[Câncer de Mama] Elizete Catarina Garcia

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Elizete - Tenho 62 anos, sou comerciante, tenho 2 filhas e sou divorciada, mas moro com um grande amigo. Sou independente, muito conhecida na minha cidade, simpática, inteligente, moderna.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Elizete - Inicialmente me tocando, porém fui a minha ginecologista e ela não detectou o nódulo. Disse que ia fazer mamografia por precaução e também porque estava na hora. Quando fiz a mamografia, pedi que tirassem de uma forma diferente do que estavam acostumados a tirar, pois do jeito que faziam não poderiam detectar o nódulo que estava acima do seio. Isso aconteceu em 2010. Em 2004 já havia feito uma punção com agulha fina que não havia detectado malignidade. Continuei nos próximos anos a fazer e não foi detectado, porém em 2010, se eu não tivesse pedido para mamografarem o local, também não teriam descoberto, pois a mamografia pega apenas o seio apertando-o e não os locais próximos.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Elizete - Apenas o nódulo, que imediatamente o ginecologista reconheceu como sendo necessário operar.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Elizete - Essas que escrevi acima. Para complementar, devo dizer que a principio iriam tirar apenas parte do seio e reconstituir, mas no dia anterior a cirurgia, após o mastologista ter feito a marcação para ultrassom, verificou que seria necessário tirar a mama inteira.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Elizete - Chorei muito, fiquei desesperada e me sentindo sozinha e abandonada. Coloquei a culpa em várias coisas e pessoas, mas sei que no fundo a culpa foi inteiramente minha. Senti que não havia esperanças, que tudo havia se acabado, mas ainda acreditava que poderia ser pior.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Elizete - Primeiro eu mesma, o que iria acontecer comigo??? Depois o porque comigo?? Fiquei muito revoltada. Precisava ficar sozinha para poder entender tudo o que estava acontecendo e o que eu poderia esperar. Busquei ajuda imediatamente na Internet também.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Elizete - Fiz o tratamento com quimio e radio. Tomei Femara por 4 anos. Segui minha vida normal. Em dezembro de 2014 descobri através de uma cintilografia e uma ressonância magnética que tinha uma recidiva na coluna entre a T7 e T8. Estava bem no lugar que abotoamos o sutiã. Era um ponto (segundo os médicos) da medula óssea. Abriu-se o chão, pois a cintilografia foi eu mesma que pedi, seguida da ressonância, uma vez que o meu oncologista achou que um passarinho não faz verão). Consultei outros médicos e depois de passar por oncoclinico, neurocirurgião e radioterapeuta, foi decidido que deveria fazer uma radiocirurgia particular, pois no meu plano de saúde não tinha essa possibilidade. Fui muito bem orientada pelo radiologista, que foi o médico mais atencioso que tive ate hoje. Fizemos a radiocirurgia naquele ponto com alta frequência uma vez só. Demorou acho que uma hora. Não senti absolutamente nada e saí do hospital normal, com minhas atividades normais. Tive muita ajuda do meu genro e das minhas filhas que buscaram, pesquisaram, ponderaram tudo para mim. O meu remédio foi mudado para um de terceira linha, faslodex.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Elizete - A quimioterapia, sem dúvida, pelos efeitos colaterais e queda de cabelo.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Elizete - Um pouco de enjoo no terceiro dia após as quimios, mais nada. Mas ficar sem o cabelo realmente marca muito. Coloquei uma prótese no inicio, fiquei uns 4 meses com ela. Depois tirei. Talvez não colocaria mais, usaria lenços ou peruca. Não sei!!!!
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Elizete - Durante todo o tratamento da mama, foi muito difícil devido a insensibilidade do médico. Me tratava friamente (nunca explicou nada como deveria). Se eu fizesse perguntas ele respondia sem vontade, querendo acabar logo com a consulta. Não me simpatizei com ele. Era difícil por ter que me deslocar da minha cidade para outra e ser tratada com tanta indiferença. No Hospital particular foi totalmente diferente. Fui acolhida com muita atenção, carinho e super bem pesquisada. Lá eu era uma pessoa, não um numero. Porém tive que voltar o tratamento na rede do meu convenio porque todo o tratamento era muito caro. Agora o medico que me acompanha é o mesmo do inicio. Ele melhorou um pouco, mas acho que deixa muito a desejar ainda em sensibilidade e precaução.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Elizete - Sim, conforme descrito acima.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Elizete - Fiz durante um tempo, mas não acho que resolve. Acho que a fé é que move a gente pra frente, a vontade de vencer, a força interior. Acho a alegria e orações muito importantes, fundamentais.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Elizete - Está ótima com relação a disposição. Tenho muito medo. Ainda não fiz os exames de imagens, só os de sangue e estão bem, fosfatase alcalina está ótima. Vou fazer os exames porque pedi ao médico pois ele mesmo não pediu. As vezes penso que seria melhor não fazer, apenas não descuidar dos remédios, mas ainda não sei!!!!
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Elizete - Continuo trabalhando muitooooo. Acho isso fundamental!!!
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Elizete - Alguns, como comprar o carro mais barato e não pagar o IPVA. Também quanto ao imposto de renda.Tomo os remédios por conta do meu plano de saúde que são bem caros.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Elizete - Nesse mês de maio, no dia do meu aniversario, minha filha mais nova se casou. Ela é linda e a festa foi maravilhosa, também amo meu genro que é uma pessoa muito especial, assim como minha filha. No entanto meu projeto para o futuro é ver minha outra filha mais velha se casar e formar uma família harmoniosa e feliz (sei que é possível), pois sei que ela ainda depende um pouco de mim emocionalmente e um pouco financeiramente. Também quero brincar com meus netos e netas e quem sabe encontrar um companheiro que esteja sempre do meu lado, me apoiando e que tenha o mesmo nível cultural e de sensibilidade que eu, ou pelo menos, parecido!!!
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Elizete - "Não é o fim do mundo" (essas são as melhores palavras que ouvi durante o tratamento)! Hoje existem muitas possibilidades de se conviver com o câncer, tem que se informar, viver um dia de cada vez e principalmente ACREDITAR!!! Acreditar no Deus que existe dentro de nós!!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Elizete - Pesquisando na internet.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Elizete - No momento não. Ah... Se puderem colocar casos de cura acho que seria uma esperança a mais para todos os pacientes!!!!
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Elizete - Melhorar o atendimento nas redes publicas, preparação dos médicos oncologistas para lidar com sensibilidade com os pacientes. Dar condições URGENTES para que todos os pacientes com câncer tenham as mesmas oportunidades de tratamento (como por exemplo o tratamento que eu fiz particular) muitas pessoas não podem e nem tem acesso a esse tipo de cirurgia e tratamento. Que seja obrigatório que os oncologistas busquem informações em congressos atualizando seus conhecimentos, e que o governo patrocine pesquisas e mais pesquisas , que incentivem cada vez mais o estudo de plantas, ervas e alimentos que contribuem para o aparecimento de novos remédios. E que Deus ilumine esse nosso planeta derramando bênçãos sobre ele.
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