheço e converso com muitos profissionais desse hospital. E muitos lembram de mim por causa do meu filho que esteve presente durante alguns momentos dessa rotina lá. Sempre perguntam dele.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Fernanda - Não.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Fernanda - Normal. Sigo bem disposta e na maior parte do tempo nem lembro de tudo o que passei. As vezes bate uma melancolia, vem o medo de que tudo volte. Medo de sofrer, medo de morrer. Mas na maior parte do tempo, a vida segue normal e ativa.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Fernanda - Parei.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Fernanda - Auxílio-doença, pois precisei me afastar do trabalho. E consegui. Ainda está vigente, aguardando novos resultados de exames.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Fernanda - Seguir a vida feliz. Passar dessa fase da melhor maneira possível. Ver meu filho crescer. Talvez ter outro filho.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Fernanda - Chore. O quanto for necessário. Fique feliz por toda a nova chance que se tem de recomeçar. Não sinta pena de si mesmo. Pense que morrer todos nós iremos um dia. Talvez sejam as complicações do câncer que traga a morte. Talvez um acidente. Ou um enfarte. Ou velhice. O diagnóstico do câncer não é certeza de nada. Encare da melhor forma possível, viva a melancolia e a fase de luto sem culpa. Mas siga de cabeça erguida. Porque o que se faz entre nascer e morrer é viver. Portanto, viva da melhor forma possível. Independente de quanto tempo durar essa aventura que é viver.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Fernanda - Pesquisando sobre adenocarcinoma de vesícula. Um assunto com pouca informação, atualização e quase nada de relatos.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Fernanda - Não me vem ideia de sugestões agora. Só um recado positivo. Acho bacana essa sessão de relatos de pacientes oncológicos aqui na página. Infelizmente não encontrei sobre câncer de vesícula.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Fernanda - Mais centros especializados em oncologia, com melhor infra-estrutura e distribuídos de forma mais ampla, não só nos grandes centros urbanos. Dar mais oportunidades de triagem para a prevenção de câncer, hoje restrita a câncer de mama, de útero e próstata. Não há incentivo, por exemplo, para as pessoas de qualquer idade fazer um check up anual. Aumentar a rede de apoio aos pacientes oncológicos, possibilitar o afastamento das atividades laborais de forma remunerada. Eu consegui o auxílio doença da Previdência. Mas um monte de gente tem recusa do pedido. Sendo que, na maioria dos casos, é impossível trabalhar durante o tratamento, que é incapacitante e/ou debilitante.
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