[Câncer de Mama] Elaine Rosa Bezerra

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Elaine - Eu tenho 40 anos, era professora de matemática, tenho 1 filho, casada e moro em São Bernardo do Campo, em São Paulo.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Elaine - Eu percebi um nódulo no seio. Fui ao ginecologista para fazer exames de rotina e comentei com ele sobre o caroço que sentia.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Elaine - Sim, eu dormia muito e ficava cansada o tempo todo, sentia mal hálito na boca constante e dores pélvicas muito fortes.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Elaine - Não enfrentei dificuldade, assim que percebi o nódulo já procurei o médico e fui fazer mamografia e ultrassom das mamas e já no dia do exame o médico solicitou um pedido de biópsia para meu ginecologista. O nódulo cresceu de repente e tinha todas as características de câncer.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Elaine - Eu já sabia que algo estava errado, pois sempre fui uma pessoa ativa, agitada e mal conseguia ficar em pé de esgotamento físico e dores nos ovários. Assim que recebi o resultado, passei uma semana sem abrir e esperava abrir no dia da consulta, mas não aguentei, abri, li e chorei. Liguei pro meu irmão e foi a primeira pessoa que falei sobre isso.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Elaine - Não estar presente na formatura do meu filho na faculdade, não ver meus netos, ter minha velhice ao lado do meu marido viajando pelo Brasil.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Elaine - Eu comecei o tratamento dois meses depois. Coloquei o porth card, fiz 6 sessões de quimioterapia para diminuir o tamanho do nódulo, fiz a cirurgia de mastectomia radical utilizando o músculo dorsal e um pedaço da pele das costas, as radioterapias e hoje faço acompanhamento e tomo o tamoxifeno todos os dias.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Elaine - Depois de tomar a quimioterapia minha imunidade baixava a quase zero e tomava medicação granolukine para aumentar. Essas injeções eram aplicadas na barriga e as reações dela fazia doer cada ossinho que existia em mim e de uma forma absurda. Só passava depois de 5 aplicações que tomava em cada sessão de quimioterapia. No total, foram 33 injeções na barriga, já que na primeira quimioterapia tive que tomar 8, pois fiquei muito mal.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Elaine - Enjoos, diarreias, vômitos. Tudo passava em seis dias. Minha mãe e irmã cuidaram muito bem de mim. Me ajudou muito tomar água de cocô natural. Na verdade era só isso que eu conseguia ingerir na semana do tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Elaine - Foi a melhor possível. Minha oncologista disse que de todas as pacientes que ela cuidava eu era a mais complicada, devido as alergias aos medicamentos, fragilidade na imunidade, o problema no ovário, suspeita de metástase no fígado e tumor ósseo e fomos eliminando tudo aos poucos. Tirei a mama e fiz o tratamento completo, tirei os ovários e trompas seis meses depois, fiz biópsia do fígado e descartou metástase e fiz acompanhamento com especialista em tumor ósseo o qual garantiu não ser câncer. Ela me conhecia muito bem e esse ano o convênio não está mais trabalhando com ela e tive que mudar para outra oncologista muito competente também, porém estamos criando essa confiança ainda de pacientes e médicos.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Elaine - Sim, eu passei com hematologista para biópsia no fígado, especialista em tumor ósseo, nutricionista, fisioterapeuta... Tive vários profissionais que me ajudaram passar por essas etapas.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Elaine - Não fiz acompanhamento psicológico, mas creio ser muito importante para pessoas que precisam desse tipo de profissional. Eu fazia muita meditação, orações e recebia muito amor e carinho da família, dos amigos e do meu trabalho que tinha.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Elaine - Estou muito bem e saudável. Viajo bastante, estou acompanhando meu filho na faculdade, faço os exames de acompanhamento e graças a Deus está tudo bem. A única coisa foi que tive que pedir exoneração do meu cargo como professora, pois tive linfedema no braço e vários outros problemas que estava impedindo de exercer a minha função. Entrei com o pedido de readaptação, porém esse processo me deixou muito estressada, ansiosa e triste e desisti de todas as burocracias que tudo isso estava exigindo.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Elaine - Não estou trabalhando como professora que era o cargo que possuía no momento que descobri o câncer. Hoje eu trabalho em casa com meu marido dando assistência e suporte nos assuntos administrativos de uma pequena empresa que temos.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Elaine - Busquei até aonde minha paciência suportou. Minha oncologista me afastava e o médico da perícia do governo negava. Entrei com pedido de readaptação e quase dois anos e não saia nada e todos os meses a tortura de passar no mesmo médico da perícia e responder e falar sobre tudo o que aconteceu comigo. Foi uma parte angustiante que procuro delatar da minha vida.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Elaine - Ser feliz.... Continuar fazendo Pilates, viajando com meu marido, ajudar e acompanhar meu filho na faculdade, ajudar os outros, continuar ajudando no nosso trabalho...
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Elaine - Ter fé, sempre e inabalável. Acreditar que vai curar, seguir direitinho tudo o que a oncologista falar. Respeitar todo o momento do tratamento, tudo vai dar certo.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Elaine - Assim que vi o resultado do exame, tratei de pesquisar sobre o assunto na internet e encontrei uma mocinha chamada Evelin, do lenço cor de rosa, então comecei a seguir o blog, Facebook e o site do Oncoguia aonde ela trabalha. Essa mocinha maravilhosa me enviou um lenço lindo, um tsuru delicado e muita esperança. O site do Oncoguia nos ajuda a conhecer e esclarecer dúvidas que possamos ter durante e depois do tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Elaine - Eu acho muito perfeito os textos, vídeos e explicações. Vocês fazem um ótimo trabalho. Parabéns.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Elaine - Que realmente todos tivessem condições e suporte profissional para o tratamento do câncer e que houvesse também prevenção mais efetiva do governo para todos os lugares do Brasil. As campanhas são centralizadas nas grandes cidade e esquecem de levar essa prevenção e tratamento para as pequenas cidades e interior e nordeste. Que as mamografias fossem feitas com uma idade mais cedo nas mulheres.
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