[Linfoma de Hodgkin] Elisandra Campos

Aprendendo com Você
Elisandra Campos
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Elisandra - Elisandra Campos, 30 anos, sou de Pelotas Rio Grande do Sul.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Elisandra - A primeira vez que descobri o Hodgkin foi no dia 21/03/2011, faltava uma semana pro meu aniversário, senti um caroço aparente no tórax e resolvi ir até o pronto atendimento, lá fizeram um raio-x e o médico deu quase como certeza que era um linfoma, encaminhou-me pra outro médico pra eu realizar outros exames investigativos que confirmaram a sua suspeita. Fiz 5 ciclos de ABVD, após o término realizei o pet que apareceu 1cm, mas que foi interpretado como um processo inflamatório ou uma cicatriz, resultado das quimios. Ano passado, passados três anos do final do tratamento, numa tomografia de rotina, perceberam que meu pulmão esquerdo tinha um tumor de 10cm de diâmetro, aí começou o calvário da investigação, pois a probabilidade de ser uma recidiva era mínima, tudo indicava que seria um tumor benigno que bastava retirá-lo. No último "tira-teima" apareceu: LINFOMA DE HODGKIN FORMA CLÁSSICA TIPO ESCLEROSA NODULAR. Era o mesmo que eu tive em 2011, a partir daí o chão se abriu e senti um medo gigantesco, porque eu já sabia que teria que fazer quimio de novo.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Elisandra - Nenhum sinal.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Elisandra - As dificuldades foram a demora pra fechar o diagnóstico. E depois foi em relação ao plano de saúde, a Unimed não queria cobrir meu tratamento em Porto Alegre, pois em Pelotas tem hematologista credenciada, o problema é que existe apenas uma e eu teria que esperar muito pra conseguir consulta. Diante disso, procurei um advogado particular que conseguiu uma medida liminar, sendo a Unimed obrigada a autorizar todo o tratamento no Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Elisandra - Desde 2012 quando vi que tinha o maldito 1cm, mesmo com a médica concluindo ser apenas uma cicatriz, algo me dizia que não era. Mas eu preferia repetir pra mim mesmo que era uma paranoia. Quando cheguei na hematologista em julho do ano passado e ela me disse que em casos de recidiva eu teria que fazer transplante de medula e antes disso uma quimio violenta pra entrar em remissão, meu mundo parou no exato instante que ela pronunciou TRANSPLANTE DE MEDULA!!! Com a demora da agenda dela, acabei, por indicação de outro médico consultando com outro hematologista, que diferentemente dela, encheu-me de esperança.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Elisandra - De sofrer, de morrer jovem, do que viria pela frente.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Elisandra - Comecei meu tratamento em 29/10 fiz três ciclos de GDP, meu cabelo não caiu, mas tive as piores náuseas da minha vida, minha ceia de natal foi gelatina e uma fatia de abacaxi. em janeiro fiz o pet pra avaliar se estava apta para ir pra transplante. O resultado não veio como eu esperava, ainda tenho doença ativa, o médico mudou o tratamento, amanhã começarei com o brentuximab, esse é um quimioterápico diferente, é terapia alvo, o que significa que atingirá somente as células cancerosas. Após 4 ciclos realizo o pet pra ver o que deu.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Elisandra - GDP, foi o pior que eu fiz, mas acredito que o transplante de medula é punk, mas é cura, então estou louca que chegue esse dia.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Elisandra - Sim, muitas náuseas, até do cheiro do sabonete líquido. Tomei vonau, nausedron e dramin, nenhum resolveu.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Elisandra - Ótima, o que o meu médico diz é lei, Quando conheci o Dr. Marcelo Capra, vi que seria o médico da minha cura.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Elisandra - Otorrino, cardiologista e nutri.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Elisandra - Fiz terapia. 
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Elisandra - Coloquei o câncer no devido lugar dele, aproveito minha vida todos os dias, quando faço quimio e tenho reação, fico em casa quieta. Nos intervalos eu levo uma vida quase que normal, como meu cabelo não caiu, as pessoas que não me conhecem nem acreditam que tenho câncer.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Elisandra - Tive que ser afastada, pois como o linfoma é no sistema imunológico, tenho que me preservar de até simples doenças infantis.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Elisandra - Sim, no judiciário.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Elisandra - No momento é acabar o semestre, acabar essa etapa do tratamento e estar em condições para participar de um congresso em maio. Mais para o futuro é viajar e tomar um banho de mar.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Elisandra - Quem sou eu pra dar orientações, mas diria que surpreendentemente, quando a gente descobre que tem um câncer, depois do choro, da frustração, da sensação de fracasso, o medo não paralisa, não. Uma das coisas que descobri com o diagnóstico e das "quase vitórias" é que temos que ser resilientes. Quando descobri em julho que estava doente de novo e no meu caso teria que fazer GPD e transplante, pesquisei muito sobre tudo, praticamente virei mestre no assunto. Com o resultado do último Pet, que eu não tinha a menor ideia do que o médico iria propor, veio a maior angústia da minha vida. Medo de chegar na consulta e ele dizer que não restava mais tratamento ou que teria que ficar hospitalizada. Durante a consulta, com a tranquilidade dele e o manejo que ele tem, veio uma paz e serenidade que eu nunca tinha experimentado. Amanhã começo esse novo protocolo, com a esperança que ele faça o que tenha que fazer. Já que fui afastada do trabalho, decidi que vou dedicar esse tempo no meu crescimento pessoal. Focar no meu tratamento, alimentação correta, caminhada e tranquilidade, o resto é com o médico!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Elisandra - Através do blog Além do Cabelo.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Elisandra - Encontros entre pacientes.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Elisandra - Investimento em pesquisa e rapidez no diagnóstico.
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