[Câncer de Mama] Fabia Cristian Del Maestro

Aprendendo com Você
Fabia Cristian Del Maestro
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Fabia - 41 anos, revisora de texto, uma filha linda de 8 anos, casada.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Fabia - Através do auto exame.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Fabia - Sentia o nódulo crescer, mas achava que era coisa boba, não entendia nada de câncer e não havia casos em minha família.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Fabia - No começo foi muito difícil, o câncer era localmente avançado, a biópsia no meu caso só confirmou oficialmente o diagnóstico.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Fabia - Eu fiquei sem chão. Sou de uma família onde a palavra "câncer" não era pronunciada, minha tia-mãe fala até hoje "aquela doença". Pensei que iria morrer, pensei em como pude deixar evoluir assim. O medo de não ver minha filha crescer. Até hoje quando lembro do dia que recebi o diagnóstico as lembranças são flashes de memória.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Fabia - A minha maior preocupação foi com minha filha, quando fui diagnosticada eu não era casada, sempre cuidei dela sozinha, fiquei pensando que ela já não convivia com o pai, e agora vai perder a mãe. Foi o pior momento.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Fabia - Dia 13 de maio de 2014 fiz minha primeira quimioterapia. Meu esquema de tratamento era quimioterapia neo adjuvante, seguida de mastectomia e radioterapia. o tumor era positivo para receptores de hormônios, mas as taxas mostravam que a hormonoterapia poderia ter um efeito pouco eficaz. Era pedrada atrás de pedrada. Perder os cabelos foi muito difícil, sou muito vaidosa, meus cabelos eram meu orgulho. Me senti nua, me senti alvo de olhares de pena, medo. Fiz a mastectomia no dia 20 de novembro de 2014. reagi muito bem à quimioterapia, o tumor que antes era de 9 cm chegou a 1,5 cm. Fiz esvaziamento axilar, dos 17 linfonodos retirados, apenas dois comprometidos. Depois foram 25 sessões de radioterapia. Agora estou tomando tamoxifeno e já comecei a fazer meus exames de controle.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Fabia - A quimioterapia castiga muito o corpo, parece um efeito cumulativo. As primeiras sessões não me debitavam muito, conseguia levar uma vida relativamente normal, mas quando troquei de ciclo, as coisas ficaram pesadas, as feições mudaram, eu me olhava no espelho e me via doente, não em busca da cura.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Fabia - Meu braço ficou bastante comprometido, foram retiradas três cadeias de linfonodos. O que me ajudou muito foi a atividade física e a dança.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Fabia - No começo foi complicado, eu sempre acreditei na competência e seriedade do trabalho da minha médica. Mas com o passar do tempo a relação de euforia a cada progresso no tratamento nos aproximou.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Fabia - Sim, com enfermeiros, nutricionista, dentista. Procurei uma nutricionista porque não queria ganhar peso com a quimioterapia, o dentista para evitar infecções.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Fabia - Não fiz.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Fabia - Hoje minha vida é muito diferente. Deixei tanta coisa para trás, algumas pessoas me perguntam se a doença me mudou. Acho que continuo a mesma pessoa, o que mudou foram minhas prioridades, meu estilo de vida. Passei a ser mais contemplativa, tenho outro ritmo hoje. Acho que a felicidade está nas pequenas coisas, acontecimentos e ações que acontecem diariamente. Posso ter dias ruins, mas sei que passa.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Fabia - Sou profissional liberal, diminuí em 50% o meu ritmo de trabalho, quero mais qualidade de vida.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Fabia - Estou tentando auxílio doença.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Fabia - Criar minha filha, estudar, viver um dia de cada vez e buscar fazer o bem. Porque é através da fé, do amor e da caridade que damos sentido às nossas vidas.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Fabia - É preciso acreditar, buscar desenvolver sua espiritualidade, ficar perto de quem te faz e te quer bem. Temos dias bons e ruins, enfrentar um tratamento longo e pesado não é fácil, mas ao descobrir a força que vem de dentro é que percebemos que somos muito mais FORTES do que pensamos ser.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Fabia - Através da internet.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Fabia - O trabalho de vocês é lindo!
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Fabia - Senhores políticos, quando vocês enfrentam problemas de saúde têm acesso aos melhores tratamentos. Seria utopia acreditar que o SUS poderia atingir o padrão dos serviços que vocês utilizam. Tive a sorte de ser tratada por excelentes profissionais, mas pude conviver com a superlotação, a falta de infra-estrutura e tantos outros problemas que atingem a rede pública de saúde. Não só os pacientes oncológicos, mas todo brasileiro tem DIREITO CONSTITUCIONAL a um atendimento de qualidade.
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